Memórias e Visões do Cárcere Hospitalar
Este livreto foi escrito enquanto encontrava-me internado num hospital público municipal do Rio de Janeiro-RJ nos meses de maio e junho de 2015.
Tudo estava escrito diante de Deus, mas os acontecimentos na Terra começaram a ter lugar na primeira quinzena de maio de 2015, quando em meu escritório, de manhã, abria o coração com minha esposa e compartilhava com ela o quanto me doía verificar depois de anos a fio de orações e aplicações, as mais exatas possíveis da Palavra de Deus, o quanto havia ainda no povo certo envolvimento com as coisas do mundo, e uma grande frieza para com as coisas de Deus.
Pedimos misericórdia ao Senhor, e que de uma forma miraculosa, que somente Ele poderia fazer pelo Seu Espírito, fizesse uma reversão naquele quadro tão triste. Tão logo nos levantamos da oração, me veio ao pensamento a ideia de pedir a cada membro da congregação que escrevesse em poucas linhas qual era a visão que eles tinham do relacionamento do crente com as coisas do mundo, e que cada um relatasse qual era a sua posição a respeito.
Uma das minhas ovelhinhas queridas não fez por esperar, e nas próximas duas horas seguintes me enviou um email no qual rasgara seu coração perante Deus em completa sinceridade, confirmando o quanto vinha Lhe negligenciando nos últimos meses e que a qualidade se sua vida espiritual havia caído muito, apesar do grande sucesso que vinha obtendo em sua vida secular.
Ao ser visitado por minha esposa encontrava-se quebrantada, clamando pela misericórdia de Deus. Sua irmã que a visitava e se encontra desviada juntou-se a ambas, também em lágrimas e grande quebrantamento.
Poucos dias depois, ainda na mesma semana, comecei a sentir dores no peito e um grande desconforto, vindo a enfartar na noite de sábado (16/05). Levado às pressas para a emergência do Hospital Salgado Filho apresentei duas paradas cardíacas, das quais fui restaurado pelo braço do Senhor, pois os procedimentos de reanimação não haviam sido iniciados, fato que causou grande admiração na equipe médica presente, que a uma voz afirmavam nunca terem visto algo parecido.
Desde então pude perceber algumas mudanças importantes que haviam ocorrido em meu espírito.
1º Perdi completamente o medo da morte, ou seja, o apego à minha vida.
2º Ganhei uma ousadia até então desconhecida, para confrontar a impiedade dos homens – grandes ou pequenos – sem temer a face do homem, ou para me prevenir de qualquer retaliação da parte deles.
Descobri em mim o mesmo espírito que estava no Senhor Jesus, nos apóstolos e nos profetas quando confrontaram as autoridades religiosas de Israel. E, nada disso por motivo de imoderação ou desaforo, mas simplesmente por amor à Palavra do Senhor.
Há um túnel secreto no qual o espírito do homem pode e deve se encontrar com o de Deus. Quando oramos e louvamos, mas se permanecermos na entrada do túnel e não encontrarmos a Deus, então nossas orações e louvores são vazios, nós permanecemos vazios e nada especial acontece.
Mas, se buscarmos encontrá-Lo, e Ele vem ao nosso encontro no túnel secreto da comunhão, então tudo se torna diferente; nossos louvores e orações ficam cheios de vida, a presença do Senhor nos reveste da Sua plenitude, e tudo passa a ter significado em nosso viver.
Esta seria uma melhor forma de dizermos que você deve orar e louvar a Deus todos os dias, pois isto soa muito mecânico e dogmático, e não raro pode nos desestimular da tarefa antes mesmo de começá-la. Porém, quando pensamos na doçura, na paz e alegria em nosso espírito com Deus, nossa alma e espírito se elevam na busca dAquele que preenche todas as coisas, e é o bem mais precioso que teremos nesta vida e no porvir.
É no encontro do túnel que novas canções de louvor, novas formas de oração, novas revelações espirituais e celestiais acontecem. E, nada disto é feito por obrigação, porque o próprio Senhor nos atrai como um ímã para junto do Seu coração; e ali somos inspirados e sequer conseguimos parar de exaltar o Seu grande nome.
Multidões caminham diariamente pelo vale da indecisão, muitos que até pensam estar muito envolvidos com o servir a Deus.
Mas qual a garantia que podemos ter de estarmos caminhando efetivamente com Ele, em serviço e em comunhão amorosa?
Sabedor que em sua grande maioria o Seu povo não é capacitado para lhe prestar, por si mesmo, grandes serviços, o Senhor pouco mais exige do que culto de adoração e louvor. E mesmo nisto, muitos falham porque pensando nada mais terem a oferecer a Deus, ocupam-se apenas com seus assuntos mundanos.
Com isto perdem o rumo da presença de Deus, e com ele aquela doce sensação de paz, alegria e louvor de espírito.
E isto pode ser vivenciado num hospital em que os interesses dos assuntos sobre o corpo sobrepujam em muito os relacionados à alma e ao espírito.
Para a grande maioria da equipe do hospital não passamos apenas de um corpo, sendo esquecido que espírito, alma e corpo estão inter-relacionados, que um não pode viver sem o outro, enquanto estivermos aqui nesse mundo.
No afã de curarmos o corpo podemos negligenciar o espírito e a alma, ou seja, literalmente todas as faculdades das quais são dotados, por exemplo na alma, a vontade, a razão, a emoção, a imaginação etc; no espírito a consciência, a intuição, a direção própria etc.
Jesus foi inteiramente direto e sincero quanto a tudo que se refere à nossa real constituição, a tudo que somos, sendo consideráveis responsáveis perante Deus em razão de termos sidos criados à sua imagem e semelhança.
Imagem e semelhança esta da qual muitos duvidam, quando olhamos ao nosso redor e verificamos ali muito mais o espelho das atitudes que são pertinentes ao diabo, do que aquelas que são propriamente inerentes à divindade.
Sem o conhecimento da causa e efeito destas coisas e em razão de um juízo precipitado do que afinal o mundo de Deus deve ser, ficamos acomodados numa falsa teologia de que Deus provê afinal tanto o bem quanto mal.
Todavia, para que este tipo de juízo não ficasse à mercê de homens sem esclarecimento e de mentalidade corrompida, temos no Senhor uma revelação real de seus atributos e caráter e tudo que ordenou na Bíblia para testemunho das diversas gerações que o bem é algo que lhe pertence inerentemente, e o mal foi o resultado do afastamento da sua presença e de seus atributos morais. Lembremos que o gênero humano foi criado no início por Deus na terra sem qualquer pecado.
Por que o Deus que é todo poderoso permitiu a entrada do mal na sua criação perfeita, bondosa e amorosa? Onde o desejo e felicidade inicial de cada um se encontrava justamente em fazer o bem ao seu próximo?
Sabemos inclusive que desde então este fazer o bem ocorrerá no meio de grandes lutas espirituais para subjugar os poderes do mal - sem o que não será possível praticar o bem em face de tal interposição maligna.
A Bíblia está repleta de exemplos destas resistências de satanás que tiveram que ser removidas para que finalmente triunfasse a causa do bem.
Vimos, portanto, quão preponderante é o enfrentamento e subjugação destas forças malignas para que se cumpra a obra de Deus.
E muito disto é atingido quando por amarmos ao Senhor e ao evangelho já não temos mais a nossa vida como preciosa aos nossos olhos, e somos tomados da coragem que habitou nos apóstolos e em todos os mártires da Igreja, porque para eles era mais importante dar testemunho da verdade contra o erro satânico, do que preservarem a própria integridade física.
Aqui repousa o brilho e o triunfo do evangelho, que por amor a Deus, aos irmãos, ao evangelho, que se pregue e que se faça tudo o que seja relativo à verdade sem importar o que ganharemos ou perderemos com isto, desde que o grande nome do Senhor seja glorificado.
Tive uma visão na qual o Senhor me mostrava um enorme cone de bronze brilhante, multifacetado, e formado por elos, o qual se elevava muito acima da Terra, e uma voz poderosa me dizia:
“Esta é a minha Lei e por fim hei de estabelecer em toda a Terra!”
Imediatamente compreendi em espírito o significado daquela visão que será cumprida no tempo do fim.
A Lei santa e perfeita do Senhor foi dada por Ele para que os homes se amassem e se respeitassem pelo devido temor a Deus e por conseguinte por receberem graça da Sua parte para o cumprimento de todos os testemunhos fiéis dados através de Moisés e dos profetas até a revelação completa em Jesus Cristo.
Mas sabemos o quanto esta Lei celestial foi pisada, desprezada e transgredida pelos homens. O que deveria ser o elo da sua unidade foi transformado em um meio de disputas e maquinações políticas. Acrescente-se a isto que os judeus corromperam totalmente o propósito e o significado da Lei do Senhor.
Daí então a visão nos falar de uma restauração futura da Lei, para um povo que seja digno de recebê-la e vivê-la, a saber, os que teriam a Lei inscrita em suas mentes e corações por causa de terem sido lavados no sangue de Jesus; pois aqueles que não são dignos dela voltariam a calcá-la sob seus pés, e por isso, por não viverem segundo a Lei, serão destruídos pela maldição da Lei contra aqueles que a transgridem.
É de suma importância entender, que logo ao pronunciar aquele que tinha sido o Seu primeiro discurso público diante das multidões de Israel, que nosso Senhor Jesus Cristo não se apresentou a eles como alguém cujo propósito e missão principal seria curar enfermos físicos, expulsar demônios ou efetuar muitos milagres e maravilhas no mundo físico para que ficassem extasiados com a bondade e misericórdia de Deus para com eles, em lhes ter enviado um rei tão poderoso, que certamente, segundo eles, poria um fim à longa dominação dos romanos.
Entrementes, para a perplexidade de muitos, não foi isso que Ele fez a princípio; ao contrário, tratou de restabelecer o lugar de honra da Palavra de Deus entre eles. De dar o devido valor aos mandamentos que por séculos eles vinham adulterando. Principalmente os líderes religiosos, a quem cabia a guarda sagrada da Lei por Israel, e que foram os primeiros a misturá-la, inclusive com os ensinos ocultistas de Zoroastro, enquanto estiveram no cativeiro em Babilônia, para a formação da Cabala, que muito judeus tinham em tanta estima.
Acrescente-se a isto, os interesses comerciais que por influência deles passou a dominar em Israel, sob o disfarce de um templo majestoso edificado por Herodes, por mais de 40 anos, que de fins piedosos e cultuais nada tinha, senão aumentar o séquito anual de peregrinos para visitar as majestosas edificações do templo, e assim, tanto o reino dos judeus quanto dos romanos lucrava exorbitantemente com os impostos cobrados e serviços que eram realizados no templo e suas imediações.
Séculos de rapinagem se passaram até que se manifestou o Filho de Deus para a restauração da honra e do culto de Israel que haviam sido instituídos desde os dias de Moisés, cerca de 1500 anos antes.
Então, multidões seguiram Jesus ao monte, porque haviam visto as muitas curas e milagres que Ele havia realizado. Talvez, com muitos tenho a expectativa de receberem a sua parte de milagres e curas, aproximaram-se dEle, e deve ter sido com não muito pouco desgosto o que ouviram.
Primeiro, nas bem-aventuranças Ele destacou que as bênçãos eternas do Reino de Deus não eram para todos que as desejassem, mas para aqueles cujas qualificações espirituais Ele tratou de enumerar em seguida.
- Humildade de espírito;
- Os que choram por causa de seus pecados e natureza terrena pecaminosa;
- Os mansos de espírito, ou seja, os que se submetem à vontade de Deus;
- Os que são famintos e sedentos pela justiça de Deus;
- Os que usam de misericórdia para com o seu próximo;
- Os que são limpos de coração;
- Os pacificadores que lutam e oram para que a paz de Deus prevaleça na Terra;
- E, finalmente aqueles que dentre estes comprovam que foram tais pessoas, porque foram duramente perseguidos pelos ímpios.
É bem possível que nesta altura do discurso, muitos estivessem se retirando ou se queixando contra Ele.
Eles esperavam grandezas, benesses e teriam que ouvir este tipo de coisas?
Todavia, nosso Senhor nada lhes falou de novo, porque tudo isto estava contido na Lei e nos profetas, ou seja, nas Escrituras do Velho Testamento.
Mas tal era o desprezo deles pela Lei, que não poderiam então reagir de outra forma senão desprezar o que lhes estava sendo dito. Ele continuou arrazoando com eles nos seguintes termos: Ora, se os guardiões da Lei de Deus eram o sal da Terra, porque é pela aplicação e amor à Lei que se evita a corrupção pecaminosa, de que lhes adiantaria carregarem o nome de povo de Deus, se faltava em seus corações o sal e a ousadia da Lei para enfrentarem a putrefação espiritual e moral do mundo?
Israel havia sido acendido como o luzeiro de Deus para iluminar e ensinar o caminho do amor, da verdade e da justiça, especialmente às nações pagãs, mas como eles se envergonharam desta missão, e em vez de elevar bem alto os preceitos da Lei para iluminar o entendimento da Lei, acharam conveniente esconder a luz debaixo do alqueire, de modo que ninguém, nem eles próprios fossem iluminados.
Assim, antes de destacar os pontos importantes da Lei, o Senhor repreendeu Israel pela prevaricação e covardia deles, de modo a que pudessem entender melhor no que e porque haviam falhado tão horrivelmente no compromisso que tinham para com o seu Deus.
Cansados dos preceitos legais e rituais da Lei, sonhavam que alguém viesse e lhes dissesse finalmente:
-“Vocês estão livres de todas estas obrigações legais.”
-“Vim da parte de Deus para lhes dizer que são livres para estabelecer o seu próprio modo de vida feliz.”, ou ainda:
-“Eu vim para satisfazer todos os seus desejos.”
Todavia, foi algo bem diferente o que ouviram dos lábios de Jesus:
“Parem de pensar que Eu vim com o propósito de destruir a Lei, ou então para profetizar que algum dia Deus lhes dará um líder para realizar este propósito. Muito ao contrário, vim para restabelecer a Lei e restaurá-la à sua antiga honra. Vim para que cada preceito ou mandamento, por menor que seja, venha a ser ensinado e cumprido por vocês. Sem isto, o que vocês terão é uma justiça aparente, falsa, enganosa, com a maldade da que possuem os escribas e fariseus.”
Deus não quer religiosos espiritualistas interesseiros, mas pessoas que O amem e sejam verdadeiramente convertidas a Ele. Há um sentido espiritual, um significado interior na Lei que os corações não santos jamais conseguirão enxergar.
Como Jesus disse que não veio revogar a Lei e os Profetas, incorrem, portanto, em grande erro aqueles que passaram a ter a Lei em pouca conta sob o falso argumento que ela foi anulada pela graça.
Paulo afirma expressamente que não se anulam as obras da Lei por causa da fé; pelo contrário, antes são confirmadas pela fé, pois somente uma fé genuína pode testificar acerca da perfeição da Lei de Deus.
Até mesmo os mandamentos civis e cerimoniais da Lei continuam atestando de forma perfeita acerca do caráter e da obra de Cristo.
Assim, ao cumprir a Lei e morrer em nosso lugar em cumprimento à exigência perfeita da Lei, Cristo não revogou ou anulou a Lei, mas se interpôs por um ato de infinita misericórdia, recebendo em si mesmo tudo o que a Lei exigia que fosse feito em relação à punição do pecador.
Ora, Cristo não é portanto contra a Lei, mas contra a ideia de que alguém possa ser salvo por ela, uma vez que somos fracos e imperfeitos e jamais poderíamos atender integralmente às santas exigências da Lei.
Então há de permanecer a Lei em sua santidade, majestade, perfeição, lembrando-nos a nossa completa miséria diante de Deus. Mas do nosso lado, temos a Cristo, perfeito, mais elevado que os céus e que a própria Lei, como nosso advogado e guardador. Compadecido de nossas misérias e imperfeições, e ele mesmo pela sua graça vai completando em nós aquilo que nos falta, até que venhamos a atingir a perfeição da santidade de Deus.
E assim a Lei estará satisfeita, Cristo estará satisfeito, Deus estará satisfeito, e nós juntamente com eles.
Bendito seja o pai de sabedoria e misericórdia que sabe tirar de coisas imperfeitas a completa perfeição.
O Deus que fez a vara morta de Arão florescer é o mesmo Deus que ressuscita novas vidas onde ocorreu a morte.
Lázaro ressuscitou certamente um novo homem para uma nova vida. Não mais para os mesmos objetivos de vida. Tendo morrido perdeu o medo da morte e o encontramos dando testemunho com Jesus junto daqueles que procuravam de novo tirar-lhe a vida.
Qual foi o segredo do poder dos puritanos em viverem o genuíno evangelho? Eles haviam sido rejeitados pela Igreja Estatal Inglesa que serviam aos milhares bem como suas famílias. Tinham uma convicção que nada há de firme e de valor permanente neste mundo, e assim se sacrificaram por uma Pátria imensamente superior.
Daniel jamais temeria qualquer inimigo depois de ter passado pela cova dos leões.
Quando aprendemos quão frágil é a nossa vida já não ficamos tão apegados a ela. Deus quer nos ensinar isto para que sejamos verdadeiramente livres, ousados no testemunho da verdade e não mais tementes de homens ou demônios.
Ninguém estaria disposto a oferecer a vida em martírio, salvo por uma firme convicção de fé da importância de lutar o bom combate da fé numa sociedade corrompida, em defesa dos princípios evangélicos.
Eles não estavam o mínimo ocupados pela luta de liberdade de igualdade civis; não queriam os mesmos direitos para todas as categorias de trabalhadores etc, pois sabiam que não era em nada disso que residia a verdadeira justiça social, mas em respeitarem a todos como iguais, do rei ao jardineiro e todos procuravam dar o melhor no que faziam em prol uns dos outros, e era nisto que eram estimados.
Os puritanos costumavam dizer que tanto o rei em seu trono e o copeiro na cozinha eram igualmente importantes para Deus.
Agora, quando se funda uma sociedade com valores baseados em cultura, posses de bens terrenos, poder etc, que tipo de fraternidade amiga pode ser esperada entre os homens?
Nada adiantará promulgar leis de direitos de igualdade, porque o veneno do racismo e discriminação social estarão com suas raízes bem fincadas nos corações pecadores.
E uma vez exteriorizado o desprezo e o ódio de classes, como se vê em todo o mundo, quem se moverá de coração a dar amor e um lar a um menino de rua?
Nenhuma medida governamental poderá modificar este quadro, porque é bem notório que nos próprios quadros da sociedade tem faltado especialmente as virtudes de humildade, gentileza, generosidade e amor.
Aí sofremos! Aí gememos! Como uma sociedade enferma sem qualquer possibilidade de cura.
O nome de Deus é usado por denominações e igrejas para o fim de cumulação de gigantescas fortunas e poder; ações comunitárias globais são realizadas com o mero fim de investimento pela exploração da pobreza e da miséria, com fins de enriquecimento futuro; Ong’s, instituições beneficentes e tantos outros organismos financiados por sociedades ocultistas, e tantos outros alegam o mesmo fim de estarem promovendo o bem estar da sociedade mundial. Quais têm sido os resultados?
Desenvolvimento no mundo moderno se tornou sinônimo de desenvolvimento econômico e financeiro. E isto tem sido tocado a todo vapor. Mas fala-se em desenvolvimento moral? Educacional? Formacional? Cidadão? Entre outros?
Não admira que nosso Senhor tenha afirmado categoricamente que à medida que o tempo passasse haveria um grande aumento da iniquidade.
Cabe lembrar que a palavra iniquidade significa literalmente ”sem lei”, ou seja, não tem tanto a ver com o seu sentido comumente entendido como falta de moralidade, de frouxidão moral, pois ainda que este esteja incluso, o seu significado mais amplo diz respeito a um mundo que é governado sem se levar em conta as Leis de Deus.
Tanto isto é verdadeiro que chega a causar espanto ouvir o próprio Papa afirmando dogmas que contrariam frontalmente a Lei divina, e o pior de tudo - falando em nome do próprio Deus.
Não ficando atrás, famosos líderes protestantes fazem ousadas asseverações contrariando os princípios básicos da Palavra de Deus.
E qual é a razão disso tudo?
Eles querem agradar as massas.
A sociedade em geral considera ultrapassados os mandamentos do Senhor afirmando que são incompatíveis com um mundo de mentalidade pós-moderna.
Então, estes líderes arrumam o seu “jeitinho” dando uma interpretação relativa e contextualizada a mandamentos que são absolutos.
“Ai daqueles que ao mal chamam bem, e que ao bem chamam mal.”
Assim, dentro e fora das igrejas multidões se formam caminhando na direção do Vale da destruição, pois lhes falta não apenas o entendimento da verdade e o conhecimento do poder real da graça de Jesus.
E sem Deus, sem Cristo, sem o Espírito Santo, sem a Palavra de Deus em seus corações, marcham ininterruptamente para a boca do inferno, sem que ninguém possa lhes despertar, tal a obstinação de seus corações.
Deus simplesmente lhes pede que considerem o seu caminho, que se arrependam, que se voltem para Ele, mas eles não lhe dão ouvido.
Olham para toda a iniquidade que opera em redor e em seus próprios corações e logo concluem: “Deus não existe; Deus não se importa.” “Quem manda de fato é o diabo.” E assim, ficam incapazes de conhecer em seu rancor e endurecimento, que foi o próprio pecado de desprezarem as leis de Deus; de amarem o pecado e não estarem dispostos a renunciar a ele, que lhes conduziu a tal estado de endurecimento e miséria espiritual.
Incapazes em sua cegueira de enxergar as chagas de Cristo, por cujo sangue seriam curados, seguirão no mundo sem um Salvador até o dia da sua morte física, quando será inapelavelmente pronunciada a sua condenação eterna ao inferno.
Por isso são ditos bem-aventurados todos aqueles cujos ouvidos espirituais foram abertos para aprender de Deus, e seus olhos abertos para poderem contemplar a Cristo.
Esta é a razão de não serem tantos na humanidade que viveram para cumprir os elevados propósitos de Deus para suas vidas.
Quanto ao mais, a par de terem sido criados à imagem do elevado e sublime Criador, ocupam-se com coisas de nenhum valor, com conversação e hábitos fúteis e profanos, e tudo o mais que não reflete o mínimo a glória da Majestade das alturas, senão a do verme que rasteja no pó. Eis em resumo a condição do que serve e do que não serve a Deus. Um almeja atingir as alturas – o outro resvala o seu pé na direção dos abismos negros e lodosos.
Por isso o salmista exalta a excelência da Lei de Deus e a sua determinação de jamais abandonar os caminhos do Senhor. Ele sabia que era somente andando no caminho da Lei que o seu semblante refulgia. E tão logo permitiu se afastar de algum dos preceitos do Senhor, tornava-se como as bestas-feras da Terra.
Não é sem motivo que a própria Bíblia, de capa a capa, coloque em realce a excelência e importância da Lei de Deus.
Ela é luz para os pés.
Alimento para a alma.
Estrada segura na qual não se desviarão os nossos pés.
É o meio de santificação dos salvos.
É a arma pela qual vencemos as tentações e Satanás.
É a fortaleza do nosso coração no dia da angústia.
É a âncora firme que nos manterá aportados ao céu.
Enfim, tal é a sua excelência e importância que Jesus definiu seus verdadeiros seguidores como sendo somente aqueles que guardam a Sua Palavra; e seus amigos, aqueles que guardam os Seus mandamentos.
Por isso, ao se manifestar ao mundo, Jesus foi designado por LOGOS, a saber, A PALAVRA.
Quem ama o Senhor, ama todos os mandamentos de Deus, inclusive os do Velho Testamento, mesmo os cerimoniais que foram abolidos desde que Jesus se manifestou, pois se tratavam de figuras da Sua pessoa, e continuamos prezando, honrando e amando a figura que Deus nos deu para que pudéssemos conhecer melhor o Seu Filho Amado e a obra que Ele faria em nosso favor.
Jesus é o Supremo Rei, Juiz, Legislador, Sacerdote e Profeta.
Por isso somos proibidos de julgar contra os Seus juízos divinos, uma vez que com isto cometeríamos a grande afronta de rejeitar o Legislador e Juiz de todos os homens.
Mesmo os que conhecem a Bíblia podem incorrer neste erro, enganados por seus próprios sentimentos e imaginação.
E quão dura coisa é cair nas mãos do Deus vivo!
Por uma obstinada resistência aos seus preceitos e juízos por não renunciarmos aos nossos com vistas a honrarmos os Seus.
De quantos males nos pouparíamos por darmos mais ouvido à Palavra e ao Espírito Santo do que às nossas próprias convicções com aparência de justiça, mas que não passam de abominação e trapo de imundícia diante de Deus.
Esta é a razão de vermos o extremo vigor das repreensões e juízos dos profetas e dos apóstolos de Jesus, e os do próprio Senhor contra a impiedade dos homens. Especialmente contra aqueles que conhecendo a Sua vontade vieram a transgredí-la com dolo.
Os escribas e fariseus representam um grupo destacado entre estes, tantas foram as adulterações que haviam feito da Palavra de Deus; por exemplo, quando você pensa que não matou alguém você cumpriu o mandamento “não matarás”, mas eu lhe digo que quando o Pai deu esta Lei a Moisés, Ele visava ao princípio nobre do amor ao próximo e de tudo se fazer para preservar a sua vida; ou seja, a motivação aqui nesta Lei é o respeito e o amor devido a cada pessoa.
Por isso, é dito que toda ira injustificada, toda ofensa e insulto desprezador sujeita o seu praticante ao juízo de Deus. Daí ser tão importante na condição de pecadores falhos, imperfeitos, sujeitos a estas coisas, que tratem logo de entrar em acordo com os que têm ofendido, e se retratarem com eles, porque além de todo o serviço religioso de vocês não possuir qualquer valor para Deus, vocês serão entregues nas mãos de demônios opressores até que venham a se arrepender.
Os mandamentos morais eram considerados um verdadeiro fardo insuportável pelos judeus, porque eles jamais haviam atinado com o caráter santo, bom, justo e compassivo do seu Criador.
Nada havia de inflexível e arrogante no caráter do Deus de Israel, mas eles assim interpretavam tanto a Ele, quanto aos Seus mandamentos, em razão da dureza obstinada de seus próprios corações.
Regulamentos humanos são inflexíveis, sejam emanados de quaisquer instituições, sejam públicas ou privadas; não pode isso, não pode aquilo, e quem desobedece é punido. Todavia, nada disto há nos mandamentos do nosso Deus.
Quantas aberturas havia na Lei, de modo que não fosse aplicada inflexivelmente. Para isto foram constituídos juízes para julgarem as demandas do povo, não segundo a letra fria da Lei, mas para que a justiça fosse verdadeiramente cumprida, de modo que o culpado não fosse inocentado, nem o inocente condenado.
E quando vemos o próprio Deus tratando com as infidelidades de Israel em relação à Lei; quem jamais deixaria de punir um rei perverso como Acabe, como havia determinado fazê-lo, mas que retrocedeu na execução da pena simplesmente por tê-lo visto chorando e arrependido diante da promulgação da sentença que havia ouvido através do profeta Elias?
Qual juiz terreno cumpriu com a perfeição de Deus, a de ser pai dos órfãos e juiz das viúvas?
Quem teria dado como réu expiatório o próprio Filho Amado para morrer no lugar de vis pecadores, para que muitos deles pudessem ser livrados da condenação eterna?
Como podemos entender então, este ódio mundial contra os mandamentos do Senhor?
Só podemos achar uma resposta para isto, a saber, na própria natureza corrompida pelo pecado dos homens, e por instigação de espíritos demoníacos, cujo propósito é trazer descrédito e ridículo a tudo que procede do Senhor.
Para quem quer viver de modo infiel e profano, sem levar em conta os sentimentos daqueles aos quais trai, certamente é muito importuna uma Lei como “Não adulterarás. ”
Como haveria um mínimo de estabilidade na sociedade, e que caráter seria formado em gerações sucessivas de pais adúlteros e profanos?
Onde a relação de um homem com mulheres e vice-versa não ultrapasse os interesses de se dar liberdade a todas as formas de paixões e práticas pervertidas e abomináveis.
Qual seria a atmosfera existente para o ensino das coisas que são boas e que devem fazer parte de uma boa educação?
Então Deus interpôs a Lei e Jesus foi além ao definir o caráter interior daquela Lei de Adultério antiga dizendo que o simples olhar lascivo constitui o próprio adultério em si.
E revelou a profunda gravidade deste fato ao ensinar que quem fosse dado à uma vida sexual impura, melhor seria para tal pessoa, caso fosse a única forma de se livrar do mau hábito, sofrer a perda e dor de cortar o próprio braço direito e arrancar o olho direito, mas por fim, conseguir com isso, salvar a sua alma do fogo eterno do inferno.
Veja que é a boca de Deus que o tem proferido, do Juiz dos juízes, do Grande Legislador do universo, e não a boca de meros juristas e filósofos humanos. Negligenciar tal alerta por parecer duro demais e ir para o inferno por tal negligência, valeria o risco?
Como Deus justificaria o meu mau olhar, quando poderia ser curado deste mal pelo sangue e pela graça de Jesus, e todavia, o tenho recusado?
Que Juiz e Legislador inigualável nós temos, pois não é apenas misericordioso para com multidões de nossas transgressões como também fez a provisão necessária no sangue de Cristo para que fôssemos curados.
E assim, pedra sobre pedra espiritual, nosso Senhor continuou reerguendo o edifício espiritual da Lei que os próprios judeus haviam derrubado com suas próprias mãos.
Há evidentemente, particularidades no texto do Sermão do Monte, cujo sentido interior, hoje nos escapa, por se tratar de assuntos eminentemente judaicos, como por exemplo no caso apresentado por Jesus quanto à proibição dos juramentos.
É possível que isto tenha se tornado uma prática comum e vazia entre eles, em que se evidenciava o pouco valor à palavra de compromisso dada. E então o Senhor se apressa em ensinar que deve haver verdade e confiabilidade em tudo que fizermos em nossos relacionamentos.
Numa época de grande endurecimento como a dos dias de Moisés, nada mais natural que a Lei permitisse atos de vingança para reparação de danos e perdas sofridos injustamente. Daí o “olho por olho, dente por dente”, de forma que a medida de reparação não fosse além, nem ficasse aquém, da ofensa sofrida. Era portanto uma medida justa para aqueles tempos, mas já inadequada para a dispensação da graça, na qual o Senhor tem transferido todos os juízos retributivos por Ele mesmo, para o dia do grande ajuste de contas do juízo final.
Então aqui a vingança de todo tipo é proibida porque Deus tem prometido ser o nosso vingador e retribuidor.
E mais do que não se vingar deve ser achada no crente aquela total confiança no exercício do juízo divino, de modo que além de sofrer o dano, deve estar armado em seu espírito a suportar muito mais com paciência e fé no Senhor.
E de tal forma é o caráter do mandamento de promover a paz e o amor entre os homens, que é ordenado aos crentes que amem inclusive os seus inimigos e que façam o bem aos que lhes perseguem.
O povo de Deus deve ser manso e não deve tentar prevalecer pela força como costumam fazer aqueles que não conhecem ao Senhor.
É para gente pacífica, mansa e amorosa que a Terra será dada como herança eterna, pois não foi criada por Ele para ser o palco de sucessivas conflagrações e guerras mundiais.
Este foi o seu intento desde o início da criação, até que o pecado entrou no mundo, efetuando um divisor de águas entre aqueles que amam a Deus e os que O odeiam.
Uma das grandes razões desta aversão do coração humano em guardar sinceramente os mandamentos de Deus é resumida pelo Senhor no texto de Marcos 7.6,7:
“Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.”
Sabemos que muitas dessas doutrinas que são preceitos de homens são forjadas por inspiração de demônios. E assim por maior que seja a aparência piedosa e religiosa delas, qual parte podem ter de fato com os verdadeiros mandamentos de Deus?
Todos falam de Deus. De adorar a Deus. De amar e temer a Deus, mas a maioria serve a deuses falsos ou criados pela própria imaginação, pois o que tem a ver o deus deles com o único Deus verdadeiro criador dos céus e da terra, e que se revelou a nós em seus perfeitos e santos mandamentos na Bíblia?
Fora dessa Palavra verdadeira não há salvação, porque a alma, o corpo e o espírito estarão servindo a coisas vãs e não obedecendo e servindo efetivamente o Único Senhor da Glória que se revelou a nós nas Escrituras do Velho e do Novo Testamento.
Uma objeção muito comum e que é levantada para tentar negar que a Bíblia seja realmente de inspiração divina, parte sempre daqueles que buscam um argumento para não se renderem a um viver justo e santo, pois todos os que têm acolhido a Bíblia como sendo a Palavra da verdade têm experimentado que suas doutrinas são fiéis e verdadeiras, poderosas para transformar-lhes em novas criaturas com uma nova natureza celestial.
Tal foi o esforço de nosso Senhor Jesus Cristo em seu ministério terreno junto aos judeus, de reconduzí-los à verdadeira adoração baseada na guarda dos mandamentos, que quase todas as páginas dos Evangelhos apresentam-no em grandes debates com os judeus, especialmente com os religiosos hipócritas (sacerdotes, escribas, fariseus e saduceus).
Jesus não falhou de modo algum em sua missão de nos reconduzir à Lei de Deus, isto pode ser visto principalmente na maior parte do mundo ocidental cuja formação é judaico-cristã graças ao trabalho de nosso Senhor.
Mas como sempre há um esforço satânico de adulterar a genuína Palavra de Deus, o grande fato é que a maior parte dos pecadores pouco ou nada aprendeu com o Seu grande Legislador e Benfeitor, pois o Reino de Deus só pode ser tomado por esforço e disciplina, e o de Satanás nenhum esforço exige de nós pois está plenamente ajustado com nossa natureza decaída no pecado.
Em grande dilema se encontra portanto a alma humana neste mundo. Não pode de si mesma colocar o modelo de Deus em prática, e por outro lado, viver segundo os homens em geral, é pecar contra o amor e a bondade devidas a Deus e ao próximo.
Todavia, Deus não isenta qualquer pessoa de um viver justo, digno e bondoso, mesmo deste outro lado do céu, pois é justamente nisto que a nossa fidelidade a Ele é provada.
Muitos navegaram nestas águas turbulentas e não naufragaram. Estamos cheios de exemplos nas páginas da Bíblia e na história da Igreja, de uma miríade que negociou com este mundo sem arredar pé nos princípios divinos.
Seu caráter foi marcado pela falta de egoísmo e de amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males.
Não foram indolentes buscando prazeres e folguedos que tornassem suas almas desatentas ou imprestáveis para com a sua obrigação para com Deus e com o próximo.
Gastaram-se ao máximo no atingimento do foco que haviam determinado: tudo fazer para a exclusiva glória de Deus e por amor não a si mesmos, mas ao próximo.
Por isso figuram como vencedores na galeria dos heróis da fé, pelo testemunho de vida que tiveram.
Agora, dos que amam o mundo e que vivem segundo o mundo, nada podemos dizer a respeito deles senão que são grandes perdedores, por maior que seja sua fama, riqueza ou poder, uma vez que vivem não segundo o que é aprovado por Deus, não O temem, não se aplicam em cumprir os Seus mandamentos. E que tipo de vitoriosos poderiam ser senão para si mesmos naquelas coisas que são abomináveis e passageiras e que logo serão desfeitas pelo fogo eterno do juízo divino?
Gente verdadeiramente pobre e infeliz é esta cujo deus é fama, dinheiro e poder. Quando menos esperam são daqui arrancados sem levar consigo sequer a roupa do corpo, e são apresentados diretamente a um juízo tormentoso e horrível de fogo.
Por isso se diz que bem-aventurados são os que se dispõem em dar e servir ao próximo, por amor, sem esperar nada receberem em troca, porque será Deus e não o homem o seu Fiador.
Deus não ficará satisfeito com ofertas e meros ritos cerimoniais e religiosos, porque não são capazes de transformar o coração do ofertante por inteiro, pois não são apropriados para gerar uma nova criatura no lugar de um velho homem subjugado pela natureza terrena pecaminosa de Adão.
Deus criou o homem para se prover na humanidade de filhos santos e amados, semelhantes ao caráter de Jesus Cristo, e filhos que jamais negociariam com o mal ou apoiariam as obras das trevas. Conhecendo-lhes a fraqueza moral e decaída interpôs a confissão baseada no sangue derramado pelo Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, ao tê-lo derramado em nosso favor na cruz.
Se foi dada a confissão, com ela veio a falta de perdão por insistirmos em viver endurecidos no pecado, sem os confessá-los e nos arrependermos diante de Deus. Além disso, as obras infrutíferas das trevas devem ser repreendidas e confrontadas em todas as circunstâncias mesmo quando carreguem o nome de boas obras ou obras de justiça, e de fato não são.
Os homens são meros mordomos, sacerdotes e serviçais de Deus nas coisas que têm sido encarregados por Ele para serem realizadas neste mundo.
No ensino da parábola dos Talentos e dos Servos Infiéis (Lucas 12, e em tantas outras fontes de ensino claro e direto de Jesus) está bastante claro o horrível castigo eterno que aguarda por todos aqueles que fizeram um mau uso ou negligente dos bens e vocações que haviam recebido de Deus para servir ao próximo.
Um emprego de mordomia muito cômodo, de pouco ou real serviço para o próximo pode ser chamado de Bênção Real de Deus?
Médicos que vivem à custa das enfermidades de seus pacientes sem se esforçarem por curá-los têm algum motivo real para se gloriarem na sua esperteza mundana e malandra?
O Olho que tudo vê e julga o terá como despercebido?
Pastores que lotam suas igrejas com apelativos carnais e não ensinam o povo a andar na verdade terão algum motivo para se gloriarem no dia do juízo final?
E dos que exercem profissões ou atividades que em vez de amar e edificar o próximo, mas antes visa corrompê-los, torná-los indolentes e imprestáveis deve senão esperar o terrível juízo que lhes aguarda.
Mais uma vez repetimos:
O homem foi criado para ser responsável a fim de manifestar amor ao seu próximo na área de eficácia em que foi colocado por Deus.
Pobre, miserável, cego e infeliz será se permitir ao diabo que seu entendimento seja fechado e possa fazer de uma atividade, uma mera condição de ganho pessoal.
O homem que juntou em celeiros, mas sem fazê-lo senão preocupado apenas com a própria riqueza, e não com o próximo e menos com a glória de Deus, perdeu a sua alma e resvalou seus pés para um lugar de sofrimento eterno.
A batalha para ganhar a nossa alma é de fato renhida. A essa altura alguém poderá indagar como sendo um fator de maior impedimento para praticarmos o bem que se deseja de nós, o de ser satanás o príncipe deste mundo que opera em todas as áreas de atividade humana gerando as mais terríveis complicações e obstáculos para que possam proceder de modo digno, honrado e honesto. Entretanto, isto jamais servirá para justificar a nossa indolência diante de Deus, uma vez que na prática do bem e no exercício da nossa fé todos os demônios são subjugados aos nossos pés pelo nome poderoso de Jesus.
E estes avanços sobre o reino das trevas são contados também em nosso favor porque para o exercício deste bem, também fomos comissionados por Deus. Evidentemente, muitos destes principados foram instalados de forma sob a base de sistemas corruptos, de troca de favores ignóbeis, etc., que a luta direta contra os mesmos se revelará infrutífera, uma vez que por certo tempo o Senhor lhes permitirá a ocupação indevida do lugar de “autoridade” em que se encontram, para o atingimento de certos fins específicos somente por Ele conhecidos. Mas podemos sossegar o coração por sabermos que Ele não permitirá que um Herodes, um Pilatos, um Nero, um Calígula e tantos outros da mesma estirpe corrupta permaneçam tanto tempo no poder.
Por quanto tempo Jesus ficou debaixo dos perversos Herodes e Pilatos?
Quanto tempo Paulo ficou sob Porcio Festus?
E Pedro e João sob o Sinédrio?
Esteja certo de que se você Lhe for fiel, não ficará à mercê dos poderes profanos senão pelo tempo exato determinado pelo Senhor para bons testemunhos. Mas, se somos achados pecadores naquelas coisas que ofendem tremendamente a vontade de Deus, que boa esperança poderíamos guardar?
Houve uma época em que era muito mais fácil defender a causa do amor e da bondade. Na verdade, pelo menos para o povo em geral era esta regra que prevaleceu por muitos anos; todavia, nestes anos de globalização, apostasia e iniquidade, em que as atividades produtivas são conduzidas pelos homens de Wall Street, e por um sistema amplamente corruptor para a geração de dinheiro; como podemos ter para nós mesmos, a certeza de estarmos trabalhando em algo que seja efetivamente útil, bom e honesto para a sociedade?
Veja o sucateamento de hospitais e escolas públicas tidos antes como referência de ensino e prática para o povo. Quantos desvios para beneficiar os tubarões públicos!
O sistema em si, se público ou privado, não é onde reside o “X” da questão, mas nas intenções daqueles que capitaneiam o sistema.
Muitos objetam a existência de Deus porque alegam que Ele não se apresenta de modo visível e palpável. Então, como se pode crer no que não se vê?
Bem, em primeiro lugar, não é comum que se veja a rainha da Inglaterra longe do palácio, que é o centro do domínio se sua majestade; todavia, para Deus este argumento não vale, pois está em todos os lugares operando milagres, salvação, livramentos e manifestando de forma real a Sua santa presença, que é percebida em espírito por aqueles que O adoram em espírito e em verdade.
Este é senão apenas mais um dos ângulos sobrenaturais da Pessoa Amada de Jesus, que a propósito, é tanto O que cura, quanto O que enferma; que exalta e que abate; que faz morrer ou viver. Enfim, é nEle que tudo subsiste e que todo este universo visível e invisível é sustentado.
Ainda ontem estava muito abatido pelo diagnóstico que o cardiologista me dera pela manhã, dizendo da possível extensão da lesão de minha artéria coronária, que poderia inclusive, impossibilitaria a execução de uma angioplastia.
Deitado ao meu lado o evangelista Luiz, do alto da sabedoria de seus cabelos brancos procurava confortar-me dizendo: “Não fique abatido, porque o poder e o domínio não pertencem ao homem, mas ao Senhor.” Estas simples palavras, com a sinceridade que foram expressadas me reanimaram e encheram meu coração de fé. Com a sua natural humildade e simplicidade ainda me dirigiu as seguintes palavras: “Olha pastor, ainda esta noite vou orar pelo senhor pedindo a Jesus por sua vida.”
Minha esperança na provisão de Deus estava plenamente restaurada. Lembrei-me de Paulo sendo visitado por Ananias a mando do Senhor, para que recobrasse a visão e confirmação da sua vocação para o apostolado.
Aquela oração simples do Sr. Luiz encheu o quarto do hospital com a presença da glória e unção de Jesus. Então, o que é isso? Crendices tolas? Atos religiosos?
Não. Chamo a isto, de o poder vivo de Jesus, que já vi operando de forma miraculosa, tanto na minha vida quanto na de muitos outros. Eu creio que aquela oração que o Senhor tinha marcado tinha também o propósito de abençoá-lo.
Não podemos desprezar a unção de Jesus, porque podemos ficar apenas cheios com a letra do evangelho, o que será de pouco valor para nós e para o avanço do Seu reino. Mas, quando a Palavra se mistura ao poder, cumpre-se o papel de Deus aqui na Terra; por isso, Jesus não se limitou a ensinar a Lei, mas a operar muitos sinais e prodígios para demonstrar potentemente que Sua vinda a este mundo foi para glorificar o nome do Pai, como também para o benefício de muitos.
Corremos o perigo de tomarmos apenas um destes multifacetados ângulos da Pessoa de Jesus e formarmos com ele toda uma nova teologia, pois correremos o risco de vê-Lo apenas como um curandeiro, um professor, ou qualquer outro; quando na verdade, todas as coisas são possíveis nEle, e para cada caso Ele possui um propósito específico.
Muitos são os ofícios e funções de nosso Senhor Jesus Cristo, e ai de nós se eles não existissem. Antes de tudo Ele é o Rei da Verdade. É Rei desde que chegou a este mundo e recebeu a adoração dos reis magos, que passaram a tê-lo como seu Senhor.
Desde então, em cada pessoa que a Ele se converte, estabelece o Seu reino de justiça, poder, paz e amor em seus corações. E estes serão Seus súditos por toda a eternidade. Nunca houve e jamais haverá sobre a Terra um rei como Este, que governa diretamente sobre o coração.
Outro ofício de grande importância para nós é o de sacerdote, porque estes são constituídos como mediadores entre Deus e os homens, para que sirvam aos homens, especialmente naquelas coisas concernentes a Deus.
Sem este ofício de Jesus nenhuma oração, nenhuma oferta, nenhum serviço nosso a Deus poderia ser aceito por Ele.
Ele somente nos aceita no Amado. E é em nosso favor que Ele oferece dons e intercessões para o nosso benefício, intercedendo sempre à direita do Pai.
Lembremos, contudo que como sinais da Sua grande bondade e misericórdia para com todos os homens, efetua curas físicas e lhes dá das Suas provisões materiais, todavia, Suas bênçãos espirituais e a melhor e maior delas que é a salvação da alma, dependem do nosso arrependimento e conversão a Jesus Cristo.
Pr Silvio Dutra
Fiz a revisão do texto hoje, 10-06-2015. Continuo internado no hospital, mas aguardando na bondade e misericórdia do Senhor – o Amado da minha vida.
Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 11/06/2015