Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Comentário de Levítico 26.29-33

 
Por João Calvino
 
Lev 26:29 Comereis a carne de vossos filhos e de vossas filhas.
Lev 26:30 Destruirei os vossos altos, e desfarei as vossas imagens do sol, e lançarei o vosso cadáver sobre o cadáver dos vossos deuses; a minha alma se aborrecerá de vós.
Lev 26:31 Reduzirei as vossas cidades a deserto, e assolarei os vossos santuários, e não aspirarei o vosso aroma agradável.
Lev 26:32 Assolarei a terra, e se espantarão disso os vossos inimigos que nela morarem.
Lev 26:33 Espalhar-vos-ei por entre as nações e desembainharei a espada atrás de vós; a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas.
 
“E comereis a carne de vossos filhos”. Este flagelo é ainda mais grave e terrível (do que os outros) e no entanto, sabemos que os israelitas foram feridos com ele mais de uma vez. Este ato selvagem seria incrível; mas aprendemos disto quão terrível é cair nas mãos do Deus vivo, quando os homens, por adicionarem crime a crime, não deixam de provocar a Sua ira. Jeremias menciona este caso monstruoso entre outros: “As mãos das mulheres outrora compassivas cozeram seus próprios filhos; estes lhes serviram de alimento na destruição da filha do meu povo.” (Lamentações 4.10) e, portanto, não sem motivo, ele lamenta que isto não tinha sido feito em outro lugar, que as mulheres devessem devorar os filhos que elas próprias haviam gerado (Lamentações 2.20). E no último cerco de Jerusalém, que na plenitude dos seus crimes foi, por assim dizer, o ato final da vingança de Deus, as pessoas ímpías ​​que estavam desesperadas para se manterem vivas, comumente partilharam deste alimento profano.
Quando Ele voltou a declarar que Ele "lançaria o cadáver deles sobre o cadáver dos seus ídolos" Ele revela pela própria natureza do castigo que a impiedade deles seria manifesta; porque os apóstatas têm um prazer maravilhoso em suas superstições, até que Deus apareça abertamente como o vingador de Seu culto. Mas que os seus ídolos deveriam ser lançados em uma pilha comum com os ossos dos mortos, foi como se o dedo de Deus indicasse a Sua abominação daquela falsa adoração. E então, porque o seu último recurso estava em sacrifícios, Ele declara que eles não seriam de qualquer proveito para a expiação; porque, na expressão "e não aspirarei o vosso aroma agradável", Ele engloba todos os ritos expiatórios, pela confiança deles nestas coisas em que eram mais obstinados. Depois Ele ameaça com o banimento, bem como com a desolação da terra; por qual punição Ele deixou claro que eles estavam totalmente extraviados, como iremos ver novamente um pouco mais adiante.
 
Traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
 

 
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João Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 23/08/2014
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