Direita, Centro ou Esquerda?
Retornando ao passado, cerca de dois mil anos atrás, façamos um passeio até a cidade de Belém da Judéia, para contemplar e adorar o bebê deitado em uma manjedoura, ali colocado por sua mãe, como um berço improvisado, porque pelas circunstâncias que envolveram o nascimento de seu filho, não houve oportunidade para fazer qualquer preparativo especial para a recepção do Messias prometido por Deus, que estava destinado a ser o Salvador e restaurador de toda a criação; que desde a queda do primeiro homem havia ficado sujeitada à maldição e condenação em razão do pecado.
Somente Aquele que era Deus Filho, com Deus Pai e Deus Espírito Santo poderia ser qualificado para a realização da enorme tarefa que repousaria para sempre sobre os Seus ombros, de ser Salvador e Senhor de todos aqueles que lhes foram dados pelo Pai, antes da fundação do mundo, para serem adotados e aceitos como filhos amados de Deus, pela justificação, regeneração, santificação e glorificação dos mesmos, por meio da fé em Jesus.
Em assim sendo, não se pense que o bebê na manjedoura teve princípio de existência como ser, ao ser formado no ventre de sua mãe pelo poder do Espírito Santo, porque se foi este o princípio de Sua natureza terrena como homem perfeito, todavia Sua natureza divina não foi extinta ou separada dEle, sequer por um segundo que fosse; e por ser divino em Sua natureza poderia oferecer Seu corpo como sacrifício vicário em favor de pecadores.
Por esses relatos verdadeiros nós podemos entender, por que nosso Senhor e Seus apóstolos não se envolveram com questões políticas como, por exemplo, considerarem se era justo ou não que Israel estivesse debaixo do poder romano, ou mesmo que era adequado que tivesse por reis, a família de idumeus, que sequer eram israelitas, a saber, os Herodes.
O Reino do Messias não é deste mundo, assim como Ele próprio e seus súditos não são também do mundo.
É um reino celestial, proveniente do céu e regido pelas leis divinas, espirituais e celestiais que é a Constituição imutável do Reino, do qual Jesus é o Rei Supremo.
No quê as constituições das nações têm em comum com a primeira tábua da Lei, em que se determina adoração exclusiva ao Deus de Israel, e que tal adoração deve ser em espírito e em verdade, em vidas santificadas, assim como se vê na oração do Pai Nosso e em várias partes do Sermão do Monte?
O mundo segue o padrão de vida santa e justa que é manifestada em todos aqueles que seguem a Jesus, negando a si mesmos, e carregando voluntariamente a sua cruz?
Vemos então, quão inútil e árido é o pensamento mundano de se tentar identificar o Reino espiritual de Jesus com as formas de governo das nações, sejam elas quais forem, ainda que pretextuem serem de fundamento cristão, pois na verdade pouco ou nada têm a ver com aquilo que Jesus espera dos súditos de Seu reino que manifestará Sua glória final, somente por ocasião da Sua segunda vinda.