Evangelho 74
“1 Quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes:
2 Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei-mos.
3 E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei: O Senhor precisa deles; e logo os enviará.
4 Ora, isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta:
5 Dizei à filha de Sião: Eis que aí te vem o teu Rei, manso e montado em um jumento, em um jumentinho, cria de animal de carga.
6 Indo, pois, os discípulos e fazendo como Jesus lhes ordenara,
7 trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram os seus mantos, e Jesus montou.
8 E a maior parte da multidão estendeu os seus mantos pelo caminho; e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho.
9 E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!
10 Ao entrar ele em Jerusalém, agitou-se a cidade toda e perguntava: Quem é este?
11 E as multidões respondiam: Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia.” (Mateus 21.1-11)
Depois de ter curado os dois cegos, nosso Senhor chegou finalmente próximo dos muros de Jerusalém, ao Monte das Oliveiras, de onde enviou dois de Seus discípulos a uma aldeia que estava situada defronte deles, para pegarem um jumentinho, com o qual entraria triunfalmente em Jerusalém, sendo aclamado pelas multidões.
Estava profetizado que Ele entraria na cidade como Rei (Zac 9.9):
“Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta.” (Zac 9.9)
Estava profetizado portanto, que haveria , alegria e exultação por ocasião da entrada de nosso Senhor em Jerusalém, montado em um jumentinho, e isto sucedeu conforme estava previsto na profecia.
Nos relatos paralelos a esta passagem, dos evangelhos de Marcos, Lucas e João, nós vemos que:
Em Lc 19.37-40 está registrado que quando a multidão dos discípulos começou a louvar a Deus em alta voz, regozijando-se, por todos os milagres que tinha visto, dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas”, alguns fariseus dentre a multidão, pediram a Jesus que repreendesse os Seus discípulos, todavia, em vez de atender ao pedido deles, nosso Senhor afirmou o seguinte: “Digo-vos que, se estes se calarem, as pedras clamarão.”. Estava previsto na profecia, como vimos antes, que haveria aquele júbilo, e a profecia não pode falhar. Por isso lhes disse nosso Senhor, que caso fosse possível calar o clamor de exultação dos discípulos, as pedras clamariam dando cumprimento à profecia.
Certamente, quando entrou na cidade de Jerusalém, outros se agregaram ao clamor dos discípulos, conforme está registrado por Mateus em seu evangelho, mas estes, não eram os judeus de Jerusalém que odiavam Jesus e que estavam envenenados pelos sacerdotes e fariseus, que saíram ao Seu encontro com ramos de palmeiras clamando “Hosana! Bendito o Rei de Israel que vem em nome do Senhor (Jo 12.13), quando souberam que Ele estava vindo para a cidade de Jerusalém montado num jumentinho. Eram judeus das áreas rurais e de outras cidades que vinham a Jerusalém anualmente para a festa da Páscoa, e especialmente a multidão que estivera com Jesus na casa de Lázaro e que testificara que Ele realmente lhe havia ressuscitado (Jo 12.17, 18).
Aquela grande manifestação foi a gota d’água que levou os fariseus a se conluiarem para prenderem Jesus.
Muitos pensam que a multidão que bradou “Hosana” é a mesma que gritou “Crucifica-o”. No entanto, os que eram de Jerusalém e que estavam buscando a crucificação de Jesus certamente não se encontravam entre aqueles que disseram “Hosana”.
Ao entrar em Jerusalém, como Rei, montado num jumentinho, nosso Senhor manifestou que o Seu reino é de paz, de amor, de mansidão e de justiça, e que é um reino estabelecido no coração dos Seus súditos, e não um reino que se estabelece pela força das armas, senão teria entrado montado num cavalo e com uma grande espada em Sua mão, pronto para derramar sangue em Jerusalém, sem necessitar do auxílio de qualquer mão humana, caso se valesse do Seu grande poder e autoridade sobre tudo e todos.
Todavia, Ele exerce este domínio em amor e mansidão nos corações que se convertem a Ele, e demonstrou isto, ao entrar com grande humildade na cidade de Jerusalém.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 18/06/2014