Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos

 

“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.”

(I Coríntios 11: 1)

 

Por que devemos ser imitadores de Cristo?

Porque Ele se fez homem para nos revelar o tipo de perfeição que devemos ter, não somente no que se refere a vencer toda forma de pecado e rebelião contra Deus, como também quanto ao significado de ser verdadeiramente humano com todas as nossas decisões, escolhas, vivências, e atitudes correspondendo ao padrão de perfeição que Deus criou em Adão no princípio, que deveria se manifestar sempre de forma perfeita e pura, em amor, tanto em relação a Deus quanto ao nosso próximo.

Para tanto, desde a nossa concepção no ventre de nossa mãe, segundo Deus planejou e criou, foi colocado por Ele, a Sua vontade e Lei em nosso espírito, do que dá testemunho a nossa consciência e pensamentos, para conhecermos instintivamente e intuitivamente tudo o que é bom e tudo o que é mau, de forma que nos sentíssemos acusados quando inclinados para o mal, e aprovados quando para o bem.

Adão se apercebeu disso conscientemente quando pecou, pois passou a conhecer tanto o mal quanto o bem, e a agir e reagir em conformidade com este entendimento, tanto que sentiu vergonha por estar nu. Quando estava nu fisicamente, diante de Deus antes do pecado, não tinha qualquer vergonha, porque a consciência reprova o nudismo em público, quando não se tem a Deus na mente e no coração.

Paulo se refere a esta Lei gravada por Deus no coração (espírito), como existente em todas as pessoas, em Romanos 2: 14, 15:   

"14 Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos.

15 Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se."


Mas, este conhecimento implantado por Deus na consciência dos homens, foi corrompido pelo pecado original, fazendo com que as atitudes, comportamentos e decisões sejam em algum grau sempre distorcidos, e não condizentes com esta consciência, que para ser tornada boa necessita ser salva por Cristo, para que não se torne até mesmo insensível e cauterizada.

Mas, uma vez convertidos a Jesus há muitas áreas de nossa vida, tanto psicológica, física, e espiritual que necessitam ser restauradas e curadas dos grandes males que o pecado operou em nós, e produziu desde quando ainda estávamos sendo formados no ventre de nossa mãe, pois o salmista inspirado pelo Espírito Santo diz, que fomos concebidos em pecado.

As decisões ainda que inconscientes que fizemos quanto a não sermos santos, a não sermos obedientes a Deus e diligentes nas coisas relativas ao Seu Reino, e aquelas que fizemos em relação a nós mesmos, quanto a não desejarmos viver em amor, a desistirmos da vida, a não desejarmos nos relacionar com as demais pessoas, etc., devem ser revertidas por novas decisões, que nos levem a um viver de pessoas que foram realmente libertadas por Cristo, de todas as formas de males e enfermidades tanto do corpo, quanto da alma e do espírito, por meio da fé nEle, segundo a operação da Sua graça e do Espírito Santo em nós.

 

Esta cura que necessitamos se encontra no amor, pois Deus é amor; e sendo criados à Sua semelhança somente vivemos, humanamente se falando, quando amamos.

É o amor que expulsa a iniquidade de nós, e abre caminho para a implantação de um viver hamonioso e saudável.

Jesus se manifestou por amor ao Pai e a nós. Ele chegou a chorar sobre Jerusalém, por causa dos judeus que não se arrependeram e rejeitaram com isso, serem restaurados pelo amor de Deus.

Ele amou o jovem rico, mesmo sabendo que este não iria se converter e segui-Lo. Ele estava e ainda está cheio de amor, por isso não há nenhuma parte que não seja sã e perfeita em Jesus. 

O cumprimento da Lei e dos Profetas é o amor a Deus, e ao próximo.

Mas, em razão de o pecado estar tão ligado à nossa velha natureza, e aí estará até o dia da nossa morte, devemos ser muito gratos a Deus por nos ter dado nosso Senhor Jesus Cristo, para poder cobrir e responder por todas as nossas limitações e imperfeições quanto a não sermos aqui embaixo, à Sua exata imagem e semelhança, e por nos ter feito a promessa de que Ele nos fará perfeitos, quando sairmos deste mundo.

Até lá, devemos manter o bom ânimo e prosseguir na busca desta perfeição proposta com humildade de espírito e reconhecendo, que por mais santificados que sejamos deste outro lado céu, sempre faltará muito daquela saúde perfeita, tanto física, quanto mental e espiritual, de forma que se possa dizer de nós que alcançamos um estado de perfeição absoluta, tanto para amar, quanto para se alegrar, quanto para dar graças por tudo, etc.

 

Muito daquilo que somos é dependente em grande parte de nossas decisões, e como as decisões que prevalecem são afetadas pelo próprio inconsciente, então não temos como escapar por nós mesmos, deste labirinto de estarmos mais inclinados para tomar decisões erradas de fundo pecaminoso, do que acertadas.

"15 Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto.

16 Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.

17 Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim.

18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.

19 Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.

20 Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim." (Romanos 7.15-20)

 

Jesus faz o nosso diagnóstico real: "Vocês todos são escravos do pecado".

Somente Ele pode nos libertar desta escravidão, pelo Seu próprio poder, para nos habilitar a ser e a viver do modo que Deus planejou para nós, a saber, à própria semelhança de Jesus.

Importa, portanto renovar a mente pelo redirecionamento de decisões com o auxílio da graça de Jesus, pela operação da Palavra e do Espírito Santo, para que possamos ser conduzidos do pecado para a santidade.

Veja quão preciosa é a fé para este propósito, mais do que a própria razão, porque esta também, como a própria mente natural se encontra deformada pelo pecado original.

Além de tudo, não se permita viver impressionado e sob o impacto das coisas ruins que lhe aconteceram em sua história de vida, e lhe trouxeram manias, imperfeições e fraquezas psicológicas insuperáveis.

Olhe para o alto. Olhe para Cristo e seja alegre nEle, porque apesar de tudo já te garantiu uma perfeição no céu, que há de durar por toda a eternidade.

Deus te ama independentemente de circunstâncias, com um amor incondicional,  portanto viva para o Seu inteiro agrado e se disponha também, a amar assim como és amado.

Glória a Deus! Aleluia!

 

 

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 28/01/2022
Alterado em 16/08/2022
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