Mansidão, Gentileza e Humildade
A mansidão merece uma atenção especial, uma vez que figura como uma das partes do caráter do cristão, que é destacada por nosso Senhor nas bem-aventuranças em Mateus 5: 1-12.
Um espírito manso e humilde é o espírito de Cristo, de modo que uma disposição iracunda, irritadiça e prepotente não é pertencente à divindade.
A mansidão é um dos componentes do fruto do Espírito Santo, porque ela faz parte do caráter do próprio Deus, e dela devemos compartilhar com espírito de mansidão de coração e não apenas exterior; é assim que devemos viver neste mundo, pois ela deve estar presente em nosso comportamento e ações, mesmo quando somos perseguidos e contraditados, ou quando corrigimos os erros daqueles que se encontram sob nossa autoridade, de modo que não devemos abrir mão dela diante de todos os homens.
Como todas as demais virtudes de Cristo, a mansidão deve ser aprendida no exemplo do próprio Senhor, segundo a eficácia da Sua graça operando em nós.
Não há outro modo de se ter um coração sossegado, aquietado, e em paz num mundo conturbado como o nosso, a não ser por se ter aprendido a ser manso e humilde, como é o nosso Senhor.
Para confirmar, que o caráter dos cidadãos do Seu Reino do Céu é o de mansidão, nosso Senhor nos revelou esta verdade, quando cumpriu a profecia entrando triunfalmente em Jerusalém, montado em um jumentinho, portanto Deus somente se agrada quando agimos com mansidão de coração, porque a ninguém faz mal, e não conturba a paz que Ele tanto ama.
Como seria de se esperar, o mundo não valoriza a mansidão divina; ao contrário, valoriza um comportamento irreverente, arrogante, e agressivo, conforme o que é muito comum de se ver, e ser aplaudido em filmes, novelas televisivas, e até mesmo nas relações interpessoais no ambiente de trabalho e nos lares, de um modo geral – e tão acostumados podemos ficar à exibição deste tipo de comportamento, que corremos o risco de refletir o mesmo em nossas atitudes e ações, sem sequer nos darmos conta, uma vez que a prática é amplamente generalizada e tolerada.
Falar em mansidão, gentileza e humildade em nossos dias soa como algo medieval, antigo, e estranho, todavia é aí onde Deus focaliza Sua atenção e galardão, pois promete dar a terra como herança, somente aos que têm um caráter manso.
Se quisermos ser bem-sucedidos na vida cristã teremos que navegar na contramão desse mundo, especialmente nos dias em que vivemos.
Não há como conciliar o que o mundo aprova com o que Deus aprova.
A mansidão aqui referida, não é aquela que é pertinente ao tipo de temperamento natural que é brando, melancólico ou fleumático, porque estes não se encontram em nenhuma vantagem sobre aqueles que são de temperamento sanguíneo ou colérico, uma vez que o temperamento natural, tanto num caso, como noutro, não se sustenta em mansidão de mente e coração diante das adversidades.
A mansidão aqui referida, como afirmado nas Escrituras, é fruto do Espírito Santo, e em assim sendo, importa que seja implantada pelo poder de Deus em nosso caráter; que é aprendido e incorporado à vida, no exercício cotidiano dos embates que temos que enfrentar.
Sendo interior e fruto do Espírito, a mansidão guardará nossa mente e coração em paz e tranquilos, em toda e qualquer circunstância, por estarmos conscientes do seu valor e realidade.
Importa então, que sejam reanimados aqueles que desacreditaram no valor ou realidade da mansidão, por algum tipo de frustração que sofreram em relação àqueles que pensavam ser detentores da citada virtude, no entanto falharam em determinados momentos críticos em que foram colocados à prova.
Certamente a mansidão que alegavam possuir era fruto do seu temperamento natural, e não o fruto do espírito que é forjado em nossa alma, porque este último é vitorioso e duradouro, tendo uma vez sido obtido e mantido em exercício.
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”. [Mateus 5: 5]
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas”. [Mateus 1: 29]
“mas seja o do íntimo do coração, no incorruptível traje de um espírito manso e tranquilo, que é precioso diante de Deus”. [1 Pedro 3: 4]
“com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor”, [Efésios 4: 2]
“que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas moderados, mostrando toda a mansidão para com todos os homens”. [Tito 3: 2]
“Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz”. [Salmos 37: 11]