Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos

 

São Necessários Dois Nascimentos Distintos

 

São poucos aqueles, mesmo dentre os crentes, que têm uma firme e permanente compreensão da real condição da humanidade diante de Deus, quanto à questão relativa à vida e à morte, pois não é devidamente considerado, que o próprio Adão deveria nascer de novo do Espírito Santo, para alcançar a vida eterna que está em nosso Senhor Jesus Cristo e, que se encontrava em figura, representada na Árvore da Vida que se encontrava no centro do Jardim do Éden, da qual não foi permitido por Deus, a Adão comer do seu fruto, para que não tivesse vida eterna em seu estado de desobediência, sem o devido arrependimento e conversão pela fé à condição que lhe garantiria receber a referida bênção eterna.

 

A grande verdade é que se Adão tivesse a vida eterna em seu estado de inocência, sem pecado por um segundo, e novo nascimento do Espírito Santo para receber a vida celestial, espiritual e divina que recebemos do Alto, individualmente do próprio Deus, e não por condição de nascimento natural, ainda que de pais piedosos que tenham a citada vida; não poderia ser dito dele, que morreria eternamente caso comesse do fruto proibido, pois aquele que uma vez nasceu do Alto e entrou no Reino do Céu, não mais poderá perder a referida condição.

 

Então, ao lamentarmos pelo estado de enfermidade e morte natural de alguém, e nos recusarmos a ser consolados por Deus, deveríamos sempre considerar qual era a condição da citada pessoa, pois se tinha nascido de novo, e alcançado a vida que Deus projetou para aqueles que estarão com Ele eternamente, temos motivo de sermos gratos a Ele, e lhe darmos glória por ter promovido Seu filho à glória celestial divina, por meio da morte física.

Mas, em caso contrário tratava-se de alguém não regenerado, ou seja, não nascido de novo do Espírito, tendo recebido apenas a vida natural de Adão, e estando desprovido da vida espiritual que recebemos pela nossa identificação com o Último Adão, que é Cristo, então há muito que lamentar não somente pela morte natural da pessoa, mas pela morte espiritual em que ela sempre viveu em sua existência terrena, pois assim como trouxemos a imagem do terreno, importa que tragamos a imagem do que é espiritual, por meio da fé em Jesus, para que tenhamos vida eterna, e a tenhamos em abundância.

 

Tudo isto pode ser visto e entendido, através do diálogo de Jesus com Nicodemos em João, e do que Paulo escreveu em I Coríntios 15.

Toda esta verdade e se encontra revelada em sombra, nos escritos do Velho Testamento, mas nosso Senhor Jesus Cristo, como o grande Profeta que nos foi dado da parte de Deus removeu inteiramente o véu, e nos falou diretamente da necessidade de haver dois nascimentos distintos para alguém ir para o céu: um natural, terreno, e outro espiritual e celestial por meio da fé, que nos torna cidadãos da pátria celestial, fazendo com que pertençamos ao Reino de Deus, e não mais a esse mundo, pois apesar de estarmos no mundo em nossa existência terrena, todavia como crentes, não somos mais dele, pois o nosso novo nascimento, da nova criatura em Cristo Jesus não é deste mundo, mas do céu, daí se dizer que nascemos do Alto, ou do Espírito Santo.

 

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 23/01/2023
Alterado em 22/10/2023
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras