Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Evangelho 24
“28 Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina;
29 porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.” (Mt 7.28,29)

Nos dois últimos versículos deste capítulo o escritor sagrado nos diz o efeito que este Sermão do Monte produziu no auditório. Desta forma nos oferece ao mesmo tempo a oportunidade de examinar em geral que efeito deveria produzir sempre este sermão nos que o leem ou o examinam.
Nestes dois versículos o interesse está mais centrado no Pregador do que no Sermão.
Se nos pede, por assim dizer, que uma vez examinado o Sermão, olhemos Aquele que o pronunciou e pregou.
Ao examinar o Sermão do Monte, nunca devemos nos deter nem sequer no ensino moral, ético e espiritual; devemos ir mais além de todas estas coisas, por maravilhosas que sejam, por vitais que sejam, até a pessoa do próprio Pregador.
A autoridade do Sermão deriva do Pregador.
No caso dos demais mestres que o mundo tem conhecido, o importante é o ensino; porém estamos diante de um caso no qual o Mestre é mais importante do que o que ensina. Em certo sentido não se pode dividir, nem separar um do outro. Porém não haveria o ensino sem o Pregador, porque é o reflexo da Sua Pessoa divina.  
Se alguém pergunta: “Por que devo prestar atenção a este Sermão, por que devo pô-lo em prática, porque devo crer que é o mais vital desta vida? “ A resposta é: devido à Pessoa que o pregou. Esta é a autoridade, esta é a sanção do Sermão.
A primeira coisa que temos que observar nesta passagem é que produziu admiração. A primeira coisa, que está clara, é a autoridade geral com que falou – este homem que fala com autoridade e não como os escribas. Este aspecto negativo é muito interessante – que seu ensino não era segundo o estilo dos escribas. A característica do ensino dos escribas era que sempre citavam a autoridades e que nunca emitiam pensamentos originais; eram experientes, não tanto na lei mesma, quanto nas distintas exposições e interpretações da lei que haviam sido propostas desde o tempo de Moisés.
Depois, sempre citavam os excperts nestas interpretações.
(Não havia nas ministrações dos escribas, como não há em muitas pregações na Igreja em nossos dias, pouco ou nada da vida do Espírito Santo, inspirando os pregadores no conteúdo do que devem falar, senão citações deste e daquele intérprete das Escrituras – nota do tradutor).
Há que se destacar que havia também confiança e segurança no que o Senhor falou no Sermão do Monte.
O Senhor afirma que veio cumprir a lei e os profetas. Afirma que é Aquele para o qual apontaram todos os profetas do Antigo Testamento. É Ele que cumpre em sua própria Pessoa as promessas.
Este é o que havia de vir, o esperado. Diz tudo isto no Sermão do Monte.
O Senhor proclamou no final do Sermão que Ele será o Juiz do mundo. “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor! etc. “E então lhes declararei: nunca vos conheci, apartai-vos de mim, praticantes da iniquidade!”.  
Como alguém disse muito bem:
“Aquele que esteve sentado no Monte para ensinar, é o mesmo que ao final se assentará no trono de sua glória para que todas as nações do mundo compareçam diante dEle, e Ele emitirá juízo definitivo sobre elas!”
Por D. M. Lloyd Jones ( traduzido e adaptado por Silvio Dutra)
D. M. Lloyd Jones
Enviado por Silvio Dutra Alves em 10/06/2014
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras