Legado Puritano
Quando a Piedade Tinha o Poder
Textos

 

Obediência Devida às Autoridades

 

 

Deuteronômio 16

18 Juízes e oficiais constituirás em todas as tuas cidades que o SENHOR, teu Deus, te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com reto juízo.

19 Não torcerás a justiça, não farás acepção de pessoas, nem tomarás suborno; porquanto o suborno cega os olhos dos sábios e subverte a causa dos justos.

20 A justiça seguirás, somente a justiça, para que vivas e possuas em herança a terra que te dá o SENHOR, teu Deus.

21 Não estabelecerás poste-ídolo, plantando qualquer árvore junto ao altar do SENHOR, teu Deus, que fizeres para ti.

22 Nem levantarás coluna, a qual o SENHOR, teu Deus, odeia.

 

Comentário

Isto está em pleno acordo com o que o apóstolo Paulo afirma em Romanos 13: 1-7.

“1 Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.

2 De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.

3 Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela,

4 visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal.

5 É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência.

6 Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço.

7 Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra.”

 

“As autoridades que existem foram instituídas por Deus”, portanto é por um legítimo direito e ordenação divinos, que os governos e magistrados exercem poder sobre os respectivos povos em suas nações. Opor-se à autoridade e não honrá-la, significa então, opor-se à ordenança de Deus.

O perverso imperador Nero estava no exercício do poder quando Paulo escreveu estas palavras, e quando Pedro disse que os crentes devem honrar o rei.

Como? Honrar Nero?

Não propriamente a sua pessoa, mas o cargo que exercia de governante.

Por que isso é necessário?

Quando falta o respeito à autoridade, o que se segue é a desordem social e o caos. Temos um exemplo disso do que estava ocorrendo no Brasil em tempos recentes, em que as pessoas se julgavam livres em seu direito de difamar os governantes e magistrados, com ofensas e palavras ameaçadoras dirigidas a eles.

Então, começou a haver uma série de prisões, multas, penalizações as mais diversas, contra alguns que foram considerados no exercício desta prática, e veio grande temor sobre a nação, com  uma redução considerável de tal falta de obediência ao preceito instituído por Deus, e não propriamente pelo homem, de que o exercício da autoridade legalmente constituída deve ser respeitado.

 

Mas, se uma vez restaurada a ordem social, os que se encontram em posição de autoridade continuarem usando de ameaças e opressões injustas contra a população, ou mesmo punindo inocentes no lugar de verdadeiros culpados, isto é outro grande mal que o próprio Deus se encarregará de castigar no tempo oportuno, como se deu no caso de Nero, e de tantos outros governantes e magistrados cruéis e injustos, tanto do passado quanto de tempos recentes, uma vez que o encargo principal deles é o de promover a justiça e não a injustiça, seja a que título ou pretexto for.

Este princípio geral de obediência à lei,  aos magistrados e governantes que a executam, pode ser visto nas seguintes palavras:

 

Deuteronômio 17

8 Quando alguma coisa te for difícil demais em juízo, entre caso e caso de homicídio, e de demanda e demanda, e de violência e violência, e outras questões de litígio, então, te levantarás e subirás ao lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher.

9 Virás aos levitas sacerdotes e ao juiz que houver naqueles dias; inquirirás, e te anunciarão a sentença do juízo.

10 E farás segundo o mandado da palavra que te anunciarem do lugar que o SENHOR escolher; e terás cuidado de fazer consoante tudo o que te ensinarem.

11 Segundo o mandado da lei que te ensinarem e de acordo com o juízo que te disserem, farás; da sentença que te anunciarem não te desviarás, nem para a direita nem para a esquerda.

12 O homem, pois, que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao SENHOR, teu Deus, nem ao juiz, esse morrerá; e eliminarás o mal de Israel,

13 para que todo o povo o ouça, tema e jamais se ensoberbeça.

 

Estas ordenanças apontam para a realidade de que haverá um juízo de morte espiritual e eterna procedente da parte de Deus, para todo aquele que não for perdoado e justificado do pecado.

Jesus disse, que sua segunda vinda para juízo da impiedade das nações seria como nos dias de Noé, o que significa, senão que poucos serão salvos, a saber, somente aqueles que estiverem na Arca de salvação, que é Ele próprio, assim como se deu com Noé e sua família em seus dias.

Deus aguardou que a iniquidade dos amorreus fosse completada, o que se deu somente cerca de 400 anos depois de ter feito tal revelação a Abraão, e que quando esta atingisse o seu limite, como de fato ocorreu, todos eles seriam exterminados pela espada do juízo divino.

A mesma longanimidade do Senhor aguarda em nossos dias, pois Jesus disse que a iniquidade das nações aumentaria de forma multiplicada no tempo do fim, e que quando estivesse completada, então Ele voltaria para julgar os ímpios, e livrar o seu povo da destruição, tal como ocorreu com os ímpios que morreram na águas do dilúvio, e a família de Noé que se achou em segurança na arca.

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 08/08/2023
Alterado em 18/10/2023
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