Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Comentário de Levítico 26.14

 
Por João Calvino
 
“Mas, se me não ouvirdes e não cumprirdes todos estes mandamentos;” (Lev 26.14)
 
(Nota do Pr Silvio Dutra: Na leitura de todos os comentários de Calvino que traduzimos do texto de Levítico 26.14-46, que trata das maldições previstas na Lei de Moisés para o povo de Israel em caso de desobediência à Aliança que Deus fizera com eles, deve ser levado em consideração que os juízos descritos apesar de serem inerentes àquela Antiga Aliança, descrevem de maneira muito vívida qual é o caráter de Deus e da Sua justiça, e o modo como Ele tratou com o Seu próprio povo de Israel para lhes conduzir na obediência à Aliança, de modo que pudesse ser a nação por meio da qual o Messias se manifestaria ao mundo na plenitude do tempo.)    
 
Até agora um convite amável foi exposto perante o povo em forma de promessas, em Lev 26.1-13, onde são descritas as bênçãos decorrentes da obediência à Lei, a fim de que a observância da Lei pudesse ser realizada de modo agradável; uma vez que, como já vimos, a nossa obediência é, então, apenas aprovada por Deus quando obedecemos voluntariamente. Mas, na medida em que a lentidão da nossa carne tem necessidade de ser estimulada, ameaças também são adicionadas para inspirar temor, e de qualquer forma para remover o que deveria ter sido realizado de forma espontânea. Pode parecer, de fato, que isto pode ser portanto inferido, que as ameaças são absurdamente equivocadas quando aplicadas para produzir a obediência à Lei, a qual deveria ser voluntária; pois aquele que é compelido pelo medo nunca vai amar a Deus; e este é o ponto principal na Lei. Mas o que eu já mostrei, vai em alguma medida servir para resolver esta dificuldade, a saber, que a Lei é mortal para os transgressores, porque os mantém sob aquela condenação da qual gostariam de ser libertados por presunções vãs; enquanto as ameaças também são úteis para os filhos de Deus para um propósito diferente, para que eles possam estar preparados para temer a Deus de todo coração, antes de serem regenerados, e também para que, após a sua regeneração, seus afetos corruptos possam ser diariamente subjugados. Porque embora desejem sinceramente dedicar-se completamente a Deus, eles ainda têm de lidar continuamente com os pecados que remanescem na carne. Assim, pois, embora o objeto direto das ameaças seja para alarmar os reprovados, ainda que igualmente se aplique aos crentes, com a finalidade de acelerar a sua lentidão, considerando como eles não são ainda completamente regenerados, senão que ainda se acham sobrecarregados com os resquícios do pecado.
 
Traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
 

 
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João Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 23/08/2014
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