Evangelho 45
Parábola do Joio
“24 Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeou boa semente no seu campo;
25 mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.
26 Quando, porém, a erva cresceu e começou a espigar, então apareceu também o joio.
27 Chegaram, pois, os servos do proprietário, e disseram-lhe: Senhor, não semeaste no teu campo boa semente? Donde, pois, vem o joio?
28 Respondeu-lhes: Algum inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo?
29 Ele, porém, disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis com ele também o trigo.
30 Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; o trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro. (Mateus 13.24-30)
Parábola do Grão de Mostarda
31 Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou, e semeou no seu campo;
32 o qual é realmente a menor de todas as sementes; mas, depois de ter crescido, é a maior das hortaliças, e faz-se árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos. (Mateus 13.31,32)
Parábola do Fermento
33 Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.
34 Todas estas coisas falou Jesus às multidões por parábolas, e sem parábolas nada lhes falava;
35 para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo. (Mateus 13.33-35)
Explicação da Parábola do Joio
36 Então Jesus, deixando as multidões, entrou em casa. E chegaram-se a ele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.
37 E ele, respondendo, disse: O que semeia a boa semente é o Filho do homem;
38 o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno;
39 o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os celeiros são os anjos.
40 Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.
41 Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade,
42 e lança-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.
43 Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.” (Mateus 13.36-43)
Depois que nosso Senhor concluiu a sua pregação por parábolas, quando se encontrava num barco à beira mar, Mateus registrou mais um motivo pelo qual Ele falava por parábolas: estava profetizado no Salmo 78.2 que Ele faria isto quando se manifestasse ao mundo:
“34 Todas estas coisas falou Jesus às multidões por parábolas, e sem parábolas nada lhes falava;
35 para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.”
Quando o evangelista afirma que “sem parábolas nada lhes falava” isto não significa que Jesus somente disse parábolas, mas que estas sempre fizeram parte do Seu ensino e pregação, porque isto estava profetizado acerca dEle.
Um falso messias poderia criar parábolas para tentar confirmar as Escrituras, mas certamente, não poderia falar dos mistérios eternos do reino dos céus através de suas parábolas, porque somente o Filho de Deus, que lá estivera, e que tudo criara, poderia falar acerca das coisas relativas ao reino dos céus.
Nós comentaremos as três parábolas (do joio, do grão de mostarda, e do fermento) desta passagem, em conjunto, dado haver pontos de similaridade entre as mesmas.
Na Parábola do Joio, a boa semente não representa a palavra do reino, como na Parábola do Semeador, mas os próprios cristãos (v. 38).
As parábolas do Grão de Mostarda, e do Fermento, representam o crescimento, a expansão do evangelho. O crescimento e a multiplicação da palavra do reino em todo o mundo, a partir de um pequeno começo.
“E a palavra de Deus crescia e se multiplicava.” (At 12.24). Este texto de Atos não significa que outras verdades eram acrescentadas progressivamente à mensagem que fora pregada e ensinada inicialmente por Jesus, mas que a palavra do evangelho estava se espalhando por várias partes do mundo.
Quanto à Parábola do Joio, muitos se enganam ao dizerem que a Igreja verdadeira é composta tanto por trigo quanto por joio, porque Jesus disse que o reino dos céus é composto por ambos.
Todavia, não é este o ensino de nosso Senhor, porque deixa muito claro que o joio é um elemento estranho ao reino dos céus, à verdadeira Igreja, que foi semeado não por Deus, mas pelo diabo, e está portanto, destinado a ser arrancado, porque o Senhor arrancará de Sua lavoura, no tempo próprio toda planta que não foi plantada por Ele (Mt 15.13).
Além disso, nosso Senhor disse que o joio representa os filhos do maligno, e que a boa semente são os filhos do reino. Assim, somente os filhos do reino haverão de herdar a salvação.
Recomenda-se portanto, que a Igreja não exclua o joio, uma vez plantado, pela simples iniciativa de seus líderes, porque esta operação de exclusão da membresia será usada pelo diabo para abalar a muitos que sejam verdadeiramente trigo no meio do povo de Deus, por tomarem partido daqueles que foram excluídos, ou então, por este joio excluído agir contra o corpo de fiéis, causando danos a muitos. Do mesmo modo quando se tenta arrancar da lavoura uma planta má, que tenha crescido ao lado de uma boa, cujas raízes tenham se entrelaçado à mesma. Ambas serão arrancadas ao se tentar tirar uma delas. Ainda que o cristão verdadeiro, que se escandalize com a retirada de um joio, não sofra qualquer prejuízo quanto à sua condição de ser cidadão do reino dos céus, no entanto, sofrerá algum tipo de dano na sua comunhão com a igreja na qual congregue.
Então devemos deixar Àquele que é o ceifeiro, o trabalho de fazer a separação do joio do trigo, quer neste mundo, quer quando por ocasião da Sua segunda vinda, quando dará ordens a Seus anjos para que façam tal separação definitivamente.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 12/06/2014