Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Comentário de I Tessalonicenses 2.19,20
Por João Calvino
“19. Porque, qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda?
20. Na verdade vós sois a nossa glória e gozo.”
“Porque, qual é a nossa esperança”. Paulo confirma aquele desejo ardoroso, ao qual havia feito menção, porquanto tem a sua alegria de certo modo entesourada neles. “A menos que eu me esqueça de mim mesmo, necessariamente desejarei a vossa presença, pois sois a nossa glória e alegria”. Ademais, quando ele os chama de sua esperança e coroa da sua glória, não devemos entender isto como significando que se gloriava em qualquer outro além de Deus, e sim que podemos nos gloriar em todos os favores de Deus, em seu devido lugar, de tal modo que ele seja sempre o objeto do nosso alvo, conforme expliquei mais detalhadamente na primeira Epístola aos Coríntios. Contudo, devemos inferir a partir disto que os ministros de Cristo, no último dia, conforme individualmente promoveram o seu reino, serão participantes de glória e triunfo. Portanto, que eles aprendam agora a não se regozijar e a se gloriar em nada além do resultado próspero dos seus esforços, quando virem que a glória de Cristo é promovida pela sua instrumentalidade. A consequência será que eles serão estimulados por aquele espírito de afeição pela Igreja que deveriam ter. A palavra “também” denota que os tessalonicenses não eram os únicos em quem Paulo triunfava, mas que eles tinham um lugar entre muitos. A partícula causal gar (pois, porventura), que ocorre quase que logo após, é empregada aqui não em seu sentido estrito, com o propósito de afirmar – “certamente vós sois”.
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João Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 04/09/2014