Deus havia trazido um terrível juízo de morte a muitos israelitas por causa do pecado de idolatria do bezerro de ouro, e agora, traz aos sobreviventes daquele juízo um mais terrível ainda, pois declarara que a Sua presença não seria mais com o povo e estaria fazendo isto por misericórdia, para que não os consumisse em razão dos seus pecados.
E vale destacar o que a Palavra registra a respeito disso:
“E quando o povo ouviu esta má notícia, pôs-se a prantear, e nenhum deles vestiu os seus atavios. Pois o Senhor tinha dito a Moisés: Dize aos filhos de Israel: És um povo de dura cerviz; se por um só momento eu subir no meio de ti, te consumirei; portanto agora despe os teus atavios, para que eu saiba o que te hei de fazer.” (Êx 33.4,5).
A tristeza invadiu o coração dos israelitas e lhes foi ordenado pelo Senhor que retirassem então dali por diante os símbolos externos de alegria, que eram os enfeites que eles usavam, especialmente as mulheres, e eles obedeceram ao Senhor (v. 6).
Os enfeites que haviam sido usados para fabricar o bezerro de ouro, ficariam agora sem uso, mostrando a sua inutilidade quando não há verdadeiro motivo para a alma estar alegre, em razão do pecado.
O Senhor dissera que estaria ausente do povo, mas não de Moisés, e por isso este, sem abandonar o povo, se afastou deles e armou a tenda em que atendia e julgava, bem longe do arraial onde o povo estava instalado.
E Deus manifestava visivelmente a eles a Sua presença com Moisés pela nuvem que ficava à porta da sua tenda.
E do meio da nuvem o Senhor falava com Moisés.
Assim, todo aquele que desejasse buscar o Senhor teria que fazê-lo saindo do arraial e se dirigindo à tenda da congregação que estava bem longe do local onde o povo se encontrava (v. 7).
E quando o povo que estava no arraial via a coluna de nuvem à porta da tenda, eles se levantavam às portas das respectivas tendas e adoravam ao Senhor, de longe. (v. 10).
Esta era de fato uma cena para quebrantar qualquer coração.
Um povo humilhado, sem os seus atavios, adorando de longe por temor de se aproximar, mas Deus estava operando com isso uma tristeza que era para um arrependimento que dá vida, de modo que pudessem aprender quantas dores produz o pecado, e deste modo buscassem ter comunhão com Ele para serem fortalecidos pela graça, de modo a não viverem vencidos pelas cobiças da carne.
No verso 3 nós lemos Deus declarando acerca dos israelitas que não subiria com eles porque eram um povo de dura cerviz.
Isto revela que não é possível haver comunhão com Deus quando se tem uma cerviz endurecida.
Ela terá que ser curvada em atitude de verdadeira humildade e adoração.
O pescoço erguido e a cabeça altiva na presença de Deus encontrará certamente resistência porque Ele resiste ao soberbo, e somente concede graça a quem se humilha.
E o Senhor mandou Moisés dizer isto para que eles conhecessem a sua real condição (v. 5).
Deus os teria curado das suas disposições corruptas e produziria neles a retidão, mas eles eram teimosos e obstinados, e odiavam a idéia de serem transformados, e não queriam ter Deus reinando sobre eles.
Mas toda aquela situação estava dando ensejo a que o Senhor se revelasse de modo mais aprofundado a eles, e especialmente a Moisés, que totalmente desconfortado pela declaração de Deus de que não subiria com eles para Canaã, rogou ao Senhor que lhe desse a conhecer os Seus propósitos, para que pudesse conhecê-lo melhor, e achasse graça aos Seus olhos, como Ele havia declarado a seu respeito (v. 12 e 13).
Moisés esperava que Deus recuasse imediata e totalmente e declarasse que voltaria a estar presente com todo o povo.
Mas a resposta que obteve foi a promessa de que o Senhor estaria presente com ele lhe dando descanso (v. 14).
Mas Moisés não queria a presença de Deus somente para si, Ele queria para todo o povo, e assim continuou na Sua intercessão em que Ele se mostrasse favorável para com toda a nação (v 16), pois sabia que sem a presença do Senhor (v. 15) Israel não era nada, senão um povo comum, pois a forma de se revelar às nações que a graça de Deus era com eles, era exatamente em que Deus andasse com eles (v. 16).
E a intercessão de Moisés prevaleceu diante do Senhor (v. 17), não porque Israel o merecesse, mas porque Moisés havia achado graça diante de Deus.
E assim se dá o mesmo com a igreja de Cristo, que tem o favor da presença de Deus com ela, não porque o mereça, mas porque Jesus, o nosso Sumo Sacerdote, Advogado, Mediador, Salvador, achou graça diante de Deus em sua intercessão e obra em nosso favor.
E em face do atendimento do pedido que fizera a Deus Moisés se maravilhou com a Sua graça, e lhe rogou imediatamente em seguida que lhe mostrasse a Sua glória (v.18).
Um ser infinitamente santo e bondoso deveria ser cheio de uma também infinita glória, e Moisés desejou ardentemente conhecê-la.
E o Senhor respondeu ao nível de suas aspirações e disse que faria passar diante de Moisés toda a Sua bondade, e não todo o Seu poder.
O que estava encantando a Moisés era exatamente o caráter bondoso do Senhor, e era sobre esta bondade que ele queria conhecer, e como Deus conhece todos os nossos pensamentos e desejos, Ele leu os pensamentos e viu os sentimentos de Moisés, e lhe deu resposta ao nível do que estava sendo perguntado pelo seu coração.
E assim, seria revelado direta e claramente pela primeira vez, que a bondade divina é eletiva.
Deus não pode exercer misericórdia de forma indiscriminada e obrigatoriamente para com todas as pessoas, sem qualquer distinção, pois, em Sua soberania e sabedoria, Ele sabe exatamente quem não desperdiçará a manifestação da Sua bondade e misericórdia, e por isso age conforme declarou a Moisés no verso 19: “terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer.”.
E assim Moisés teria um melhor entendimento sobre a forma como Deus estava tratando com Israel, e saberia que Ele não pode, apesar da sua longanimidade, usar da mesma misericórdia tanto para com justos quanto para injustos.
Ele já havia declarado antes, nos dez mandamentos que faz misericórdia até mil gerações daqueles que o amam e guardam os seus mandamentos (20.6), mas que visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que o aborrecem (20.5). E o que estava ocorrendo era exatamente a demonstração prática desta verdade com a qual eles teriam que tratar dali em diante.
E a glória de Deus é a Sua bondade, e Ele se dará a conhecer a nós muito mais pela glória da Sua misericórdia e bondade do que pela glória da Sua majestade.
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A Igreja tem testemunhado a redenção de Cristo juntamente com o Espírito Santo nestes 2.000 anos de Cristianismo.
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A Bíblia também revela as condições do tempo do fim quando Cristo inaugurará o Seu reino eterno de justiça ao retornar à Terra. Com isto se dará cumprimento ao propósito final relativo à nossa redenção.
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