Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos

 

Jesus, Nossa Páscoa

De muitas maneiras e em várias ocasiões ao longo dos séculos, a Trindade Divina se revelou e atuou na Terra, principalmente em relação à humanidade, e para demonstrar que havia necessidade da manifestação e satisfação da justiça eterna de Deus, por Aquele que era o único eleito e qualificado para ser o Redentor de pecadores, em cujo sangue oferecido em Sua morte como um sacrifício expiatório, todos aqueles que nEle cressem seriam justificados, regenerados, santificados e reconciliados com Deus, para serem glorificados por Ele, eternamente.

 

Assim, nós vemos desde que o primeiro casal caiu no pecado, o próprio Deus sacrificando animais para cobrir com suas peles a nudez de ambos. Aqui, já encontramos uma figura do Cordeiro que seria morto para que pudéssemos ser cobertos por Deus, com a Sua justiça.

Naquela ocasião, foi feita a promessa de um Descendente da mulher, indicando sua humanidade, para ser Aquele que esmagaria a cabeça da Serpente, a saber, de Satanás, de modo que livraria com Seu poder a muitos que se encontravam debaixo da escravidão ao diabo, para serem trazidos para pertencerem somente a Deus.

O sacrifício de cordeiros que foram exigidos para serem apresentados a Deus, como indicação de serem a base da possibilidade da aproximação dos pecadores justificados daquele que é perfeitamente Santo, foi feito desde o princípio, e confirmado na própria Lei que fora dada a Moisés, que por séculos anunciava em figura, a necessidade daquele único Sacrifício pelo qual a justiça divina seria satisfeita para sempre, bem como a vindicação da honra da Sua lei que havia sido ofendida pelo pecado.

 

Para a libertação dos israelitas da escravidão no Egito, foi exigido que cada família usasse o sangue de um cordeiro sem defeito, para passá-lo nos umbrais e vergas das portas de suas casas, para que seus primogênitos não fossem mortos na passagem do anjo destruidor que mataria todos os primogênitos egípcios.

Nisto temos mais uma vez a figura da realidade aqui apresentada, de que é pelo sangue do Cordeiro Pascal (Jesus) que somos livrados da morte eterna, em razão do juízo contra o pecado, para sermos arrolados na igreja dos primogênitos aperfeiçoados no céu, uma vez que fomos comprados para Deus, pelo sangue de Jesus. (Atos 20: 28)

E daí por diante, por várias profecias foi revelado aos profetas de Israel, a pessoa e obra do Messias prometido, para que não houvesse dúvidas de quem seria aquele, que com base em Sua pessoa e trabalho em favor dos pecadores, muitos poderiam ser salvos por Deus por meio da graça,  mediante a fé nEle.

Dentre estas profecias, há a do nono capítulo do livro de Daniel, que aponta com precisão a época exata em que Jesus se manifestaria em carne ao mundo, sobretudo quanto à contagem de anos desde a data da ordem para a libertação dos judeus do cativeiro em Babilônia, até o dia da morte do Messias - isto foi feito decorridos exatos 483 anos.

 

O tempo determinado por Deus para que os judeus permanecessem no cativeiro em Babilônia foi de 70 anos, mas para a libertação do cativeiro ao diabo e ao pecado, como para o encerramento da dispensação mosaica chamada de antiga aliança, com os sacrifícios de animais, e para a conclusão do período de profecias sobre o Messias, pois ele mesmo seria o Grande Profeta de Deus, que revelaria Sua vontade de modo definitivo, e até as revelações que Ele faria a João no Apocalipse, a profecia seria fechada, pois esta honra foi reservada para o Senhor, Salvador e Redentor da humanidade; setenta semanas de anos proféticos seriam ainda necessárias desde que os judeus saíram de Babilônia ao fim dos setenta anos que ali haviam ficado.

Agora, não se pense que Deus somente começaria a salvar, quando tudo isto fosse completado, pois Ele o tem feito desde Adão, e prosseguirá fazendo até que o período da dispensação da graça seja encerrado depois da segunda vinda de Jesus.

Tudo isto foi revelado para que soubéssemos que não somos salvos por nossos méritos ou obras, que a propósito, nada são diante de Deus, em razão do pecado, mas do Messias prometido e da obra que Ele realizou em nosso favor,  de cuja vida depende a nossa própria vida com Deus.

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 08/04/2023
Alterado em 20/10/2023
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