César Governa pela Força,
mas Jesus pela Graça
Se há alguém que mais do que pela força poderia reger pelo poder absoluto e eterno, sem sombra de dúvida somente Jesus poderia fazê-lo, levando seus servos a uma obediência forçada e exercendo autoridade opressiva pronta para punir e destruir a qualquer um que viesse a transgredir a Sua vontade ainda que eventual e inadvertidamente.
Mas, se assim fosse Ele não poderia ser de modo algum o Rei dos reis e Senhor dos senhores, em um Reino que não é deste mundo, mas divino, espiritual, celestial e amoroso.
Ele não seria o Príncipe da Paz, o Redentor de pecadores e autor da salvação daqueles que nEle confiam.
De maneira que, muito se equivocam e erram todos aqueles que imaginam que Jesus é o Senhor, ao modo dos governantes deste mundo, que exercem autoridade sobre os outros apenas sob a tutela da lei, sem levar em conta qualquer necessidade de serem ternos, misericordiosos, perdoadores, justos, benignos, e tudo o mais que identifica alguém que seja de fato, santo e piedoso.
Geralmente, o que se vê são governantes obstinados, prepotentes, orgulhosos, arrogantes, cruéis, injustos, corruptos, amantes dos prazeres e inimigos de Deus e do Evangelho, que em vez de servir aos cidadãos, buscam apenas ser servidos por eles.
Este tipo de sentimento habitou no início nos apóstolos de um modo geral, e foi abertamente declarado pelo próprio João e seu irmão Tiago, que foram repreendidos por Jesus e ensinados sobre a diferença que há entre Ele e seu modo de governar, e o dos governantes deste mundo.
Ele nos governa para sermos livres, e não escravos. Somos servos voluntários e aceitos, se assim o formos de fato, aprendendo a amar a Deus e uns aos outros, assim como somos por Ele amados.
“35 Então, se aproximaram dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir.
36 E ele lhes perguntou: Que quereis que vos faça?
37 Responderam-lhe: Permite-nos que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda.
38 Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou batizado?
39 Disseram-lhe: Podemos. Tornou-lhes Jesus: Bebereis o cálice que eu bebo e recebereis o batismo com que eu sou batizado;
40 quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda, não me compete concedê-lo; porque é para aqueles a quem está preparado.
41 Ouvindo isto, indignaram-se os dez contra Tiago e João.
42 Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade.
43 Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva;
44 e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos.
45 Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10: 35-45)
Os reinos deste mundo devem ter os seus Césares agindo por força, porque o mundo de trevas em que o pecado domina requer tal tratamento. Mas, os cidadãos do Reino do Céu que nasceram de novo do Espírito, que odeiam o pecado e amam a santidade podem e devem governar, e serem governados por outros meios, a saber, pelo amor e graça de Cristo, que nos constrangem a viver segundo a vontade de Deus.