O que Buscam os Crentes
Nenhum crente verdadeiro e piedoso jamais se encontrou ou se encontrará em competição com aqueles que buscam poder, glória, riquezas e honrarias deste mundo, pois o que buscam são as coisas espirituais, celestiais e divinas, conforme o mover do Espírito Santo que neles opera tudo quanto alcançaram por meio da fé em Jesus Cristo.
É por estas coisas que são eternas que seus corações suspiram, e não pelas que são deste mundo e que são passageiras.
Isto se aplica até mesmo, à sujeição deles a quem esteja no comando do governo civil, sabendo que a César deve ser dado o que é de Cesar, como por exemplo o que diz respeito ao pagamento de taxas e impostos, e cumprimento de todas as leis que são promulgadas para reger a vida em sociedade, e que não confrontem diretamente a lei de Deus,porque antes importa dar a Deus o que é de Deus, do que dar a César aquilo que não lhe é dado por consentimento divino.
O Reino ao qual eles pertencem definitivamente não é deste mundo, assim como eles próprios e o Rei deles também não são do mundo, mas do céu.
Assim, enquanto aqui embaixo, sabem que são apenas peregrinos e forasteiros rumando para uma nação celestial, não feita por mãos humanas, e não regida por leis naturais, mas espirituais, cuja máxima regra é o amor perfeito que atua em vidas santificadas pelo poder e pela Palavra de Deus.
O pensamento deles quanto aos seus propósitos principais se encontra nas coisas do alto e não nas que são da Terra.
Na cidade celestial para a qual estão caminhando na qual não existe qualquer disputa pelo poder, mas a mais perfeita harmonia de vontades submetidas à vontade suprema, justa, amorosa e verdadeira de Deus.
Onde a lei não é cumprida pelo medo e pelo argumento da força, mas pelo amor e terna obediência aos mandamentos de Deus. Voluntariamente, de ânimo sempre bom e pronto, como quem serve a um Pai de amor, e não a um patrão.
Os reinos deste mundo são estabelecidos pela força ou pela fraude, e estão sempre em constantes disputas, e os regimes de governo se sucedem pela queda de uns para a elevação de outros, numa interminável inconstância,assim como são inconstantes os homens, por serem pecadores, mas o Reino do Céu é inabalável, indissolúvel, permanente, quer pela perfeição do Soberano que o rege, quer pela paz e amor perfeito que há no Céu pela santidade perfeita de todos os seus habitantes.