Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos

 

 

Quando nós enviamos uma pessoa à sua morte

Por John Piper

 

Ronnie Smith foi morto com um tiro em Benghazi, Líbia, terça-feira. Ele tinha 33 anos; era marido e pai. Os líderes da igreja da qual ele era membro, me deram permissão para falar acerca da sua morte de forma pública e cuidadosa.

Uma das razões pelas quais quero falar acerca disso é porque o Ronnie escreveu a nós do Desiring God, ano passado, e nos disse que uma das minhas mensagens foi bastante significante em sua decisão de ir junto com sua família para a Líbia.

Anita agora é uma viúva, e seu filho Hosea perdeu o pai.

 

Chorando com os que choram

Como eu me sinto ao falar acerca do que o levou à sua morte?

Eu chorei essa manhã ao orar por Anita e Hosea. Chorar com os que choram, não foi um mandamento naquele momento; foi a tristeza tomando conta de mim.

Eu me lembro de quando tinha 33 anos. Essa era a idade que eu tinha quando Deus me chamou ao ministério pastoral. Eu estava iniciando o meu ministério na mesma idade que o ministério de Ronnie terminou - assim como o de Jesus.

 

Depois da tristeza e simpatia, minha resposta foi (e é) oração.

“Senhor, dê à Anita uma grande fé. Ajude-a a chorar, mas não como aqueles que não têm esperança, e torne aquele pequeno garoto, orgulhoso do seu pai.

Que eles vivam sobre as glórias de Romanos 8 – os gemidos deste mundo caído que aguarda (Romanos 8: 23), e a sólida certeza de que, embora sejamos mortos todos os dias, ainda assim, em todas essas coisas somos mais que vencedores. (Romanos 8: 36, 37)

 

Algo pior do que a morte

Sendo sóbrio. Ronnie não é a primeira pessoa que morreu fazendo o que eu as encorajei a fazer; ele não será o último. Se eu pensasse que a morte fosse a pior coisa que poderia acontecer a uma pessoa, eu estaria cheio de ressentimentos.

Mas, o ponto central da vida do Ronnie é que há algo pior do que a morte. Então, ele estava disposto a arriscar sua própria vida, a fim de salvar outros de algo ainda pior.

Ele poderia arriscar sua própria vida porque sabia que seu próprio risco e morte poderiam lhe trazer “um eterno peso de glória”. (2 Coríntios 4: 17)

Ele sabia que Deus era capaz de suprir cada necessidade da sua esposa e filho. (Filipenses 4: 19)

 

Não, não estamos brincando.

Quando eu prego que correr riscos é o correto, eu sei o que estou fazendo.

Quando eu digo “Deus é mais satisfeito em nós quando estamos mais satisfeitos nele – especialmente no sofrimento”, eu sei o que sofrimento pode significar.

Quando eu digo, “Não tenham medo, o máximo que podem lhe fazer é mata-lo”. (Mateus 10: 28)

Eu levo a sério as palavras de Jesus:

“entregarão alguns de vocês à morte…Contudo, nem um fio de cabelo da cabeça de vocês se perderá". (Lucas 21: 16-18)

 

Inunde o mundo com substitutos

Finalmente, eu chamo centenas de vocês para tomar o lugar do Ronnie. Eles não nos matarão rápido o suficiente. Que os substitutos inundem o mundo.

Nós não buscamos a morte; nós buscamos a eterna alegria do mundo – incluindo a dos nossos inimigos. Se eles nos matarem enquanto nós os amamos, nós estamos em boa companhia.

Jesus não nos chama para uma vida fácil ou segura; Ele nos chamou para amar pela causa do Seu nome - em todo lugar; entre todos os povos.

 

Anita e Hosea, eu amo vocês.

Eu sinto muito, muito, pela perda de vocês. Eu admiro vocês e o Ronnie profundamente. Apeguem-se firmemente a isso:

“Deus não destinou vocês (ou Ronnie) para a ira, mas para alcançar a salvação, mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele”

 

(1 Tessalonicenses 5: 9, 10)

 

 

 

 

 

 

 

John Piper
Enviado por Silvio Dutra Alves em 13/10/2015
Alterado em 24/11/2023
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