Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Comentário de 1 Timóteo 1.2
Por João Calvino

“a Timóteo, verdadeiro filho na fé, graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor. (1 Timóteo 1.2)

“A Timóteo, meu verdadeiro filho”. Esta qualificação comunica grande honra a Timóteo, pois Paulo o reconhece como seu filho legítimo, não menos digno que seu pai, e deseja que outros o reconheçam como tal. De fato, ele enaltece a Timóteo como se ele fosse outro Paulo. Todavia, como seria isso consistente com o mandamento de Cristo: “A ninguém sobre a terra chameis vosso pai” [Mateus 23:9], e com a própria afirmação do apóstolo: “Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muito pais”; “não haveríeis de estar em muito maior submissão ao Pai dos espíritos” (1 Coríntios 4:15; Hebreus 12:9)? Minha resposta é que a alegação de Paulo de ser pai de forma alguma anula ou diminui a honra devida a Deus. Diz-se com frequência que, se uma coisa é subordinada a outra, não haverá conflito entre elas. Isso procede no tocante à reivindicação de Paulo ao título pai em relação a Deus. Deus é o único Pai de todos no âmbito da fé, porquanto regenera a todos os crentes pela instrumentalidade de sua Palavra e pelo poder de seu Espírito, e é exclusivamente ele que confere a fé. Aqueles a quem graciosamente lhe apraz empregar como seus ministros, ao fazer isso ele admite que participem de sua honra, todavia sem resignar nada de si próprio. Assim, Deus, e somente Deus, era, estritamente falando, o Pai espiritual de Timóteo; mas Paulo, que foi o ministro de Deus no novo nascimento de Timóteo, reivindica para si direito a este título, porém em segundo plano.
“Graça, misericórdia e paz”. Ao introduzir aqui a palavra misericórdia em segundo plano, ele se afasta de seu método usual, provavelmente em função de seu amor especial por Timóteo. Ele, porém, não está observando a ordem exata das palavras, porque ele coloca primeiro o que deveria ser colocado por último, designando a graça que emana da misericórdia. É em razão de ser misericordioso que Deus primeiro nos recebe em sua graça, e então prossegue nos amando. Mas é perfeitamente normal mencionar a causa e em seguida o efeito, à guisa de explicação. Já discorri sobre a graça e a paz em outras ocasiões.

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João Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 07/09/2014
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