Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos

 

... Santificação aos Cristãos 125

2. Evitar cuidadosamente todas as sociedades e negócios desta vida que possam sob vários pretextos, atrair e seduzir a mente para uma estrutura terrena ou sensual.

Se os homens se aventurarem naquelas coisas que encontraram por experiência, ou podem descobrir por sua observação que seduzem e desviam suas mentes de uma estrutura celestial para aquilo que é contrário a ela e não vigiam para evitá-las, eles serão preenchidos com o fruto de seus próprios caminhos.

De fato, a conduta comum dos professantes entre si e com os outros; andando, falando e se comportando como outros homens, sendo tão cheios do mundo quanto o mundo é de si mesmo perdeu a graça de ser espiritual, e manchou a glória da profissão externa.

 

3. Devemos ser incansáveis em nosso conflito com Satanás, que por vários artifícios e pela injeção de dardos inflamados trabalha continuamente, para nos desviar de nossos deveres de meditação espiritual.

Ele, raramente ou nunca falta em tais ocasiões. Aquele que é provido em qualquer medida de sabedoria e entendimento espiritual pode encontrar Satanás, mais sensatamente trabalhando em seu ofício e oposição com respeito a este dever, do que qualquer outro meio.

Quando estamos assim diante do Senhor, Satanás está sempre à nossa direita para resistir a nós, e muitas vezes sua força é grande.

Assim, os homens muitas vezes planejam realmente exercitar-se em pensamentos santos, mas acabam em vãs imaginações; eles se ocupam com ninharias, em vez de continuar neste dever.

A firmeza na resistência a Satanás nessas ocasiões é uma grande parte de nossa guerra espiritual. E podemos saber, que ele está trabalhando por seus mecanismos e métodos, pois eles consistem em suas sugestões de imaginações vãs, tolas ou corruptas.

Devemos saber com certeza, de onde elas vêm.

 

4. Devemos ter cuidado vigilante e contínuo para que nenhuma raiz de amargura brote para nos contaminar, para que nenhuma luxúria ou corrupção seja predominante em nós. Quando isso acontecer, se as pessoas de acordo com suas convicções se esforçarem às vezes, para exercerem esses deveres, trabalharão no próprio fogo onde todos os seus esforços serão imediatamente consumidos.

A mortificação para o mundo em nossas afeições e desejos, com moderação em nossos esforços para as coisas que dele necessitamos, também são necessárias; de fato a tal ponto, que sem elas ninguém pode, em nenhum sentido ser considerado espiritualmente inclinado, pois de outra forma nossas afeições não podem ser tão preservadas sob o poder da graça, que as coisas espirituais possam ser sempre saborosas para aqueles que esperam alcançá-lo a um custo menor, e não renunciar a todas as outras vantagens e sabores da vida, que uma estrita observação dessas coisas exigiria.

 

Se a maior parte do nosso tempo não é gasto com essas coisas, então o que quer que possamos supor, de fato nós não temos nem vida nem paz, porque não somos espirituais.

Onde estiver o nosso tesouro, também estará o nosso coração, conforme Jesus tem dito. Se amarmos as coisas terrenas e, se toda a nossa afeição for dirigida a elas, então todas as nossas demais faculdades humanas também se dirigirão, e a maioria de  nossas decisões pelo uso da mente e da vontade se inclinarão também a elas.

Não é difícil então, entender porque Jesus diz, que não podemos servir a Deus e às riquezas terrenas; que devemos negar a nós mesmos e carregar a cruz diariamente para segui-Lo e sermos seus discípulos.

 

A razão é porque as coisas celestiais, espirituais e divinas só podem passar a ser o nosso tesouro e o alvo de nossas inclinações e afeições, caso nasçamos de novo do Espírito e, assim sejamos tornados espirituais.

Como vemos em Rm 8: 6-13, ser espiritual dá para a vida e paz e ser carnal para  morte.

O pendor da carne em Rm 8: 6 não é uma referência ao corpo físico, mas ali e em outras passagens, segundo o original grego, "carne" tem o significado de "princípio do pecado" ou "natureza terrena decaída no pecado", ou ainda "velho homem".

"6 Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz".
"7 Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar".
"8 Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus".
"9Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele".
"10 Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça".
"11 Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita".
"12 Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne".
"13 Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis".


 

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 08/03/2022
Alterado em 29/03/2023
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