Comentário do 3º Capítulo do Profeta Malaquias
Ainda que Israel estivesse sendo infiel à aliança que o Senhor havia feito com eles, no entanto, Ele permaneceria fiel e cumpriria tudo o que lhes havia prometido, uma vez que os Seus propósitos eternos não podem ser frustrados.
O Messias viria ao Seu templo para restaurar todas as coisas, e a Sua vinda seria repentina, mas seria precedida por um mensageiro que lhe prepararia o Seu caminho (João Batista).
Jesus era o Anjo da aliança que havia guiado os israelitas no deserto, o qual eles desejavam ver de novo nos dias de Malaquias.
Ele viria, mas não do modo que os israelitas esperavam, porque viria para santificar o Seu povo, como um fogo de ourives que separa a escória do ouro, como um sabão dos lavandeiros, que limpa a sujeira.
Deus requer ofertas em justiça, e para tanto, os ofertantes devem ser justificados e purificados. Este trabalho é feito pelo Messias através do fogo e do lavar do Espírito Santo, que Ele dá a todo aquele que nEle crê.
Aqueles que em Judá e Jerusalém fossem purificados pelo Messias, seriam aceitos pelo Senhor, e tanto eles quanto as suas ofertas Lhe seriam de novo agradáveis, como no princípio, nos dias antigos, quando o povo andou em conformidade com a Sua vontade, como por exemplo, nos dias de Josué.
Deus seria uma bênção para os justificados e purificados pelo Messias, mas seria um juízo contra os feiticeiros, os adúlteros, os que juram falsamente, contra os que defraudam o trabalhador em seu salário, a viúva, e o órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro, e que não O temiam (v. 5).
Na verdade, todos de Israel não eram consumidos, não por causa do próprio mérito e justiça deles, mas porque o Senhor é imutável em Sua fidelidade e misericórdia em cumprir as boas promessas que fez para o Seu povo (v. 6).
O povo sempre andou errado para com Ele, desde os dias dos patriarcas, e se desviou dos seus estatutos e não os cumpriram (v. 7).
Contudo, mesmo a um povo infiel o Senhor permanece fiel, chamando-o ao arrependimento (v. 7).
E uma das formas de os israelitas evidenciarem que haviam retornado de fato para Deus é declarado a partir do verso 8:
Não Lhe roubando nos dízimos e nas ofertas alçadas.
Ambos eram determinações específicas da Lei de Moisés, que a propósito enumerava diversos tipos de ofertas e o modo da sua apresentação, especialmente para a manutenção do ministério e do serviço do santuário. O dízimo para o sustento dos levitas e dos sacerdotes, e as ofertas alçadas, para a manutenção dos serviços do templo de Deus.
Os israelitas sempre se desviavam do cumprimento desta ordenança, e este havia sido um dos motivos de os levitas não cumprirem fielmente o dever deles em Israel.
Nós vemos mesmo nos dias de Neemias quando ele havia restaurado o serviço do templo, que os levitas voltaram para suas possessões porque o povo estava sendo infiel nos dízimos e nas ofertas, de modo que os levitas não podiam ser sustentados vivendo somente dos serviços da casa de Deus, conforme lhes era ordenado pela Lei na Antiga Aliança.
Por isso há uma promessa de bênção feita através do profeta Malaquias, para eles, associada ao ato de obediência a estes dois mandamentos da Lei.
Em vez de serem amaldiçoados, como estava acontecendo, Israel seria abençoado caso cumprisse a ordenança relativa aos dízimos e às ofertas, para que o serviço do templo e do ensino da Lei em Israel, não sofresse pela falta de recursos.
Certamente, isto não é tudo, porque os sacerdotes e escribas dos dias de Jesus viviam em grande abastança, resultado da exploração do povo e de um serviço religioso corrompido. Não era de modo nenhum pela falta de bens que eram infiéis no serviço que deveriam prestar para Deus.
No entanto, a carência total de recursos, paralisaria aquele ministério.
A falta de piedade de todo o povo de Israel nos dias de Malaquias levava-os a considerarem que servir a Deus era perda de tempo e de recursos. Afinal, as nações ímpias, com seus falsos deuses prosperavam e não sofriam juízos conforme o que eles próprios, israelitas, haviam experimentado ao longo da sua história como nação.
Contudo, Deus chamou tal atitude de palavras agressivas dirigidas contra Ele.
E lhes falou acerca do juízo vindouro, no qual se verá a diferença entre o justo e o ímpio, entre aquele que serve a Deus, e o que não O serve; porque aqueles que são do Senhor, ainda que sofram injustiças neste mundo, serão poupados por Ele no juízo final, porque são o seu tesouro particular, e são como filhos, que são poupados pelo pai ao qual eles servem (v. 16 a 18).
Malaquias 3
“1 Eis que eu envio o meu mensageiro, e ele há de preparar o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, e o anjo do pacto, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos exércitos.
2 Mas quem suportará o dia da sua vinda? e quem subsistirá, quando ele aparecer? Pois ele será como o fogo de fundidor e como o sabão de lavandeiros;
3 assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata, até que tragam ao Senhor ofertas em justiça.
4 Então a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, e como nos primeiros anos.
5 E chegar-me-ei a vós para juízo; e serei uma testemunha veloz contra os feiticeiros, contra os adúlteros, contra os que juram falsamente, contra os que defraudam o trabalhador em seu salário, a viúva, e o órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos exércitos.
6 Pois eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.
7 Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes. Tornai vós para mim, e eu tornarei para vós diz o Senhor dos exércitos. Mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
8 Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.
9 Vós sois amaldiçoados com a maldição; porque a mim me roubais, sim, vós, esta nação toda.
10 Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança.
11 Também por amor de vós reprovarei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; nem a vossa vide no campo lançará o seu fruto antes do tempo, diz o Senhor dos exércitos.
12 E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos.
13 As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Que temos falado contra ti?
14 Vós tendes dito: inútil é servir a Deus. Que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante do Senhor dos exércitos?
15 Ora pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam; sim, eles tentam a Deus, e escapam.
16 Então aqueles que temiam ao Senhor falaram uns aos outros; e o Senhor atentou e ouviu, e um memorial foi escrito diante dele, para os que temiam ao Senhor, e para os que se lembravam do seu nome.
17 E eles serão meus, diz o Senhor dos exércitos, minha possessão particular naquele dia que prepararei; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve.
18 Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que o não serve.”
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 05/11/2014