Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
A Autoridade que É Reconhecida Espiritualmente
“23 Tendo Jesus entrado no templo, e estando a ensinar, aproximaram-se dele os principais sacerdotes e os anciãos do povo, e perguntaram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? e quem te deu tal autoridade?
24 Respondeu-lhes Jesus: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes, eu de igual modo vos direi com que autoridade faço estas coisas.
25 O batismo de João, donde era? do céu ou dos homens? Ao que eles arrazoavam entre si: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes?
26 Mas, se dissermos: Dos homens, tememos o povo; porque todos consideram João como profeta.
27 Responderam, pois, a Jesus: Não sabemos. Disse-lhe ele: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.” (Mateus 21.23-27)

Não foi acidentalmente que Mateus havia registrado em seu evangelho esta passagem em que a autoridade divina de Jesus estava sendo questionada pelas autoridades judaicas, sendo antecedida pela da figueira estéril, na qual o ensino é justamente relativo à plena autoridade e poder que Jesus possui como Criador de tudo que há no universo.
Não podendo enxergar e entender a divindade de Jesus que estava sendo velada em sua humanidade - pois importava que morresse como homem em nosso lugar para a justificação do pecado - os principais sacerdotes e anciãos de Israel lhe perguntaram com que autoridade fazia todas aquelas coisas, especialmente a de ter expulsado os vendilhões do templo.
Perguntaram com ironia porque bem sabiam que Ele não estava comissionado nem pelas autoridades civis romanas, que mantinham a Judeia sob dominação, nem pelas autoridades religiosas de Israel, especialmente os sacerdotes que compunham o Sinédrio, que era a mais alta corte religiosa de Israel para decidir sobre assuntos religiosos, inclusive com poderes para prenderem e condenarem à morte os israelitas, que segundo eles, fossem hereges, quanto a não cumprirem a Lei de Moisés, quando eles próprios eram os principais transgressores da referida lei.
A autoridade que havia comissionado nosso Senhor foi a mesma que havia comissionado a João, o Batista, a saber, Deus Pai, e dera testemunho desta comissão nas próprias Escrituras do Velho Testamento, que cabia especialmente aos sacerdotes e escribas defenderem. Então eles deveriam defender e não questionar a autoridade do ministério de João, o Batista, e de nosso Senhor, porque não somente eram de proveniência divina, como também, estavam registrado nas Escrituras.
Por isso, Jesus não lhes disse de onde provinha a Sua própria autoridade, porque se tivessem reconhecido de onde vinha a autoridade com a qual João ministrava,  também teriam reconhecido que a de nosso Senhor era da mesma procedência.
Por causa de inveja, e do endurecimento no pecado do orgulho religioso deles, não poderiam reconhecer nem a João, nem a Jesus, como enviados de Deus para fazerem tudo o que estavam fazendo, e então jamais diriam, conforme Jesus lhes perguntara se reconheciam se a autoridade de João vinha de Deus, e nem mesmo poderiam mentir, dizendo que criam que era de Deus, porque sabiam que Jesus lhes perguntaria em seguida por que então não haviam crido nele.
Tampouco poderiam dizer que o batismo com que João batizava não era em obediência a uma comissão divina, senão dos homens, porque sabiam que todo o povo tinha João na conta de profeta, e não queriam cair no desagrado do povo.
Logo, responderam de forma sagaz, raposas que eram, dizendo simplesmente que não sabiam.
Com isso, responderam exatamente conforme nosso Senhor esperava que respondessem, uma vez que se negando a dizer de onde provinha a autoridade com que João batizava, por não terem reconhecido a mesma, então de nada adiantaria nosso Senhor responder diretamente a eles de onde provinha a Sua própria autoridade, e por conseguinte, negou-se também a responder a pergunta que eles Lhe fizeram.
Ninguém conhecerá a autoridade de Jesus e da Sua doutrina, se não se submeter a ambos, porque é assim que se reconhece que a Sua autoridade é a mesma que está também sobre aqueles que O seguem, e que se submetem ao Seu ensino, e eles reconhecerão que procede efetivamente de Deus, sendo uma doutrina e uma autoridade do céu, e não deste mundo (Jo 7.17), porque, por meio dela, suas vidas serão transformadas.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 18/06/2014
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