Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos

 

 

 

 

A Figueira Estéril é Amaldiçoada

 

 

 

 

“18 Ora, de manhã, ao voltar à cidade, teve fome;”

19 e, avistando uma figueira à beira do caminho, dela se aproximou, e não achou nela senão folhas somente; e disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente.

20 Quando os discípulos viram isso, perguntaram admirados: Como é que imediatamente secou a figueira?

21 Jesus, porém, respondeu-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, isso será feito;

“22 e tudo o que pedirdes na oração, crendo, recebereis.” Mt 21: 18-22

 

Para ilustrar a verdade de que há uma condenação aguardando por todo aquele que não frutifica para Deus, nosso Senhor amaldiçoou uma figueira por não ter achado fruto na mesma, senão apenas folhas, e fez com que ela secasse ao lhe dirigir a seguinte palavra de ordem:

“... Nunca mais nasça fruto de ti”. 

 

No texto paralelo do evangelho de Marcos está registrado que havia somente folhas na figueira, porque não era ainda a estação dos figos.  [Mc 11: 13]

Alguém perguntaria; por que então, Jesus fez com que a figueira secasse, já que não era tempo de figos?   

Somos dados a querer entender coisas espirituais com nossa lógica natural. Se formos por este caminho poderemos até chegar à conclusão indevida de que nosso Senhor agiu de forma insensata.

Todavia, o fato de não ser época de figos, somente serviu para reforçar o ensino que Ele pretendeu nos dar, de que não somos figueiras, mas homens, e no que respeita à humanidade, é dever dar sempre os frutos esperados por Deus, a tempo e a fora de tempo, senão estará sujeita a um julgamento.

 

Nosso Senhor quis figos e não os encontrou. Ele quer achar frutos em nós, e se não os acha, qual será o resultado?

Ele nos mostrou de modo muito veemente, o dever que temos para com Deus de estarmos sempre frutificando para Ele, e este fruto é especialmente o fruto do Espírito citado em Gl 5: 22, 23. 

"Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade",

"mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei".

 

Assim, não foi por nenhum acesso de ira, de indignação, de desprezo pelas árvores, de descontrole emocional, ou por qualquer motivo injustificável que o Senhor o fizera, mas para deixar este ensinamento para nós, como também, o de que tudo é possível ao que crê.

O modo de frutificar para Deus só é possível pela fé. Quanto maior a fé, maior a frutificação; dar o fruto do Espírito Santo por nossa própria capacidade é impossível, mas não é impossível para a fé.

 

Quando o Senhor nos mover a orar por coisas aparentemente impossíveis de serem feitas, e incompreensíveis para a nossa razão natural, não devemos nos conduzir pelo que julgamos ser lógico ou possível, mas obedecermos em espírito à ordem que nos for dada.

Se formos chamados a orar, especialmente em relação a algum fruto do Espírito Santo como, por exemplo, sermos longânimos, bondosos, e misericordiosos, o Senhor é poderoso para torná-lo possível, porque não há impossíveis para a fé que se apoia em Deus.   

 

O pecado da esterilidade espiritual é geralmente o resultado de outro pecado, a saber, o da incredulidade; por isso nosso Senhor associou a fé, ao evento de ter secado a figueira, ensinando aos discípulos que deveriam ter fé para serem santificados, e para operarem sinais e maravilhas, porque dependeriam muito disto, para que não fossem achados estéreis em suas vidas espirituais diante de Deus. 

 

 

 

 

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 04/03/2023
Alterado em 22/12/2023
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