O Amor de Jesus
“Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos.” (João 17: 22)
Estas palavras fazem parte da oração sacerdotal de Jesus, em todo o 17º capítulo de João. Elas foram proferidas na parte final, depois que nosso Senhor intercedeu pela unidade dos crentes; daqueles que lhes foram dados pelo Pai, e para este propósito Ele destaca no verso 17, que deveriam ser santificados na verdade, a qual Ele define como sendo a Palavra de Deus.
Temos então aqui, um dos pontos principais em que esta unidade deveria consistir; unidade na doutrina - terem o mesmo sentimento e pensamento, em relação a tudo que o Senhor havia ordenado para ser ensinado e guardado pelos crentes.
Isto levanta imediatamente a seguinte reflexão:
Em que temos buscado a nossa unidade?
Naquilo que o próprio Jesus e Seus apóstolos nos ensinam na Bíblia, por buscarmos conhecer a revelação, tal como está escrita nela, ou então naquilo que todos os homens falaram e têm falado acerca de Jesus?
Nossa unidade é fundada na verdade revelada, ou no que imaginamos ser esta verdade?
Daí, a Bíblia ser a única regra de fé e conduta dos crentes.
Em primeiro lugar, Jesus destaca no mesmo capítulo de João, que não estava rogando pelo mundo, mas pelos que se convertessem a Ele, pois os que amam o mundo não têm o amor do Pai permanecendo neles, como é ensinado em várias outras partes das Escrituras.
Por que o mundo está excluído desta oração por unidade?
Primeiro, porque o requisito básico para a unidade é a fé salvadora em Jesus, por permitir que Ele habite em nós e nos transforme, porém os que são do mundo não querem isto de forma alguma - podem até dizer que amam a Jesus, mas não O amam de fato, pois Jesus define o amor a Ele, como a guarda dos Seus mandamentos.
Em segundo lugar, é a fé que abre a porta do amor espiritual de Deus a nós. Tendo a habitação do Espírito Santo, passamos a viver no amor de Deus, e assim esta é a glória a que se refere Jesus no verso 22, a saber, termos recebido esta capacidade de também amarmos a Deus, assim como somos por Ele amados - daí o novo mandamento ser um passo além do amor ao próximo, da Lei, pois é o amor com que nos amamos mutuamente como filhos de Deus, com o mesmo amor sacrificial de Jesus.
Este amor é o cimento que nos liga uns aos outros, e a Deus; não teríamos este amor sobrenatural por nós mesmos, ele é decorrente de Jesus mesmo amando através de nós. É sobretudo, amor pelas almas que nos leva a interceder pelos homens, suportá-los e carregá-los em nossos corações na expectativa de que participem também deste amor divino.
Por isso, Jesus diz, que foi Ele que nos deu esta glória, pois sem Ele em nós, jamais teríamos conhecido este amor e unidade em fé, doutrina, e amor.
A oração subtende também, que esta unidade é em espírito, pois Deus é espírito e importa ser adorado em espírito e em verdade.