Comentário de Colossenses 2: 17
João Calvino
“porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.” (Colossenses 2: 17)
“Que são sombras das coisas futuras”.
A razão pela qual ele liberta os cristãos da observância dos dias festivos da Lei, é que eles eram sombras numa época em que Cristo ainda não havia se manifestado, porque ele contrasta sombras com revelação e ausência com manifestação.
Aqueles, portanto, que ainda aderem a essas sombras, agem como aquele que deve julgar a aparência de um homem pela sua sombra, enquanto nesse meio tempo ele o tinha pessoalmente diante de seus olhos, porque Cristo é agora manifestado a nós, e por isso, vamos desfrutá-lo como presente.
O corpo, diz ele, é de Cristo, isto é, em Cristo, porque a substância das coisas que as cerimônias antigamente prefiguravam, agora é apresentada diante de nossos olhos em Cristo, na medida em que ele contém em si, tudo o que eles aguardavam para o futuro.
Assim, o homem que retorna às cerimônias do VT, ou enterra a manifestação de Cristo, ou furta Cristo de sua excelência, o torna dessa maneira, vão.
Assim, se qualquer um dos mortais assumir para si mesmo neste assunto o cargo de juiz, não vamos nos submeter a ele, na medida em que Cristo, o único juiz competente, nos liberta; pois quando ele diz: ninguém vos julgue, ele não aborda os falsos apóstolos, mas proíbe os Colossenses de ceder seu pescoço a exigências descabidas.
Abster-se, é verdade, de carne de porco, é em si inofensivo, mas a ligação de fazê-lo com o fim de se salvar ou se santificar é perniciosa, porque torna nula a graça de Cristo.
Se qualquer um perguntar:
"Que ponto de vista, então é para ser tomado de nossos sacramentos (ceia e batismo)?
Será que eles não representam também Cristo a nós como ausente?"
Eu respondo que eles são muito diferentes das antigas cerimônias, porque assim como os pintores não fazem no primeiro projeto uma imagem em cores vivas, (εἰκονικῶς) expressivamente, mas em primeira instância desenham linhas rudes e obscuras com carvão; então a representação de Cristo sob a lei não era polida, mas era como se fosse um primeiro esboço, porém nos sacramentos isto é visto retirado da vida.
Paulo, no entanto tinha algo mais em vista, pois ele contrasta o aspecto nu da sombra com a solidez do corpo, e lhes adverte que é próprio de um louco tomar posse de sombras vazias, quando está em seu poder lidar com a substância sólida.
Ainda, enquanto os nossos sacramentos representam o testemunho que ele foi uma vez manifestado; agora eles também o apresentam a nós, para ser desfrutado.
Eles não são, portanto sombras nuas; ao contrário, símbolos da presença de Cristo, porque eles contêm o Sim e o Amém de todas as promessas de Deus (2 Coríntios 1: 20), que foi uma vez manifestado a nós em Cristo.
Traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
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