Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Evangelho 91
“26 Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.
27 E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos;
28 pois isto é o meu sangue, o sangue da aliança, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados.
29 Mas digo-vos que desde agora não mais beberei deste fruto da videira até aquele dia em que convosco o beba novo, no reino de meu Pai.
30 E tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras.” (Mateus 26.26-30)

  Nós temos aqui a instituição da ceia do Senhor, a qual estava sendo feita durante a festa judaica da Páscoa, no dia em que se devia comer a carne do cordeiro pascal.
Jesus entregou o Seu corpo em sacrifício para que nos alimentássemos da Sua vida, o que estava figurado na Lei com a ordenança de se comer a carne do cordeiro da Páscoa.  
Aquele cordeiro da festa judaica era uma figura do grande Cordeiro, por meio do qual o pecado do mundo é tirado, a saber, nosso Senhor.  
Então, Ele se antecipou à Sua morte que ocorreria no dia seguinte, e disse aos discípulos que o pão que estavam comendo, representaria a Sua carne dali por diante, e que deveriam regularmente celebrar aquela ceia em memória da Sua morte, conforme vemos no texto paralelo de I Cor 11.23-26.
Como seria inaugurada uma Nova Aliança com a Sua morte, então se apropriou não somente do sangue que foi passado nas portas das casas dos israelitas, para que fossem livrados da morte, no dia da instituição da Páscoa no Egito, como também do sangue de animais que foram sacrificados para celebrar a Antiga Aliança com Israel através de Moisés, como sendo figuras do Seu próprio sangue que seria derramado na cruz para nos redimir do pecado, e usou o cálice de vinho da Páscoa, como sendo representativo do sangue que Ele derramaria por nós e para inaugurar esta Nova Aliança.
Assim, a Igreja não deve apenas comer do pão, como também beber do vinho, toda vez que se reunir para realizar a ceia do Senhor, como um memorial da Sua morte.    
Este é um dos sinais visíveis que nos foi dado da parte de Deus, para identificarmos aqueles que fazem parte do corpo de Cristo, por estarem aliançados com Ele, porque nosso Senhor havia ensinado em Seu ministério terreno que somente têm a vida eterna aqueles que comem da Sua carne e que bebem do Seu sangue, sendo isto uma indicação da nossa união vital com Ele, participando de Sua própria vida,  fato este que está representado na participação da ceia que foi instituída por Ele, na noite em que seria traído e preso.  
Assim, apesar de o pão e o vinho da ceia, ainda que não sejam o próprio Cristo em pessoa, pode-se dizer que Cristo está presente, quando a Igreja se reúne para celebrar a ceia de maneira digna e santa, porque não somente é uma ordenança do próprio Cristo, como também Ele afirmou que o pão e o vinho, são respectivamente a Sua carne e o Seu sangue, que foram oferecidos na cruz, para que por meio desta oferta cruenta, tivéssemos vida, a Sua própria vida em nós.
Tal é a importância da ceia para o Senhor que ela não cessará na eternidade, porque a Sua morte sempre será lembrada como o preço da nossa justificação e da nossa união vital com Ele.
Antes de sair com os discípulos para o monte das Oliveiras, depois de terem cantado um hino, nosso Senhor afirmou que não beberia mais do fruto da vide estando presente em pessoa conosco, até o dia em que o faria no reino de Seu Pai.
Ora, o que isto quer indicar senão que a ceia será realizada na glória, quando toda a Igreja estiver reunida com Ele!  
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 20/06/2014
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras