Comentário de I Tessalonicenses 4.15
Por João Calvino
“Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.” (I Tessalonicenses 4.15)
“Dizemo-vos isto pela palavra do Senhor”. Paulo agora explica brevemente a maneira como os crentes serão ressuscitados da morte. Ora, como fala de algo que é mui formidável, e é inacreditável à mente humana, e também promete o que está acima do poder e da escolha dos homens, ele menciona de antemão que não apresenta algo que seja de si mesmo, ou que proceda de homens, mas cujo Autor é o Senhor. Contudo, é provável que a palavra do Senhor signifique o que fora tomado dos seus discursos. Pois, embora Paulo tivesse aprendido por revelação todos os segredos do reino celestial, não obstante, era mais apropriado para estabelecer nas mentes dos crentes a crença de uma ressurreição quando ele relatasse as coisas que haviam sido proferidas pela boca do próprio Cristo. “Nós não somos as primeiras testemunhas da ressurreição, mas antes o próprio Mestre a declarou”.
“Os que ficarmos vivos”. Isto foi dito por ele com o seguinte objetivo – que eles não pensassem que somente seriam participantes da ressurreição aqueles que estivessem vivos no tempo da vinda de Cristo, e que não teriam parte nele aqueles que haviam sido recolhidos antes pela morte. “A ordem da ressurreição”, diz ele, “começará com eles; portanto, não subiremos sem eles”. Através disto se mostra que a crença de uma ressurreição final era, nas mentes de alguns, superficial e obscura, e envolvida em diversos erros, porquanto imaginavam que os mortos estariam privados dela; pois pensavam que a vida eterna pertencia apenas àqueles que Cristo, em sua vinda final, encontrasse ainda vivos na terra. Paulo, tendo em vista remediar esses erros, atribui o primeiro lugar aos mortos, e depois ensina que se seguirão os que naquele tempo estejam permanecentes nesta vida.
Quanto à circunstância, embora, falando na primeira pessoa, fez a si mesmo como sendo um do número daqueles que estarão vivos no último dia, ele pretende com isto despertar os tessalonicenses para que a esperassem; e ainda, manter todos os crentes em suspense, para que não se comprometessem com algum tempo em particular; pois, admitindo que fosse por uma revelação especial que sabia que Cristo viria em um tempo relativamente posterior, contudo era necessário que esta doutrina fosse entregue a toda a Igreja, para que os crentes estivessem preparados em todos os tempos. Ao mesmo tempo, era necessário cortar assim todo o pretexto de curiosidade de muitos – conforme veremos depois ele fazendo isto em maiores detalhes. Quando, porém, diz nós, os que ficarmos vivos, ele faz uso do tempo presente ao invés do futuro, em harmonia com o idioma hebraico.
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João Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 05/09/2014