Evangelho 29
“23 E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram.
24 E eis que se levantou no mar tão grande tempestade que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo.
25 Os discípulos, pois, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Salva-nos, Senhor, que estamos perecendo.
26 Ele lhes respondeu: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se grande bonança.
27 E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?” (Mateus 8.23-27)
Nós vimos no verso 18 que Jesus havia ordenado aos seus discípulos que atravessassem para o outro lado do Mar de Tiberíades, e eles estavam navegando para a região de Gadara, situada na tribo de Gade, no lado oriental do Jordão.
Na passagem anterior nosso Senhor havia deixado de modo bastante claro que renúncias e dificuldades são impostas a todos aqueles que O seguirem.
E aqui, esta verdade está ilustrada de maneira prática, porque tendo decidido atravessar para o outro lado do Jordão através do mar, quando poderia fazê-lo por terra, percorrendo quase que a mesma distância, Jesus deu aos discípulos uma oportunidade de terem a fé deles provada, porque lhes sobreveio grande tempestade quando se encontravam em seu pequeno barco no mar.
Tranquilo e seguro quanto à providência divina para garantir o cumprimento da Sua missão, o Senhor dormia no barco em meio à furiosa tempestade.
Alarmados e em grande desespero, os discípulos acordaram o Senhor rogando-Lhe que lhes acudisse.
Devia ser de tal ordem o grande temor deles que foram repreendidos em vez de confortados.
O Senhor lhes disse que não deveriam temer, uma vez que se encontravam debaixo do Seu cuidado e companhia, e lhes revelou que a causa de tão grande temor era a pequena fé deles na Sua pessoa divina.
Sabendo que necessitavam ter a fé aumentada, e que isto não sucederia em tão pouco tempo, por causa da fraqueza da fé dos discípulos, nosso Senhor não permitiu que a prova se prolongasse, aumentando ainda mais a tormenta deles, e por isso se levantou repreendendo os ventos e o mar, de maneira que se seguiu grande bonança.
O modo de os discípulos se manifestarem diante do milagre realizado, revela que apesar de Jesus ter realizado muitos outros milagres anteriormente diante deles, ainda não conheciam a Sua natureza divina e o Seu pleno poder sobre todas as coisas, de maneira que o viam até então, como um homem dotado de poderes extraordinários, mas seus olhos espirituais não tinham ainda sido abertos para poderem ver que nosso Senhor é o Deus que pode todas as coisas.
Há um grande ensino para a Igreja nesta passagem, porque ela se encontra neste mundo, como os discípulos se encontravam naquele pequeno barco, sendo batido pela fúria das tempestades que tentam impedir que o barco chegue a seu destino.
Se tivermos uma fé grande não será necessário que o Senhor repreenda a fúria das tribulações e perseguições que nos acompanham tão de perto em nossa jornada neste mundo, porque perseverando em nossa confiança no Senhor, somos mais do que vencedores e nenhuma porta do inferno poderá prevalecer contra a Sua Igreja.
Devemos então descansar nossos corações em todas as circunstâncias difíceis da vida, sabendo que Jesus não somente tem poder para curar enfermidades, mas até mesmo para fazer cessar a fúria dos mares, o vendaval e as tempestades, porque tudo tem que obedecer a Sua palavra de ordem, pela qual criou todas as coisas, quer visíveis, quer invisíveis.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 10/06/2014