Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
“Todas as nações são perante ele como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como um vácuo.” (Isaías 40.17)
Por João Calvino
“Todas as nações”. Ele repete o que havia dito, que está no poder e à disposição de Deus destruir "todas as nações", sempre que julgar conveniente; e que, mesmo enquanto elas permanecem em sua condição atual, são contadas como nada diante dele. Mas pode ser considerado absurdo ele dizer que "as nações são nada", uma vez que Deus as criou, podem ser algo. Eu respondo, isso é dito por comparação; porque a depravação da mente humana é tal que obscurece a majestade divina, e coloca acima dela as coisas que deveriam ficar sujeitadas a Deus; e, por isso, quando chegamos a essa contestação, podemos corajosamente declarar que tudo o que é comparado com Deus é inútil. Nem Isaías fala apenas sobre a natureza do homem, tal como foi criado por Deus; mas seu objetivo é humilhar e restringir o seu orgulho, quando se aventura a exaltar-se contra Deus. Sabemos que não podemos subsistir, senão em Deus, em quem apenas, como declara Paulo, "vivemos, e nos movemos, e existimos" - Atos 17.28. Nada é mais inútil do que o homem; e, como diz Davi, "Somente vaidade são os homens plebeus; falsidade, os de fina estirpe; pesados em balança, eles juntos são mais leves que a vaidade." (Salmo 62.9).
Da mesma forma que Isaías afirma que "as nações nada são”, senão "menos do que nada", a fim de expor mais plenamente a sua fraqueza e vaidade.
Traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
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João Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 18/08/2014