2. No cultivo da santidade universal, ou seja. total, não devemos nos contentar apenas em "despojar-nos do velho homem", mas estar continuamente "revestindo-nos do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade."
Devemos ser "renovados no espírito da nossa mente",
“e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade”. Efésios 4: 23, 24
Esta é uma expressão que merece ser profundamente considerada, pois contém a própria essência da verdadeira santificação.
“mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências”. Romanos 13: 14
“porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes”. Gálatas 3: 27
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”, Filipenses 2: 5
Devemos "nos revestir do Senhor Jesus Cristo", e ter em nós a mesma "mente que estava nEle”.
Marque todas as suas disposições; seu deleite na presença de Deus, dependência de Seus cuidados e zelo por Sua glória, seus hábitos abnegados de todo tipo; e, ao mesmo tempo, sua paciência e mansidão, sua compaixão e amor para com os homens, mesmo para com seus inimigos mais inveterados.
Essas devem ser as disposições que devemos cultivar, nas quais devemos crescer até a perfeição.
"O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo". 1 Ts 5: 23
O que quer que tenhamos alcançado, devemos "esquecer tudo e avançar para mais, e "crescer nEle em todas as coisas, como nossa Cabeça viva.
"Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão",
"prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus". Fp 3: 13,14
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”, Efésios 4:15
Tudo isso devemos fazer "no temor de Deus". Essa expressão deve ser particularmente marcada, pois no "temor de Deus" consiste a perfeição da santidade - por "temor de Deus", entendo aquela ternura de consciência e vigilância mental que protege até mesmo de um pensamento que desagradaria a Deus.
Existe uma suscetibilidade de impressão (tal como existe na menina do olho quando tocada pelo menor cisco no ar), que devemos manter viva em nossos corações em referência ao pecado, e ter em exercício ininterrupto.
Nisto o próprio Senhor Jesus Cristo se destacou proeminentemente, sendo "de rápido entendimento no temor do Senhor”.
É por isso que Deus se comprometeu a aperfeiçoar Sua obra dentro de nós, "fazendo-nos temê-lo para sempre" e "colocando seu temor em nossos corações para que não nos afastemos dEle.
38 Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
39 Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos.
40 Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.” Jeremias 32: 38-40
“2 Repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR.
3 Deleitar-se-á no temor do SENHOR; não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos;
4 mas julgará com justiça os pobres e decidirá com equidade a favor dos mansos da terra; ferirá a terra com a vara de sua boca e com o sopro dos seus lábios matará o perverso.” Isaías 11: 2-4
Essas passagens seriam cuidadosamente notadas e comparadas nesta visão. O temor de Deus é a coroa de todas as graças e conquistas cristãs, sem o qual nada tem valor.
É o matiz rebaixado que marca o amadurecimento e a maturidade de nosso fruto mais escolhido: é aquele pelo qual o homem de Deus é aperfeiçoado e a imagem de Deus é completada na alma.
A menção das promessas em conexão com isso me leva a mostrar,
II. O uso das promessas na sua produção
Pedro nos diz, que "pelas promessas nos tornamos participantes da natureza divina...”, 2 Pedro 1: 4
E, com o mesmo efeito, Paulo fala nas palavras diante de nós.
É pelas promessas que devemos cumprir a tarefa que nos foi designada no texto. Para esta obra abençoada, elas são bem preparadas, pois elas operam;
1. Em uma forma de motivo.
Quem pode contemplar as promessas no contexto anterior, e não sentir que suas obrigações para com o Deus Todo-Poderoso são tão grandes que superam qualquer outra consideração sob o céu?
Deus promete "habitar e andar em nós" como em seu templo?
Ele se compromete a "ser nosso Deus", tanto quanto se não houvesse outra criatura no universo, além de nós mesmos que tivesse algum interesse salvador nEle?
Ele declara que "nos receberá" e agirá em relação a nós, como o Pai mais indulgente em relação a seus amados "filhos e filhas"?
Tudo isso nos é prometido livremente, mesmo para todos os que se separarão de um mundo ímpio e buscarão sua face?
Quem pode contemplar isso, e não perguntar instantaneamente:
"O que darei ao Senhor por todos esses benefícios?"
Quem pode ter tanta esperança nEle e não se esforçar para "purificar-se, assim como Deus é puro”?
"E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro". 1 João 3: 3
É assim que Paulo sentiu suas obrigações para com o Senhor; e é pela consideração deles, que nos exorta a uma devoção sem reservas, de nós mesmos a Deus, garantindo-nos que as misericórdias que nos são conferidas rendem uma consagração inteira de nós mesmos a Ele, "um culto racional”!
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Rm 12: 1