Comentário de I Tessalonicenses 4.17,18
Por João Calvino
“17. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
18. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.”
17. “E assim estaremos sempre”. Para aqueles que uma vez foram unidos a Cristo ele promete a vida eterna com ele, por cujas declarações os devaneios de Orígenes e dos Quiliastas são abundantemente refutados. Pois a vida dos crentes, quando uma vez forem reunidos em um reino, não terá mais fim do que a de Cristo. Ora, atribuir a Cristo mil anos, de modo que depois ele cessaria de reinar, seria terrível demais para se mencionar. Contudo, caem neste absurdo aqueles que limitam a vida dos crentes a mil anos, pois eles devem viver com Cristo enquanto o próprio Cristo existir. Devemos observar também o que ele diz: “estaremos sempre”, pois significa que somente nutrimos proveitosamente uma esperança de vida eterna quando esperamos que ela tenha sido expressamente designada para nós.
18. “Consolai-vos”. Agora Paulo explica mais abertamente o que eu disse antes – que na fé da ressurreição temos bom fundamento para consolação, desde que sejamos membros de Cristo, e estejamos verdadeiramente unidos a ele como a nossa Cabeça. Ao mesmo tempo, o Apóstolo não queria que cada um encontrasse para si alívio da tristeza, mas também o administrasse a outros.