Uma Justiça para Injustos
A justiça de Deus que é revelada por meio do evangelho foi testemunhada nas Escrituras do Velho Testamento, antes que ela se manifestasse na pessoa do próprio Senhor Jesus Cristo (Rom 3.21).
Foram inúmeros os registros cerimoniais e as profecias do Antigo Testamento acerca da dispensação do evangelho, do ministério da justiça e do Espírito (II Cor 3.8,9).
Cerca de setecentos anos do cumprimento das profecias relativas à justiça do evangelho, Deus falou acerca dessa justiça pela qual somos salvos, através do profeta Isaías, como podemos ver por exemplo em Is 46.13.
“Faço chegar a minha justiça; e ela não está longe, e a minha salvação não tardará; mas estabelecerei a salvação em Sião, e em Israel a minha glória.”
Esta promessa foi feita para os que são duros de coração e que estão longe da justiça, a saber a todos os pecadores (Is 46.12).
Não é uma promessa para pessoas justas mas para injustas, ou seja, para pecadores, que é a condição de todo homem perante Deus.
Daí ter nosso Senhor Jesus Cristo declarado que não veio a este mundo para justos, mas para injustos, não para sãos, e sim para enfermos.
Veio para injustos para torná-los justos, e para enfermos, para curá-los.
Quanto a esta salvação pela graça, que é mediante a justiça de Cristo, que nos é atribuída na justificação, Deus disse que a levaria completamente a termo, porque Judá sairia do cativeiro em Babilônia, sendo livrado por Ciro, rei da Média, de modo que o Seu conselho eterno se cumprisse no futuro conforme as boas promessas de salvação que foram feitas a Israel (Is 46.10).
Por causa do que seria feito por Ciro é dito que Babilônia seria encurvada e os seus ídolos seriam colocados sobre animais de carga, para serem levados para fora de Babilônia, e seriam um peso para estes animais assim como eram para os babilônios, porque não somente não poderiam lhes livrar, como também os conduziriam àquela ruína.
Mas quanto a Israel, em vez de ser uma carga para eles, Deus lhes vinha carregando no seu colo, desde que lhes havia formado no ventre, e até a sua velhice continuaria sendo o mesmo para eles, porque os levaria, carregaria e livraria, porque era um pai para o Seu povo (Is 46.3, 4).
A quem então poderia Deus ser comparado? Com os ídolos? Com estes que são uma carga para os homens, em vez de carregá-los, para acharem alívio e paz?
Que não podem responder e livrar alguém da sua tribulação? (v. 7)
Os transgressores de Israel foram portanto convocados por Deus a considerarem esta verdade e trazê-la sempre à memória (v. 8).
A recordarem sempre as coisas passadas desde a antiguidade, trazendo à memória os grandes feitos do Senhor em relação a Israel, e certamente isto se referia ao que fizera com eles desde os patriarcas até os seus dias; para que reconhecessem que não há outro Deus, senão somente Ele, e que não há ninguém que possa ser comparado com Ele (v. 9) - o único que pode nos justificar e salvar da escravidão ao pecado.