Não Há Vida Para o Corpo Separadamente da Cabeça
Assim como o corpo físico não pode sobreviver separado da cabeça, de igual modo o corpo espiritual não pode viver separado da Sua cabeça, que é Cristo.
Realmente é uma grande demonstração de falta de sabedoria abandonar a nossa firmeza de fé em Cristo e o seu ensino e o dos profetas e dos apóstolos, para o nosso aperfeiçoamento espiritual, para dar crédito a outras doutrinas, que são apresentadas como se fossem o evangelho, mas que na verdade não concordam com a doutrina de Cristo, porque afinal quem mais tem o poder de circuncidar o nosso coração, despojando-nos do velho homem pela identificação com a Sua morte?
Quem mais teria o poder de nos batizar na Sua própria morte e ressurreição de maneira que pudéssemos ser livrados do que recebemos de Adão e receber uma nova vida que nos tornou novas criaturas para Deus?
Quem mais ressuscitou dentre os mortos para que pudesse nos dar acesso a esta nova vida?
Além disso tudo, quem mais tem o poder para perdoar todos nossos pecados para que possamos ser vivificados da nossa morte espiritual, por causa da nossa união com Aquele que nos vivificou?
Ninguém além de Cristo poderia ter realizado todas estas coisas, e nos livrar da maldição da lei, que era uma dívida infinita que estava registrada na nossa conta pessoal por causa do nosso pecado.
Dívida esta que jamais poderíamos quitar com a nossa própria justiça e bondade.
Somente Cristo poderia remover esta dívida porque a pagou completamente até o último centavo e nada deixou para que fosse pago por nós.
Ele removeu a dívida e não as Suas ordenanças, isto é, os Seus mandamentos que deram causa a esta dívida, porque pelo fato de não cumpri-los perfeitamente nos tornamos grandes devedores de Deus.
Daí a sentença de morte da Lei que era contra nós.
O crente não é mais um endividado em relação a Deus porque Jesus pagou completamente a sua dívida.
Era esta dívida que dava aos principados e potestades malignos a condição de nos trazer, antes da nossa conversão, debaixo do domínio deles, porque estávamos sem Deus no mundo, por sermos Seus inimigos, por causa dos nossos pecados.
Todavia, desde que Cristo pagou a nossa dívida, os principados e potestades foram despojados por Ele do domínio que tinham sobre nós, de maneira que o trabalho deles ficou publicamente revelado quando Cristo morreu na cruz.
A conclusão lógica diante destas grandes verdades do evangelho é que os colossenses não deveriam permitir que fossem julgados quanto à genuinidade da sua fé e do seu progresso espiritual, através do ensino dos judaizantes que afirmavam a necessidade de se guardar a lei cerimonial de Moisés para a salvação, e cujas práticas consistiam em comidas e bebidas, e o cerimonialismo previsto na Lei para os dias de festa, da lua nova e do sábado, que eram apenas figuras, alegorias, ilustrações daquelas coisas que se cumpriram em Cristo.
Assim, eles não deveriam deixar se persuadir, até mesmo pelas coisas que se acham registradas na Palavra de Deus, mas que deveriam ser cumpridas somente no período do Velho Testamento, até que Jesus viesse e inaugurasse a Nova Aliança; que revogaria as prescrições cerimoniais e civis da Lei.
A Antiga Aliança, baseada na Lei se tornou antiquada, obsoleta e foi removida, conforme o ensino do Novo Testamento, e especialmente da carta aos Hebreus.
Ainda que algum israelita desejasse continuar praticando as ordenanças cerimoniais e civis da Lei, jamais deveriam se iludir que a salvação e progresso espiritual seriam devidos meramente ao cumprimento de tais práticas cerimoniais e civis; porque não há salvação que não seja somente pelo poder da graça, mediante a fé em Cristo.
Então os que praticassem tais coisas jamais poderiam afirmar que é por meio delas que se obtém a salvação e que se amadurece espiritualmente.