... Santificação aos Cristãos 129
De muitas maneiras e em várias ocasiões ao longo dos séculos, a Trindade Divina se revelou e atuou na Terra principalmente em relação à humanidade, para demonstrar que havia a necessidade da manifestação e satisfação da justiça eterna de Deus, por aquele que era o único eleito e qualificado para ser o Redentor de pecadores, em cujo sangue oferecido em sua morte como um sacrifício expiatório, todos aqueles que nEle cressem seriam justificados, regenerados, santificados e reconciliados com Deus, para serem glorificados por ele eternamente.
Assim, nós vemos desde que o primeiro casal caiu no pecado, o próprio Deus sacrificando animais para cobrir com suas peles a nudez de ambos. E aqui, já encontramos uma figura do Cordeiro que seria morto para que pudéssemos ser cobertos por Deus, com a Sua justiça.
Naquela ocasião, foi feita a promessa de um Descendente da mulher, indicando sua humanidade, para ser Aquele que esmagaria a cabeça da Serpente, a saber, de Satanás, de modo que livraria com Seu poder a muitos que se encontravam debaixo da escravidão ao diabo e ao pecado, para serem trazidos para pertencerem somente a Deus.
O sacrifício de cordeiros que foram exigidos para serem apresentados a Deus, como indicação de serem a base da possibilidade da aproximação dos pecadores justificados daquele que é perfeitamente Santo, foi feito desde o princípio e confirmado na própria Lei que fora dada a Moisés, e que por séculos anunciava em figura a necessidade daquele único Sacrifício pelo qual a justiça divina seria satisfeita para sempre, bem como a vindicação da honra da Sua lei que havia sido ofendida pelo pecado.
Para a libertação dos israelitas da escravidão no Egito, foi exigido que cada família usasse o sangue de um cordeiro sem defeito, para passá-lo nos umbrais e vergas das portas de suas casas, para que seus primogênitos não fossem mortos na passagem do anjo destruidor que mataria todos os primogênitos egípcios.
Nisto temos mais uma vez a figura da realidade aqui apresentada, de que é pelo sangue do Cordeiro Pascal (Jesus) que somos livrados da morte eterna, em razão do juízo contra o pecado, para sermos arrolados na igreja dos primogênitos aperfeiçoados no céu, uma vez que fomos comprados para Deus, pelo sangue de Jesus.
"Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue". (Atos 20: 28)
E daí por diante, por várias profecias foi revelado aos profetas de Israel, a pessoa e a obra do Messias prometido, para que não houvesse dúvidas de quem seria aquele que com base em Sua pessoa e trabalho em favor dos pecadores, muitos poderiam ser salvos por Deus, por meio da graça, mediante a fé nEle.
Dentre estas profecias, há a do nono capítulo do livro de Daniel, que aponta com precisão a época exata em que Jesus se manifestaria em carne ao mundo, sobretudo quanto à contagem de anos desde a data da ordem para a libertação dos judeus do cativeiro em Babilônia, até o dia da morte do Messias. E isto foi feito decorridos 483 anos exatos.
O tempo determinado por Deus para que os judeus permanecessem no cativeiro em Babilônia foi de 70 anos, mas para a libertação do cativeiro ao diabo e ao pecado, e para o encerramento da dispensação mosaica, chamada de Antiga Aliança, com os sacrifícios de animais, e para a conclusão do período de profecias sobre o Messias, pois ele mesmo seria o Grande Profeta de Deus, que revelaria a Sua vontade de modo definitivo, e até as revelações que Ele faria a João, no Apocalipse - a profecia seria fechada, pois esta honra foi reservada para o Senhor, Salvador e Redentor da humanidade; setenta semanas de anos proféticos seriam ainda necessárias desde que os judeus saíram de Babilônia ao fim dos setenta anos que ali haviam ficado, para que Israel passasse a reinar sobre todo o mundo com o Messias.
Agora, não se pense que Deus somente começaria a salvar quando tudo isto fosse completado, pois Ele o tem feito desde Adão e prosseguirá fazendo até que o período da dispensação da graça seja encerrado, depois da segunda vinda de Jesus.
Tudo isto foi revelado, para que soubéssemos que não somos salvos por nossos méritos ou obras, que a propósito, nada são diante de Deus, em razão do pecado, mas do Messias prometido e da obra que Ele realizou em nosso favor, de cuja vida depende a nossa própria vida com Deus.