Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos

 

 

 

 

 

 

“Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.” [João 17: 14-23]

 

Nunca devemos pensar, que o fato de haver pecado no mundo e que em decorrência disso ficamos sujeitos a variadas aflições, que isto seja um motivo para ficarmos abatidos e desanimados, não apenas porque nosso Senhor nos alertou que as teríamos, mas não deveríamos jamais deixar de ter bom ânimo para vencer tudo o que o mundo possa nos trazer em forma de tribulações, porque Ele também as sofreu e tudo venceu tendo sempre bom ânimo.

O apóstolo Paulo afirma o mesmo em várias passagens de suas epístolas, dizendo que sempre tinha bom ânimo a par de todas as aflições que tinha que enfrentar.

E por que isso?

Ele havia aprendido do Senhor e com o Senhor, que nos decretos eternos de Deus importava que fôssemos provados, para sermos aprovados; que importa aprender muitas coisas sobre a fé, o amor, a justiça, a verdade, a paciência, a misericórdia, a longanimidade e muitas outras virtudes que fazem parte do caráter de Deus, que devem ser aperfeiçoadas também em nós.

Se o pecado não tivesse entrado no mundo, e as hostilidades da nossa própria carne, do mundo, e do diabo não estivessem sempre procurando nos arrancar da presença de Deus, jamais poderíamos aprender que somos totalmente dependentes do Senhor e da Sua plena suficiência de graça, para nos assistir e garantir que sejamos mais do que vencedores em todas estas coisas.

 

Assim, nossa vida é uma escola de aprendizagem diária, para nos levantarmos de nossos abatimentos de alma em face do que sofremos em razão do pecado, do diabo, e do mundo, e nos sujeitarmos a Deus buscando Sua face em oração, e a semelhança com Jesus, imitando Seus passos; tudo suportando por amor ao Senhor, de modo que Ele mesmo, p0r Sua graça nos anime e fortaleça para continuarmos fazendo a Sua vontade.

Somos por isso, ensinados por Jesus a sermos importunos e perseverantes na oração, confiando toda a nossa vida nas mãos de Deus, pois Ele tem cuidado de nós.

Alguns pensam que a vontade de Deus para ser obedecida e cumprida por nós consiste apenas em cumprir os dez mandamentos da Lei, como se fosse possível alguém cumpri-los perfeitamente, sem nunca falhar ao longo de toda a sua existência, pois este é o único modo possível de alguém ser justificado por guardar a Lei.

Para salvar pecadores sem remover a honra devida à Sua Lei, o Pai enviou o Filho para que por Sua obediência perfeita e morte sacrificial pudéssemos ser aceitos, por causa da Sua própria justiça - mas não nos isentou de uma busca da perfeição que excede em muito a justiça dos escribas e fariseus baseada na Lei; perfeição esta que só pode ser realizada nos termos do Evangelho, mediante a graça e a fé em Jesus Cristo, e nos impôs a necessidade de uma real santificação para que façamos Sua vontade.

"Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição"; [I Ts 4: 3]

 

"1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."  [Rm 12: 1,2]

O Pai só pode ser honrado por nós, no Filho, quando andamos em santidade de vida, pois é somente assim que se manifesta a eficácia e o poder operante da graça de Jesus atuando em nós. Esta santidade é composta por várias virtudes e operações.

Além da fé, do amor e da benignidade que comentamos nas partes anteriores, a verdade é outra graça, outra parte da santidade, do mesmo significado e natureza.

“Eis que te comprazes na verdade no íntimo e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria”. [Sl 51: 6]

 

A verdade é usada nas Escrituras para justificação e integridade, e é frequentemente usada para a doutrina da verdade, conforme revelada por Deus e acreditada por nós, mas o que pretendo é apenas o que nos é prescrito pelo apóstolo.

“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”,  [Ef 4: 15]

 

Nossa apostasia de Deus foi eminentemente dEle, como o Deus da verdade; por oposição a este atributo, procuramos destroná-lo de Sua glória.

Nós não acreditamos que Sua palavra era a verdade. O pecado entrou no mundo, por e com uma longa sequência de mentiras; desde então, o mundo inteiro e tudo nele é preenchido com mentiras; eles representam Satanás e sua natureza, que é o pai da mentira e dos mentirosos.

Por meio disso, essa apostasia do Deus da verdade continua visível abertamente. Eu poderia de boa vontade demonstrar aqui, como o mundo inteiro está corrompido, depravado e manchado por mentiras de todos os tipos, mas não devo me desviar para isso.

Nenhum dever é mais frequentemente pressionado sobre nós:

"Abandone a maledicência;"

"Não minta um para o outro;"

"Fale a verdade em amor."

 

Foi para este propósito que a graça nos tem sido concedida, a fim de que nos convertamos das trevas para a luz, e da potestade de Satanás para Deus.

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 20/12/2021
Alterado em 04/04/2022
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