Comentário de 2 Tessalonicenses 1.8
Por João Calvino
“Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo;” (2 Tessalonicenses 1.8)
“Tomando vingança”. A fim de melhor persuadir os crentes que as perseguições que agora sofrem não ficarão impunes, Paulo ensina que isto também envolve os interesses do próprio Deus, porquanto as mesmas pessoas que perseguem os que são piedosos são culpadas de rebelião contra Deus. Por isso, é necessário que Deus inflija vingança sobre eles, não apenas com vistas à nossa salvação, mas também por causa da sua glória. Ademais, esta expressão, tomando vingança, relaciona-se com Cristo, pois Paulo sugere que este ofício lhe é atribuído por Deus Pai. Pode-se questionar, porém, se é lícito desejarmos a vingança, pois Paulo a promete como se pudesse ser licitamente desejada. Respondo que não é lícito desejar vingança contra ninguém, porquanto somos ordenados a desejar o bem a todos. Além disso, embora possamos de um modo geral desejar vingança contra os ímpios, ainda assim não devemos discriminá-los, devemos desejar o bem de todos. Ao mesmo tempo, a ruína dos ímpios pode ser licitamente esperada com anseio, desde que reine em nossos corações um puro e devidamente regulado zelo por Deus, e não haja nenhum sentimento de anseio excessivo.
“Que não conhecem”. Ele distingue os incrédulos por estas duas marcas – que eles não conhecem a Deus, e não obedecem ao evangelho de Cristo. Pois, se não é prestada obediência ao evangelho através da fé, como ele ensina no primeiro e último capítulos da Epístola aos Romanos (Rom 1.18; 16.17), a incredulidade serve de ocasião à sua resistência. Ao mesmo tempo ele os acusa de ignorância acerca de Deus, pois um conhecimento vivo de Deus produz por si mesmo reverência para com ele. Por isso, a incredulidade sempre é cega, não como se os incrédulos estivessem totalmente privados de luz e inteligência, mas porque têm o entendimento entenebrecido de tal modo que, vendo, não veem (Mt 13.13). Não é sem um bom motivo que Cristo declara que “esta é a vida eterna, que te conheçam por único Deus verdadeiro, etc.” (João 17.3). Portanto, pela falta deste salutar conhecimento, segue-se o desprezo a Deus, e, por fim, a morte. Sobre este ponto tratei mais diretamente ao comentar o capítulo primeiro de Primeira aos Coríntios.
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João Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 10/09/2014