Como Discernir a Diferença?
O discernimento da diferença entre as virtudes morais que remanescem em muitos não regenerados, que podem ser muito parecidas com as dos que são nascidos do Espírito Santo, e que muitas destas atitudes e ações, mesmo dos crentes, podem ser provenientes de sua natureza terrena e não do mover do Espírito neles, tanto quanto são as dos não regenerados.
Então, isto comprova, que não é por meio dessas obras que alguém pode ser salvo, pois a salvação demanda uma justiça perfeita e divina, que somente podemos receber por meio da fé em Jesus Cristo.
Além disso, o amor e a conduta geral que é gerada em nós, e que aumenta à medida do nosso crescimento na graça da santificação, é de procedência inteiramente celestial, espiritual e divina, e que demanda necessariamente a operação da fé que recebemos como um dom de Deus, por causa da fé em Jesus Cristo.
Portanto, não somos justificados, regenerados e santificados pelas boas obras, mas para que as pratiquemos. É a própria vida de Jesus habitando e agindo em nós, que nos conduz à Sua própria imagem e semelhança, pela transformação e renovação da nossa mente, pela nossa não conformação ao mundo, e pela meditação e prática contínua da Palavra, para que a vida de Jesus se manifeste em nós.
É preciso que o coração de pedra seja mudado para o coração de carne; que sejamos perdoados e redimidos do pecado original, por nossa identificação com a morte de Jesus na cruz, pois a Sua morte foi considerada por Deus Pai como sendo a nossa própria morte, de modo que já não haja nenhuma condenação seja da Lei ou da justiça divina sobre nós.
Veja que as muitas obras que eram realizadas pelas igrejas citadas nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse, são elogiadas pelo Senhor, mas por si mesmas não respondiam ao grande objetivo da nossa fé, que é o de nos conduzir a uma comunhão espiritual, real e amorosa com o Senhor, negando-nos a nós mesmos, e tendo nEle o nosso tudo em tudo.
Isto, que é o essencial faltava em Éfeso, Pérgamo, Tiatira, Sardes e Laodicéia, e por isso foram repreendidos pelo Senhor e chamados ao arrependimento.
Assim, não é tanto pelas obras, mas pela união a Jesus em espírito, servindo-O, amando-O e adorando-O, em que reside a diferença fundamental entre os crentes e os não regenerados.
