“Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela. Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.” [Mt 7: 13-20]
Todo o avanço tecnológico que a humanidade logrou alcançar nas últimas décadas, foi concedido pelo próprio Deus como um dom, capacitando a alguns para elaborarem e criarem meios pelos quais a vida na terra seria mantida e sustentada pela aplicação prática do conhecimento científico, que lhes foi facultado para tal propósito.
Agora, a par de toda a importância destes meios naturais, nunca podemos deixar de considerar que eles não contribuíram e nem mesmo podem contribuir com um único grão para a salvação da alma do homem, e para o incremento da santificação no mesmo, porque isto sempre foi e será feito somente por Jesus Cristo, mediante a força do Seu poder, consoante a concessão da Sua graça àqueles que se arrependem e creem nEle, tendo uma experiência pessoal de conversão, através de um íntimo relacionamento com o Senhor.
Muitos pensam erroneamente, que tudo quanto necessitam é entrar pela porta estreita, e somente isto é tudo o que se refere à sua salvação e garantia de ir para o céu.
Dizemos que há um erro nesta forma de pensar, porque se entra pela porta estreita, para que se possa progredir no caminho apertado que conduz para a vida eterna, que Jesus veio nos trazer.
A entrada pela porta se refere à justificação e à regeneração, mas a salvação não pára aí, pois ainda há a santificação que corresponde ao caminhar no caminho estreito da vontade de Deus.
Como a justificação e a regeneração ocorrem simultaneamente em um só momento, em que nos convertemos pela primeira vez a Cristo, é de se esperar que muito mais se espere daqueles que passaram pela porta estreita, quanto ao desenvolvimento de todas as graças que receberam em semente, quando entraram pela mesma.
A salvação não é um único ato, mas um programa de vida que entra pela eternidade, em nossa contínua e real transformação à imagem e semelhança de Cristo.
A conversão inicial corresponde ao ato de nos matricularmos na Escola de Cristo, para aprendermos em experiências práticas e reais; tudo o que se refere à plenitude que Ele recebeu de Deus Pai, para comunicar a nós.
Assim como alguém não pode aprender a tocar por partitura musical, senão depois de muito tempo dedicado ao estudo e prática, muito mais nós, que estamos sendo chamados a ser formados na perfeita semelhança do caráter e santidade de Jesus - assim devemos ser diligentes para aprender o que nos convém, e sermos bem-sucedidos naquilo que devemos ser e fazer para a glória de Deus.
“5 Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha.” [Êx 19: 5]
“17 Diligentemente, guardarás os mandamentos do SENHOR, teu Deus, e os seus testemunhos, e os seus estatutos que te ordenou.” [Dt 6: 17]
“13 Se diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que hoje vos ordeno, de amar o SENHOR, vosso Deus, e de o servir de todo o vosso coração e de toda a vossa alma,
14 darei as chuvas da vossa terra a seu tempo, as primeiras e as últimas, para que recolhais o vosso cereal, e o vosso vinho, e o vosso azeite.
15 Darei erva no vosso campo aos vossos gados, e comereis e vos fartareis.” [Dt 11: 13-15]
“5 por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento;
6 com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade;
7 com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor.
8 Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
9 Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora.
10 Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum.” [2 Pe 1: 5-10]
“11 Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a plena certeza da esperança;
12 para que não vos torneis indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas.” [Hb 6: 11, 12]
Ser diligente é aplicar-se com todo o empenho e incansavelmente, até que um determinado objetivo seja alcançado. No caso do crente, o grande objetivo que lhe é proposto por Deus é o da santificação, o qual deve seguir constantemente, sabendo que esta santificação consiste em graus de graça cada vez maiores a serem obtidos por uma caminhada em perseverante fé e amor ao Senhor.
Há muita dificuldade da parte de alguns cristãos para conciliarem a verdade, de que é o Senhor que tudo faz em nós; tanto o querer quanto o realizar, e que nada podemos fazer em relação ao que nos é exigido no evangelho sem Ele, com o que não é menos verdadeiro que devemos ser diligentes, nos esforçar para guardar Seus mandamentos e fazer toda a Sua vontade.
No entanto, toda a dificuldade para reconciliar a ambos é removida quando entendemos, que é somente recebendo graça da parte do Senhor que podemos ser, agir, e pensar de modo piedoso e santo.
Devemos nos esforçar para não cairmos em tentação, para nos despojar do velho homem, e para resistir ao diabo e toda forma de pecado, porém devemos ser revestidos da força que está em nosso Senhor Jesus Cristo para fazê-lo.
Se não formos diligentes em pedir, buscar, e bater à porta sendo importunos na oração, vigilância, meditação e prática da Palavra, a graça não poderá nos capacitar a conhecer e a fazer a vontade de Deus, pois em vez de andarmos no Espírito tendo a graça entronizada e reinando em nosso coração, quem prevalecerá será a carne - e o pecado voltará ao seu antigo domínio, até que nos arrependamos e nos voltemos para o Senhor em busca de renovação espiritual.