Evangelho 25
“1 Quando Jesus desceu do monte, grandes multidões o seguiam.
2 E eis que veio um leproso e o adorava, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo.
3 Jesus, pois, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. No mesmo instante ficou purificado da sua lepra.
4 Disse-lhe então Jesus: Olha, não contes isto a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.” (Mateus 8.1-4)
O primeiro versículo recorre ao fim do Sermão do Monte, porque as pessoas que o ouviram estavam maravilhadas da doutrina do Senhor, e o efeito foi, que quando Ele desceu do monte, grandes multidões o seguiram.
Nestes versos, temos o relato da cura de um leproso por Cristo.
Sabemos, pelo evangelho de João, que o primeiro milagre que Jesus fez foi a transformação de água em vinho nas bodas de Caná, e temos o registro em Mateus, antes de Jesus ter proferido o Sermão do Monte, que Ele havia curado a muitos, como se vê no final do quarto capítulo.
Temos então, aqui, o registro do primeiro milagre de cura que o Senhor fez depois de ter pregado o Sermão do Monte.
Nos dias de Jesus a lepra era uma doença incurável. Portanto, através desta cura Ele mostrou que era o único que poderia também curar a enfermidade incurável do pecado, a qual continua, até os dias de hoje, e para sempre, sendo uma doença incurável.
Os leprosos eram considerados imundos pela Lei, e deviam viver fora das cidades de Israel.
De igual modo o pecado torna o homem imundo para viver no céu, e caso não seja purificado não poderá jamais entrar no reino de Deus.
Com a cura do leproso Jesus demonstrou que somente Ele é competente para salvar os que se encontram banidos da presença de Deus, por causa da enfermidade do pecado.
O leproso foi sábio em reconhecer que Jesus tem todo o poder para curar qualquer enfermidade incurável, mas isto está na esfera e dependência da Sua vontade, e por isso lhe disse: “Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo.”
Ele se aproximou do Senhor e o adorou, mas reconheceu que não poderia exigir nada de Jesus, caso não fosse da Sua soberana vontade.
O Senhor não somente teve misericórdia do leproso, como tem de todos os que sofrem, como também, no seu caso, disse que era da Sua vontade purificá-lo, e o curou.
Pelos mais variados motivos, como por exemplo o de provar a nossa paciência e fidelidade na tribulação, Deus poderá não nos curar de nossas enfermidades, mas nos assistirá com a Sua graça, tal como fizera com o apóstolo Paulo quanto ao seu espinho na carne.
É muito importante o fato de Jesus ter tocado o leproso para curá-lo, porque isto demonstra que Ele não tem nenhum receio relativo a qualquer contágio do pecado, quando também nos toca para nos salvar, fazendo habitar em nós o Espírito Santo.
Segundo a lei, se alguém tocasse num leproso seria considerado imundo cerimonialmente, e impedido de participar do serviço de adoração no templo, até que fossem cumpridos o tempo e as exigências previstas na lei para a sua purificação.
Ao tocar no leproso, curando-o, Jesus demonstrou que não está sujeito, tal como nós, a ser contaminado pelas impurezas de outros.
Motivo porque não podia ser considerado que havia violado a lei de Moisés, porque tal prescrição da Lei tinha em vista ensinar sobre a contaminação do pecado, que deveria ser evitada, sob pena de ser castigada, em caso de descumprimento da norma legal.
Quando um leproso era curado de sua lepra, deveria se apresentar ao sacerdote com as ofertas exigidas pela lei, para testemunho da sua purificação.
Como a lepra era incurável, então toda cura que havia no passado, era o resultado de um milagre operado por Deus.
Jesus, comprovou então a Sua divindade, ao curar o leproso quando o tocou.
E para que se cumprisse a lei, lhe ordenou que se apresentasse ao sacerdote, mas que não contasse o modo pelo qual foi curado, porque não era ainda chegada a hora do Senhor ser conduzido à morte pelos líderes religiosos de Israel, portanto, a razão de seu pedido ao leproso, para manter a origem do milagre em segredo, tinha em vista não precipitar uma perseguição antes da hora.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 10/06/2014