Juízo
São variados os pontos a serem considerados neste assunto concernente ao juízo, notadamente quando se trata do juízo de Deus.
Os homens julgam a transgressão da lei e se dão por satisfeitos, mas Deus julga sempre segundo a perfeita justiça, que é inerente à Sua pessoa.
A base do perfeito juízo é declarada por nosso Senhor Jesus Cristo, com as seguintes palavras:
"Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou". [João 5: 30]
De modo que podemos inferir, que todo juízo justo é aquele que é realizado segundo a perfeita vontade de Deus - para ser segundo a vontade de Deus, deve ser segundo a reta justiça, e não segundo a aparência, conforme assim o expressa o Senhor Jesus, em João 7: 24.
Disto se infere, que o juízo que nos é proibido, conforme Suas palavras em Mateus 7: 1, 2, é somente aquele que for temerário, ou seja, precipitado, apressado, e que está baseado em motivações diferentes de um reto juízo que promova a glória de Deus.
A exiguidade da aplicação do princípio da justiça divina, que exige a condenação de uma simples palavra proferida ociosamente, e o chamar alguém de 'tolo', se estende a uma infinita condescendência e misericórdia em perdoar a qualquer tipo de falta, por maior que seja, pelo simples arrependimento do ofensor.
Evidentemente, que tudo isto é feito com base no atendimento perfeito das exigências da Sua justiça, que demanda a morte espiritual e eterna de todo aquele que ofendê-la, ou desconsiderá-la.
Ao livrar da morte espiritual e eterna, a qualquer que se arrependa e creia em Jesus Cristo, a justiça divina continua sendo plenamente satisfeita, porque Jesus pagou o preço total das nossas ofensas, quando ofereceu Sua vida como sacrifício vicário por nós.
Então, o juízo que é para uma condenação eterna pode ser suspenso por meio do arrependimento e fé em Jesus, porém permanecemos sob juízos disciplinadores, ainda que Jesus continue advogando, à direita do Pai, em nosso favor, e cobrindo nossas ofensas pelo mesmo sangue derramado na cruz, se simplesmente as confessarmos e deixarmos.
Um dos princípios do juízo divino é o de retribuir a cada um, segundo as suas obras, ou seja, galardões para os obedientes e castigos para os rebeldes - sendo que há também, uma gradação em ambos, pois tanto maior será o galardão, quanto maior for a obediência, e tanto maior será o castigo eterno, quando maior for a rebelião.
O tribunal de juízo divino é instaurado então, para premiar ou condenar, segundo o bem ou o mal que tivermos praticado.
Da condenação eterna, os crentes estão livres, mas não de sofrerem danos e perdas por sua desobediência, depois de terem sido salvos, quer por correções presentes, quer por perdas eternas.
A Jesus foi dado o poder exclusivo de julgar, mas Ele pode não transferir Sua autoridade, senão outorgá-la aos crentes, como de fato o faz, para exercerem disciplina na Igreja; e isto é conferido especialmente, aos que são chamados por Ele para liderar. [veja Mt 18; I Co 5]
Inclusive, é outorgado por Deus, o poder de julgar para os que são investidos de autoridade secular, todavia não nos mesmos termos em que este juízo é exercido na Igreja, pois nela há o perdão de faltas pelo simples arrependimento, o que não pode ser o caso no mundo, para que não haja abuso contra a autoridade e, que pela impunidade o mal se espalhe.
Jesus sofreu o castigo destinado aos pecadores, e não castigará novamente aqueles que nEle creem, como não lhes negará a oportunidade de tornarem a ser reconciliados com Ele, mas aos crentes que recalcitram, depois de terem sido confrontados pelo Espírito Santo para se arrependerem, Deus pode até mesmo entregá-los a Satanás, para destruição da carne (do princípio pecaminoso que opera em sua natureza), para que o espírito seja salvo no dia do Senhor.
Entendemos então, que somos responsáveis por todos os nossos atos e omissões perante Deus, e que deveríamos nos julgar pelo autoexame, para que confessando e se arrependendo, não necessitemos ser julgados por Ele. [ I Co 11: 31, 32]
Outro aspecto muito importante em relação ao juízo divino, é que Ele não é executado imediatamente neste mundo, para efeito de condenação eterna, enquanto vive o pecador, porque tem transferido todo o juízo condenatório para o dia do grande Juízo final, quando for fechada a dispensação da graça, na qual tem sido longânimo para com todos os homens, na expectativa de que se arrependam e vivam - sto não significa, portanto qualquer tipo de relaxamento no juízo; ao contrário, aumentará seu rigor contra aqueles que tiverem abusado da longanimidade do Senhor por maior tempo.
Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacadas as palavras:
1 – krisis (grego) – juízo;
2 – krino (grego) – julgar, condenar; relativos ao assunto, acessando o seguinte link:
http://www.poesias.omelhordaweb.com.br/index.php?cdPoesia=128565