O Manancial da Bênção e o da
Violência
"A boca do justo é manancial de vida,
mas na boca dos perversos mora a violência.
[Provérbios 10: 11]
Veja aqui, quão industrioso um bom homem é, ao comunicar sua bondade, ao fazer o bem com o uso das palavras de vida e edificação, que fluem da sua boca.
A boca do justo é uma fonte constante, da qual procede um bom discurso para a edificação dos outros; é como a corrente que rega o solo e o torna frutífero, e também como um riacho que sacia a sede do viajante cansado, pois dela não procede propriamente a sua palavra, mas a palavra abençoadora ensinada e impetrada por Deus, pela sua instrumentalidade.
É um manancial de vida, cujas águas são sempre limpas e puras, pois por ela não se transmite uma comunicação que seja enganosa e corruptora.
Mas, a boca do ímpio, ainda que fale coisas agradáveis e doces, esconde no seu falar a violência que há no seu coração.
Deste seu falar, não pode proceder qualquer bem real para aquele que o ouve, porque Deus não é com a sua boca.
A boca da violência disfarça o mal projetado com profissões de amizade, que podem ser realizadas na forma mais segura e eficaz, como Joabe, que beijou Amasa e o matou, como Judas, que beijou e traiu a Jesus.
Ambos não deixaram de receber a devida paga da parte de Deus, e assim sucederá com todos aqueles que são guiados pela violência, e não pelo amor e temor de Deus.
Em nossa vida prática diária são muitas as pessoas que se aproximam de nós, e fazem questão de nos assegurar que intentam nos fazer o bem, quando na verdade, em seu íntimo projetam coisas que possam nos prejudicar; por isso precisamos da prudência da serpente, além da simplicidade da pomba, para não recebermos muitas feridas da parte dos lobos disfarçados em ovelhas, que têm o propósito de devorar nossa paz e o bem de nossa alma.