Auxílio e Hospitalidade
Por João Calvino
“compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade;” (Romanos 12.13)
“Comunicando com as necessidades, etc”. Paulo retorna aos deveres de amor; dos quais o principal é fazer o bem àqueles de quem esperamos a menor recompensa. Como então geralmente acontece, que são especialmente desprezados aqueles que são mais do que outros, oprimidos com carências e que necessitam de ajuda (porque os benefícios que lhes são conferidos são considerados por muitos como perdidos) Deus os recomenda a nós de uma forma especial. Na verdade, é somente então que provamos ser o nosso amor genuíno, quando aliviamos os irmãos necessitados, não por outro motivo, senão pelo de exercer a nossa benevolência. Agora, a hospitalidade não é um dos menores atos de amor; isto é, que a bondade e generosidade sejam mostradas em relação a estranhos, pois eles estão, na maior parte destituídos de todas as coisas, estão longe de seus amigos; ele recomenda, portanto, claramente isso para nós. Por isso, vemos que quanto mais alguém é negligenciado pelos homens, mais devemos estar atentos às suas necessidades.
Observe também a idoneidade da expressão, quando ele diz, que devemos comunicar com as necessidades dos santos; pela qual ele afirma que devemos aliviar as necessidades dos irmãos, como se estivéssemos aliviando a nós mesmos. E ele nos manda ajudar especialmente os santos porque apesar do dever de o nosso amor ser estendido a toda a raça humana, ainda deveria com sentimento peculiar abraçar a família da fé, aqueles que são, por um vínculo mais estreito, unidos a nós.
Traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
João Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 11/09/2014