Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Evangelho 82
“37 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste!
38 Eis aí abandonada vos é a vossa casa.
39 Pois eu vos declaro que desde agora de modo nenhum me vereis, até que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.” (Mateus 23.37-39)

Esta condição do endurecimento de Israel, citada na passagem anterior, especialmente pelos juízos do Senhor contra os escribas e fariseus, não era algo que Lhe dava prazer senão ocasião para lamentar.
Israel se tornara um filho rebelde e degenerado, e esta não é nenhuma condição para que um pai possa se alegrar e exultar.
No texto de Lucas 19.41-44, nos vemos qual foi o  sentimento de nosso Senhor à vista da cidade de Jerusalém, quando se aproximou dela na ocasião que montava um jumentinho.
Ele chorou sobre a cidade, pelas coisas que lhe sucederiam por não terem reconhecido os seus habitantes o tempo da sua visitação.
Ele estaria sendo levantado na cruz dentro de poucos dias, mas não chorou por si mesmo, senão pelos filhos de Israel, pelo endurecimento em que eles se encontravam.
“41 E quando chegou perto e viu a cidade, chorou sobre ela,
42 dizendo: Ah! se tu conhecesses, ao menos neste dia, o que te poderia trazer a paz! mas agora isso está encoberto aos teus olhos.
43 Porque dias virão sobre ti em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te apertarão de todos os lados,
44 e te derribarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem; e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo da tua visitação.” (Lc 19.41-44)
Eles estavam rejeitando a Cristo e a graça do evangelho através da qual achariam um abrigo seguro para a salvação eterna de suas almas.
Jesus veio salvar e não condenar.
Então seria com muito pesar que eles veriam estes que Lhe estavam rejeitando irem ao encontro dos juízos de destruição, que estavam determinados pelo Pai, contra aqueles que não ouvissem o Seu Filho, conforme havia advertido Israel desde os dias de Moisés (Dt 18.15-18).
O amor do Senhor é de proteção, assim como uma galinha protege os seus pintinhos debaixo de suas asas, expondo-se à morte para protegê-los. Mas Israel recusou tal amor, e por conseguinte, tal proteção.
Nosso Senhor não lamenta o fato de ter sido rejeitado pelos judeus, mas as consequências terríveis desta rejeição para eles próprios.
Este sentimento de Cristo não é exclusivo para Israel, mas para todos os que se perdem em todas as partes deste mundo, e em todas as épocas da história da humanidade.
Deus amou de tal maneira o mundo que deu o Seu Filho para morrer por nós na cruz, para que não perecêssemos e não viéssemos a sofrer os juízos que estão determinados pela justiça divina, sobre todos aqueles que não forem justificados dos seus pecados. Justificação esta que pode ser obtida somente pela fé em Cristo, porque nenhum outro carregou sobre Si os nossos pecados, destruindo-os na Sua morte na cruz.  
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 19/06/2014
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