Evangelho 42
“14 Os fariseus, porém, saindo dali, tomaram conselho contra ele, para o matarem.
15 Jesus, percebendo isso, retirou-se dali. Acompanharam-no muitos; e ele curou a todos,
16 e advertiu-lhes que não o dessem a conhecer;
17 para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías:
18 Eis aqui o meu servo que escolhi, o meu amado em quem a minha alma se compraz; porei sobre ele o meu espírito, e ele anunciará aos gentios o juízo.
19 Não contenderá, nem clamará, nem se ouvirá pelas ruas a sua voz.
20 Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o pavio que fumega, até que faça triunfar o juízo;
21 e no seu nome os gentios esperarão.” (Mateus 12.14-21)
A prova de que Jesus não estava respondendo aos fariseus na expectativa de que chegassem ao conhecimento da verdade, mas simplesmente afirmando a verdade para a defesa dos inocentes que eles estavam atacando, encontra-se logo no início desta passagem, nos versos 14 e 15, em que se afirma que os fariseus logo depois de terem ouvido o que o Senhor lhes dissera e fizera, curando o homem da mão atrofiada, tomaram conselho entre si contra Jesus, com o intuito de matá-lo.
É dito também que nosso Senhor percebeu isso, e que por este motivo se retirou daquela localidade, sendo acompanhado por muitos enfermos, e Ele curou a todos eles, demonstrando que não estava em nada intimidado pelas ameaças dos fariseus.
Todavia, como não era chegada ainda a sua hora de se entregar voluntariamente para morrer na cruz, para não precipitar maiores perseguições desnecessárias, advertiu aos que haviam sido curados que não espalhassem a notícia do que lhes havia feito.
Com isto, deu-se cumprimento ao que fora profetizado acerca dEle pelo profeta Isaías:
“1 Eis aqui o meu servo que escolhi, o meu amado em quem a minha alma se compraz; porei sobre ele o meu espírito, e ele anunciará aos gentios o juízo.
2 Não contenderá, nem clamará, nem se ouvirá pelas ruas a sua voz.
3 Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o pavio que fumega, até que faça triunfar o juízo;
4 e no seu nome os gentios esperarão.” (Is 42.1-4)
A fama de Cristo se espalharia não somente por Israel, mas por todas as nações da terra, e por todas as gerações, mas isto ocorreria sem que Ele fizesse uma propaganda extensiva da sua própria pessoa e atos.
Ele não faria exibições públicas com o fim de ser visto e aplaudido pelos homens.
Ao contrário, mesmo muitos daqueles que fossem beneficiados por Ele, sendo curados de enfermidades físicas, não se arrependeriam de seus pecados e também não Lhe dariam a devida honra e louvor, antes o odiariam por lhes dizer a verdade, de modo que é dito que:
“... como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos.” (Is 53.2)
Este foi o modo como foi visto em seu ministério terreno, porque sempre denunciou o pecado, e não omitiu a verdade.
No entanto, é dito acerca dEle nas Escrituras:
“Naquele dia o Senhor dos exércitos será por coroa de glória e diadema de formosura para o restante de seu povo;” (Is 28.5)
“Os teus olhos verão o rei na sua formosura, e verão a terra que se estende em amplidão.” (Is 33.17)
Ninguém pode ser comparado ao Senhor quanto à Sua formosura. Especialmente a formosura do Seu espírito e caráter não pode ser medida.
Ele não quer aplauso sem conversão.
Ele não busca o reconhecimento dos homens sem que reconheçam a verdade.
Por isso o Pai o elegeu para ser o capitão da nossa salvação, por se comprazer nEle por toda a sua perfeição; e assim O ungiria com o Espírito Santo quando se esvaziasse de Sua divindade, para assumir a forma de servo e ser achado na forma de homem, para anunciar aos gentios o juízo de Deus.
Os gentios que andavam sem a revelação de Deus neste mundo, teriam nEle a esperança de serem alcançados e reunidos à família de Deus, por meio dEle (v. 21).
Isto seria feito a partir da Sua manifestação a Israel, de forma quase velada, anunciando a verdade e curando toda sorte de enfermidades entre o povo, mas sem fazer alarido chamando a atenção para a Sua própria pessoa.
Seu alvo não era agradar o mundo, conquistar o mundo, mas alcançar as ovelhas perdidas.
Por isso não esmagaria a cana quebrada e nem apagaria o pavio fumegante, ou seja os pobres e miseráveis pecadores, destituídos de toda e qualquer justiça diante de Deus, antes faria nestes que são pobres de espírito, e que reconhecem a sua real condição diante de Deus, o trabalho de restauração de suas vidas, levantando os quebrantados de coração, e acendendo a chama divina, nos corações desprovidos do fogo e da luz do Espírito Santo.
E isto será feito enquanto durar todo o período da dispensação da graça, até que venha para julgar os vivos e mortos.
Nesta nova dispensação da graça, Deus não está estabelecendo um juízo final sobre os pecadores, mas dando-lhes a oportunidade de serem salvos por Seu Filho unigênito.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 12/06/2014