Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Evangelho 28
“18 Vendo Jesus uma multidão ao redor de si, deu ordem de partir para o outro lado do mar.
19 E, aproximando-se um escriba, disse-lhe: Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores.
20 Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
21 E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me ir primeiro sepultar meu pai.
22 Jesus, porém, respondeu-lhe: Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus próprios mortos.” (Mateus 8.18-22)

Jesus não poderia se fixar numa determinada localidade de Israel, porque seu ministério deveria atingir todas as partes daquela nação, conforme estava determinado pelo desígnio eterno do Pai.
Ele foi dado como o Grande Profeta para todos os israelitas. E portanto, deveria percorrer todos as cidades e lugarejos da nação.
Por isso, nós o vemos aqui nesta passagem se deslocando de Cafarnaum para o outro lado do Mar de Tiberíades, também conhecido como Mar da Galileia, junto ao qual ficava a citada cidade.
“Respondeu-lhes Jesus: Vamos a outras partes, às povoações vizinhas, para que eu pregue ali também; pois para isso é que vim.” (Mc 1.38)
Em Seu ministério terreno, nosso Senhor deveria se limitar aos termos de Israel, porque, a ministração junto aos gentios deveria ser feita pela Igreja, somente depois que o Espírito Santo fosse derramado depois da Sua morte e ressurreição, o que ocorreu a partir do dia de Pentecostes.
Por isso se afirma nas Escrituras que Jesus foi ministro da circuncisão, a saber, junto aos judeus, porque foi a eles que foram feitas as promessas e as alianças:
“Digo pois que Cristo foi feito ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos pais;” (Rom 15.8)
Por isso foi necessário que, mesmo pela Igreja,  primeiro se pregasse o evangelho aos judeus, e importava que eles o rejeitassem, para que fosse estendido aos gentios.
A pregação do evangelho é um alto privilégio que está reservado para aqueles que são chamados e enviados por Deus para fazê-lo, como vemos em Rom 10.15.
Jesus foi eleito e chamado pelo Pai para pregar o evangelho, e o Senhor chamou os apóstolos e discípulos para fazê-lo.
Agora, nós temos o relato de um escriba se apresentando a nosso Senhor, dizendo-lhe que o seguiria aonde quer que Ele fosse.
O escriba fizera isto por sua própria iniciativa, sem ter recebido qualquer chamado do Senhor para fazê-lo.
Daí ter recebido a resposta dissuasiva que Jesus lhe dera:
“As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.”
O Senhor lhe apontou o custo que é cobrado àqueles que Lhe seguem.
E não temos o registro de qualquer tréplica que tivesse sido apresentada pelo escriba, depois de ter ouvido tal afirmação do Senhor.
É bem provável que tenha percebido em si não a falta de desejo para seguir a Cristo, porque é possível que fosse sincero tal desejo, mas faltava-lhe a autoridade necessária para fazê-lo, autoridade esta que é concedida pela graça do Senhor somente para aqueles que são por Ele chamados, tal como foi, por exemplo o caso dos apóstolos, e de todos aqueles que Ele continua chamando ao longo da história da Igreja, para pregarem o evangelho.
No verso 21 nós temos o registro do motivo alegado por um dos discípulos do Senhor para retardar o atendimento à Sua chamada para segui-lO.
Ele pediu que esperasse primeiro que chegasse o dia da morte do seu pai, para que somente, depois de então, pudesse segui-lO para pregar o evangelho.
A resposta do Senhor para ele está registrada no verso 22:
“Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus próprios mortos.”
O Senhor não consentiu com o pedido daquele discípulo, porque o dever de todo discípulo do Senhor é segui-lO.
É dever de todo cristão estar onde estiver o seu Senhor. Então Jesus lhe ordenou: “Segue-me”.
E logo em seguida apresentou-lhe um argumento consistente para fazê-lo: os que receberam vida devem anunciar a vida aos que estão mortos espiritualmente para que também vivam.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 10/06/2014
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