Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Mesmo quando afligido debaixo da potente mão do Senhor, é sempre nEle e não em outros, que o Seu povo deve buscar auxílio e socorro, como podemos ver no capítulo 30 de Isaías.
Judá estava debaixo da ameaça da invasão dos assírios, que haviam se engrandecido contra o Senhor, e intentavam levar Judá para o cativeiro, coisa que Deus não lhes ordenara, e que Judá conheceria caso tivesse buscado o Senhor.
Mas em vez disso, foram se aliançar com o Egito para defendê-los dos assírios, como se vê em II Rs 18.21.
Da Assíria que Judá tanto estava temendo o Senhor disse através do profeta:
 
“Com a voz do Senhor será desfeita em pedaços a Assíria, quando ele a ferir com a vara.” (Is 30.31).
 
Os assírios destruíam as nações dominadas, e temos afirmado repetidas vezes que Judá jamais poderia ser destruída, não por causa da justiça dos judeus, mas por causa do propósito determinado de Deus de trazer a salvação ao mundo por meio dos judeus, porque seria deles que procederia o Messias.
Mas quando filhos rebeldes darão ouvidos e praticarão as coisas ordenadas por seus pais? De igual modo Judá não daria ouvidos ao Senhor e não O buscariam porque eram filhos rebeldes, e por isso um remanescente dele deveria ser purificado no cativeiro em Babilônia.
Somente filhos que honram a seus pais e que lhes obedecem, buscam tomar conselho com eles, mas esta não era a condição dos judeus, que não buscavam conselho do Senhor, mas fazendo aliança com outros sem a instrução do Espírito Santo, e assim acrescentavam pecado sobre pecado (Is 30.1).
Eles fizeram de faraó o deus deles, esperando que seria a força do Egito que os livraria da Assíria (v. 2,3).
Os oficiais de Judá, que haviam descido ao Egito, seriam envergonhados porque o próprio Egito seria subjugado pela Assíria, e assim em nada poderiam ser ajudados.
Em Is 30.6 o Egito é chamado de a Besta do Sul, porque é um auxílio vão, um poder que não pode ajudar os judeus. Assim como o Anticristo é também chamado de Besta, porque é como um animal feroz irracional que não poderá auxiliar Israel na aliança que farão com ele nos últimos dias, para serem livrados da ameaça árabe.
Em vez de ajudá-los o próprio Anticristo se voltará contra eles e destruirá a muitos por via de perseguição.
O Egito havia feito grandes promessas aos judeus por troca de um grande tesouro que eles deveriam lhe dar, mas como de nada lhes aproveitaria, Deus chamou o Egito de Gabarola, isto é, de contador de grandes feitos, mas que nada poderia fazer (v. 7).
Deus ordenou que esta profecia ficasse registrada conforme a encontramos em Isaías 30, porque era Seu intento que isto ficasse como testemunho para o futuro e para sempre, não para registrar a fraqueza do Egito, mas que os judeus eram de fato um povo rebelde, filhos mentirosos, filhos que não queriam ouvir a lei do Senhor, como se afirma no verso 9.
Eles rejeitavam a mensagem dos profetas que Deus lhes enviava, porque queriam ouvir coisas aprazíveis e ilusões e não a verdade (v. 10).
Não somente deixavam de dar ouvidos aos mensageiros de Deus, como os rejeitavam, pedindo-lhes que se afastassem deles, para que o Santo de Israel deixasse de estar entre eles, para terem liberdade para viverem no pecado, sem terem suas consciências confrontadas e aferroadas pela verdade (v. 11).
É importante que se frise que tudo isto estava ocorrendo em pleno período em que o rei Ezequias estava se esforçando para empreender uma reforma religiosa em Judá, para trazer o povo de volta aos caminhos do Senhor.
Mas Deus sabia que toda a honra que Lhe estava sendo tributada, era da boca para fora, porque não era nEle que estava o coração do povo, senão no pecado.
Porventura, não é esta a condição de muitos na igreja de Cristo?
Por isso o Senhor os chama ao arrependimento, nas cartas dirigidas às sete Igrejas no livro de Apocalipse, com exceção de Esmirna e Filadélfia.
Deus não olha a aparência do culto que Lhe prestamos, porque conhece o que está no nosso coração.
Ele sabia o que havia no coração dos judeus, apesar de gostarem de comparecerem aos seus átrios, oferecerem ofertas e sacrifícios, jejuarem e orarem, como veremos nos capítulos seguintes, mas foram repreendidos pelo Senhor por causa das más obras das suas ações.
Eles não se sumbeteram debaixo da potente mão de Deus, não se arrpenderam dos seus pecados, e se dedicavam à simples apresentação de um culto externo que não provinha do profundo de seus corações.
Eles ficaram acomodados à dureza produzida pelo pecado, e não consideravam em sua carnalidade que o que Deus requer é que estejamos em íntima comunhão espiritual com Ele. 
Então o juízo sobre eles soou nos versos 12 a 17 para os ímpios de Judá que rejeitaram a chamada ao arrependimento. Mas ao exercer o juízo Deus não deixaria de esperar, isto é, de ser longânimo para usar de misericórdia para com o Seu povo, porque determinou em Seu conselho eterno que poria ainda a Judá como glória sobre toda a Terra. E faria isto com todos aqueles que esperam por Ele (v. 18) e os faria habitar em Sião, em Jerusalém, e os consolaria porque haviam chorado por seus pecados e pelas aflições que sofreram reconhecendo que lhes sobrevieram por causa dos seus pecados.
Deus se compadeceria deles e ouvira o seu clamor e lhes responderia, embora lhes tivesse dado o pão de angústia e água de aperto, e em vez disso, lhes daria agora guias que poderiam ser reconhecidos por eles, como enviados por Ele, porque lhes abriria os seus olhos para discernir que eram mestres da verdade; e ouvidos para poderem ouvir a palavra de instrução quanto ao caminho que deveriam seguir, quando se desviassem para a direita ou para a esquerda, deixando de andar no caminho estreito e reto da verdade (v. 20, 21).     
Quando eles se convertessem eles jogariam fora os seus ídolos de prata e de ouro (v. 22).
Nos versos 23 a 26 são feitas promessas de bênçãos para os que se convertessem em Judá.
E nos versos 27 a 33 é descrita a alegria do povo de Deus por ter Ele tomado vingança contra os Seus inimigos que os oprimiam.
É exatamente isto que sucede com os crentes de todas as épocas, inclusive na dispensação presente da graça, uma vez que quando nos sujeitamos aos juízos  corretivos e disciplinadores do Senhor, com mansidão em nossos corações, com quebrantamento de espírito e verdadeiro arrependimento, aguardando com paciência pela demonstração da Sua misericórdia, o efeito sempre é este de sermos livrados dos poderes espirituais que nos oprimiam e de podermos assim louvar o nome do Senhor e servi-lo na liberdade do espírito, com gratidão e alegria em nossos corações, porque a Sua graça é quem opera tudo isto em todos aqueles que caminham humildemente com Ele.  
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 30/06/2014
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