Deus, conforme sua promessa em Jeremias, escreveu Sua lei na mente e no coração do crente, não como a lei foi escrita nas tábuas de pedra na Antiga Aliança, pois na nova, a lei no crente é implantada pelo Espírito Santo segundo os termos da Nova Aliança, ou seja, do Evangelho.
"Eis aí vêm dias, diz o Senhor , em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá".
"Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o Senhor".
"Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor : Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo".
"Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor , porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei". [Jer 31-34]
Paulo chama a isto, de lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, que é o único poder que pode nos livrar da lei do pecado e da morte que opera em nossa velha natureza, ou velho homem, apesar de esta última ter recebido a sentença de morte em nossa união com Cristo.
"Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte". [Rm 8: 2]
Há então, a necessidade de trabalho do despojamento deste corpo de morte, ou seja, do velho homem, enquanto aqui estivermos, pois está determinado por Deus em Seu conselho eterno, que haja esta guerra entre a carne e o Espírito, e vice-versa.
Há a maneira particular de a lei do pecado lutar; ela luta ou guerreia, isto é, age com força e violência, como os homens fazem na guerra - em primeiro lugar, desejando e movendo produtos desordenados na mente, desejos no apetite e nas afeições, propondo-os para a vontade.
Essa luta ou guerra do pecado consiste em duas coisas:
1. Na sua rebelião contra a graça, ou lei da mente.
2. Ao atacar a alma, atuando contra a soberania da graça sobre ela.
1. O primeiro é expresso pelo apóstolo, em Romanos 7: 23:
"mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros".
Eu acho", diz ele, "outra lei", "rebelando-se contra a lei da minha mente".
Ao que parece há duas leis em nós; a "lei da carne" ou do pecado, e a "lei da mente" ou da graça, conforme explicamos na parte anterior, mas duas leis contrárias não podem obter o poder soberano sobre a mesma pessoa, ao mesmo tempo.
O poder soberano nos crentes está na mão da lei da graça; assim o apóstolo declara:
"Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus"; [Rm 7: 22]
A obediência a esta lei é realizada com prazer e complacência no interior, porque sua autoridade é lícita e boa, e a mente se inclina apenas para aprovar aquilo que é bom para a alma. Então, mais expressamente em Rm 6: 14.
"Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais sob a lei, mas sob a graça."
A lei da graça escrita por Deus na mente do crente prevalece sobre a vontade, para o crente fazer o que é bom:
- A vontade está presente comigo.
"...pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. [Rm 7: 18]
- Quando eu quero fazer o bem.
"Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim". [Rm 7: 21]
E novamente, mas "eu faço o mal que não quero"
Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.
"Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço".[Rm 7: 19]
Porque o crente também está sujeito à lei do pecado, e prevalece sobre a mente (entendimento) para que ela aprove ou desaprove, de acordo com os ditames da lei da graça.
"Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa". [Rm 7: 16]
"Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto". [Rm 7: 15]
O julgamento da mente sempre está no lado da graça.
Prevalece também sobre as afeições.
"Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus"; [Rm 7: 22]
Agora, se assim for, essa graça tem o poder soberano no entendimento, na vontade e nas afeições e; por que então, nem sempre prevalece, nem sempre fazemos o que queremos, e fazemos o que não queremos?
Não é estranho que um homem não faça o que ele escolhe, a saber, por gostar e deleitar-se?
Existe alguma coisa mais necessária para nos permitir fazer aquilo que é bom?
A lei da graça faz tudo, tanto quanto se pode esperar dela, o que em si é abundantemente suficiente para o aperfeiçoamento de toda santidade no temor do Senhor.