Comentário de I Tessalonicenses 5.1,2
Por João Calvino
“1. Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva;
2. Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite;”
1. “Mas, acerca dos tempos”. Paulo agora, em terceiro lugar, lhes pede que abandonem uma inquirição curiosa e inútil quanto aos tempos, mas no entanto lhes admoesta a estarem constantemente em um estado de preparação para receber a Cristo. Contudo, fala em forma de antecipação, dizendo que eles não têm necessidade de que escreva acerca das coisas que os curiosos desejam saber. Pois isto é evidência de excessiva incredulidade não crer no que o Senhor prenuncia, a menos que assinale o dia por determinadas circunstâncias, e como que o aponte com o dedo. Portanto, como vacilam entre opiniões duvidosas aqueles que pedem que momentos de tempo lhes sejam assinalados, como se quisessem fazer uma conjectura a partir de alguma demonstração plausível, ele afirma portanto que discussões desta natureza não são necessárias para os que são piedosos. Existe também outra razão – que os crentes não devem desejar saber mais do que lhes é permitido aprender na escola de Deus. Ora, Cristo designou que o dia da sua vinda fosse ocultado de nós, para que, estando em expectativa, pudéssemos ficar em vigilância.
2. “Sabeis muito bem”. Ele põe o conhecimento exato em contraste com um desejo ávido de investigação. Mas o que é isto que ele afirma que os tessalonicenses sabem precisamente? Isto – que o dia de Cristo virá súbita e inesperadamente, apanhando os incrédulos de surpresa, como faz um ladrão com aqueles que estão dormindo. Porém, isto é contrário a sinais evidentes, que poderiam prenunciar de longe a sua vinda ao mundo. Por isso, era tolice querer determinar precisamente o tempo, a partir de presságios ou prodígios.
João Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 05/09/2014