Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Sabedoria Para Viver Neste Mundo – Parte 1

 
Salomão deu muitas provas e exemplos da vaidade deste mundo e de tudo o que pertence a ele, e nos recomenda no 7º capítulo de Eclesiastes alguns meios apropriados para nos prevenirmos e agirmos de tal maneira sábia, que não sejamos enredados ou prejudicados pela instabilidade e impureza das coisas do mundo em razão do pecado.
Então são recomendados principalmente, boa reputação (v. 1); seriedade (v. 2 a 6); tranquilidade de espírito (v. 7 a 10); prudência na administração de nossos negócios (v. 11, 12); submissão à vontade de Deus (v. 13 a 15); evitar os extremos perigosos (v. 16 e 18); mansidão e ternura para com aqueles que nos ofenderam (v. 19 a 22); e finalmente Salomão lamenta a sua própria iniquidade juntando para si várias mulheres, que acabaram lhe afastando de Deus e impedindo que ele cumprisse os seus deveres (v. 23 a 29).
Tão fundamental é que se viva permanentemente na prudência e vigilância que são essenciais à manutenção da nossa santificação, que é melhor estarmos num funeral, do que num banquete festivo (Ec 7.2). Porque não somente aprendemos sobre quão breve é a nossa peregrinação neste mundo, como nada há num funeral que nos chame a sair de nosso estado de seriedade e humildade diante de Deus. Não há espaço para as paixões da carne se manifestarem na casa onde há luto. Todavia, dá-se o oposto onde há banquetes que têm por fim gerar alegria carnal.
Por isso se afirma também no verso 3 que é melhor a aflição do que o riso, porque a tristeza do rosto torna melhor o coração. Isto é uma referência especialmente às aflições que os cristãos fiéis sofrem neste mundo, sobre as quais Jesus alertou à Sua Igreja que por elas seria processado o crescimento da fé, e consumada a maturidade espiritual dos cristãos, porque sem tais aflições não se pode aprender paciência, experiência e esperança.
Onde há alegria carnal, o Espírito Santo se entristece, porque o Seu fruto de alegria e de paz, não são conformes a alegria e paz que procede do mundo e que consiste em simples consolações vãs que são oferecidas à alma, na tentativa de preencher o vazio da vida que somente a presença de Deus pode por um fim, pela manifestação da plenitude da vida de Cristo em nós, pelo Espírito.
Daí a conclusão do verso 4:
 
“O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria.”
 
Não se achará a verdadeira sabedoria na alegria carnal do mundo, e em tudo aquilo que o mundo busca para entreter a alma, porque o homem é espírito, e o espírito não pode estar vivo naqueles que não têm mortificado as paixões da carne.
Por isso Salomão afirma que:
 
“5 Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir alguém a canção dos tolos.
6 Pois qual o crepitar dos espinhos debaixo da panela, tal é o riso do tolo; também isso é vaidade.”
 
A partir do verso 7 até o 9, Salomão passa a considerar como se deve considerar a questão da opressão e do suborno, os quais, conforme ele afirma, tira do seu juízo equilibrado até ao próprio sábio.
 
“7 Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração.
8 Melhor é o fim duma coisa do que o princípio; melhor é o paciente do que o arrogante.
9 Não te apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira abriga-se no seio dos tolos.”
 
Salomão tinha reclamado muito das opressões que ele viu debaixo do sol, e que deram ocasião a muitas especulações que trouxeram tristezas e desânimos à sua devoção.
A opressão pode fazer com que um homem sábio fique irado, conforme vemos neste texto, mas o sábio deve evitar cair em tal tentação (v. 9).
Ele deve prosseguir agindo com paciência, porque toda opressão terá o seu fim, e assim será melhor aguardar com paciência o seu término, do que se tornar arrogante desde o princípio em que a opressão se manifestar.
Se o sábio perder a paciência debaixo das opressões que possa sofrer neste mundo, ele ficará sujeito à ira que se abrigará no seu coração, e será achado então na condição de um tolo e não de um sábio diante de Deus (v. 9).
Até mesmo um coração generoso está sujeito à tentação de se tornar arrogante quando debaixo de opressões.
As opressões às quais Salomão se refere, não se restringem apenas às injustiças do ímpios especialmente contra o próximo, mas também toda sorte de tribulação, especialmente, as que são produzidas pelos principados e potestades das trevas.
Por isso é necessário que se busque refúgio no Senhor, como Ele mesmo nos ordena na Sua Palavra.
 
“Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mt 11.28)
 
Não será lutando para remover a causa da opressão propriamente dita, que poderemos nos livrar dela ou mesmo achar descanso para as nossas almas, mas é clamando ao Senhor, esperando nEle, na expectativa de que Ele nos livrará a Seu tempo, que a opressão será vencida por nós, pela fé, ainda que estejam presentes as causas das coisas que vinham nos oprimindo, porque o Senhor será uma barreira entre tais causas (enfermidades, falta de provisão, ataques do Inimigo etc), e nós.
Nós entenderemos melhor o modo pelo qual convém nos comportarmos debaixo de opressões, no texto que usaremos de forma reduzida e adaptada da longa interpretação deste texto feita pelo puritano Thomas Bostons, especialmente sobre a afirmação do verso 13:
    
Ec 7.13:  “Considera as obras de Deus; porque quem poderá endireitar o que ele fez torto?”.
 
O propósito de Deus em afligir alguém para algum propósito de juízo ou de aperfeiçoamento espiritual haverá de ser cumprido pelo tempo que Ele determinou sem que ninguém possa mudar isto. Este é um dos principais significados de Ec 7.13.
 
O sofrimento não tem o propósito de ser algo em vão nas nossas vidas, do ponto de vista de Deus, pois tem determinado principalmente que através dele sejamos transformados segundo a Sua vontade e Palavra, para que Ele seja glorificado. A paciência na tribulação, no sofrimento que ela produz, é de grande valor para Deus, e também para nós, porque é por meio disto que aprendemos a ser pacientes e perseverantes nas coisas do Senhor, ensinando-nos a amar com o mesmo amor de Deus, que é sofredor, isto é, longânimo em sofrer em razão do pecado que há no mundo.

 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Veja tudo sobre as Escrituras do Velho Testamento no seguinte link:
http://livrosbiblia.blogspot.com.br/

Veja tudo sobre as Escrituras do Novo Testamento no seguinte link:
http://livrono.blogspot.com.br/

A Igreja tem testemunhado a redenção de Cristo juntamente com o Espírito Santo nestes 2.000 anos de Cristianismo.
Veja várias mensagens sobre este testemunho nos seguintes links:
http://retornoevangelho.blogspot.com.br/
http://poesiasdoevangelho.blogspot.com.br/

A Bíblia também revela as condições do tempo do fim quando Cristo inaugurará o Seu reino eterno de justiça ao retornar à Terra. Com isto se dará cumprimento ao propósito final relativo à nossa redenção.
Veja a apresentação destas condições no seguinte link:
http://aguardandovj.blogspot.com.br/ 
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 11/07/2014
Alterado em 11/07/2014
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras