Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos
Alegria e Paz na Comunhão com Jesus
Quando descobrimos quem é de fato o Senhor Jesus, e o quanto Ele nos ama e cuida de nós, a consequência natural é que nos regozijaremos sempre nEle, e manifestaremos isto com a nossa adoração e louvor voluntários, com alegria de coração.
Quando crescemos no conhecimento da graça e de Jesus, e passamos a conhecer cada vez melhor qual é o caráter amoroso, justo e bondoso do nosso Rei, nada deste mundo poderá nos tornar insatisfeitos.
Tudo suportaremos por amor a Ele com alegria em nossos corações, não somente como expressão de nossa gratidão, mas, sobretudo, porque será impossível viver de outro modo, estando permanentemente em espírito diante da Sua Grandeza e Majestade.
Ainda que sejamos contristados por breve tempo com muitas aflições, estas não podem roubar a alegria que temos em nossa comunhão com o Senhor.
Podemos dizer juntamente com o apóstolo Paulo, as seguintes palavras:
"2Co 4:8 Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados;
2Co 4:9 perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos;
2Co 4:10 levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo."
Esta alegria sobrenatural, que é fruto do Espírito habita em nosso coração de tal maneira, que podemos ser achados contentes em toda e qualquer circunstância. Nós podemos aprender isto, assim como Paulo havia aprendido (Fp 4.11).
A alegria e coroa dos ministros do evangelho é ver que seus amados irmãos, que estão sob o seu cuidado permanecem firmes no Senhor, perseverando na fé em meio às tribulações que têm que enfrentar neste mundo, com a plena convicção de que por maiores e duradouras que sejam estas tribulações, pode ser dito que são leves e passageiras comparadas com o peso de glória a ser revelado àqueles que perseveram (2 Cor 4.16,17).
Agora, esta alegria que os crentes têm em Cristo não é uma alegria carnal, ou seja, que tenha seus motivos na carne. É alegria puramente espiritual.
Nem mesmo as nossas presentes necessidades neste mundo são motivo para nos roubar esta alegria espiritual no Senhor, porque devemos aprender a não andar ansiosos por coisa alguma, ao mesmo tempo em que devemos fazer conhecidos os nossos pedidos diante de Deus, por meio da oração e da súplica, sendo-Lhe grato pelas respostas que nos der, ainda que seja um “não”, ou um “espere”; porque é somente assim, reconhecendo Sua soberania, que a Sua paz poderá guardar nosso coração e pensamento, em nossa comunhão com Cristo Jesus (Fp 4.6).
Como esta alegria é fruto da graça, onde ela estiver presente também será achada a paz espiritual, que é outro fruto da graça. Esta paz não significa ausência de problemas ou a realização de todas as nossas aspirações. A paz que Deus nos dá é sobrenatural. Ela não pode ser explicada pela razão, porque excede todo o entendimento.
É paz comunicada diretamente ao nosso espírito, pelo Espírito de Deus. Ela não é o fruto dos nossos pensamentos. É paz no meio do conflito, a qual nos visita muitas vezes inesperadamente; vinda do alto, como resposta à nossa oração e comunhão com o Senhor, e permanece em nós ao lado da gratidão, da alegria e do amor, enquanto permanecermos nesta comunhão.
Deste modo, é requerida uma real santificação de nossas vidas para a preservação desta alegria, paz e comunhão com Deus. Sem santificação não podemos ter o nosso pensamento fixado naquilo que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, de boa fama e que possua virtude e louvor (Fp 4.8).
Não admira, portanto que aqueles que vivem em comunhão mental com coisas que sejam abomináveis ao Senhor, se queixem de terem falta de alegria e paz espiritual.
Eles poderão até mesmo exibir um comportamento alegre, mas será uma alegria oriunda da carne, e não do Espírito Santo, cujo fruto é também alegria.
Deus é inteiramente santo e justo. Ele é luz perfeita. Ele é perfeito amor e bondade.
Então, que comunhão poderíamos ter com Ele, nos agradando de coisas que são das trevas e rejeitando aquelas que são da luz?
A nossa mente corrompida pelo pecado original deve ser renovada pelo Espírito Santo, com a Palavra de Deus e as coisas que são aprovadas, a saber, que são verdadeiras, honestas, justas, puras, amáveis, e que possuam boa fama, virtude e louvor.
Por isso não é possível amar o mundo, as coisas reprovadas que há no mundo, e ter ao mesmo tempo, o amor e a aprovação de Deus.  
Não há um caminho fácil para a paz.
Não há um caminho fácil para a consolação do Espírito Santo, porque Ele sempre santificará primeiro, e depois consolará.
Não se pode contar com Sua consolação enquanto permanecemos deliberadamente na prática do pecado, amando as trevas, em vez da luz; mas, todo aquele que se consagrar ao Senhor, sujeitando-se à disciplina do Espírito Santo poderá dizer junto com o apóstolo:
“posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 11/11/2014
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