Legado Puritano

Quando a Piedade Tinha o Poder

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Mente Natural e Mente Espiritual – Parte 7

Para a obtenção desta vida eterna é necessário crer em Cristo do modo que convém, ou seja, com arrependimento, fé e submetendo-se totalmente ao seu senhorio, em prova de um verdadeiro amor por ele, guardando os seus mandamentos, pois somente os que permanecem nele e na sua palavra são de fato seus discípulos. Não basta portanto chamá-lo de senhor, de se afirmar que crê nele, que o ama etc, mas que se esteja realmente unido a ele em um só espírito, observando, honrando, guardando toda a sua vontade, e sabendo que a operação da mente espiritual que recebemos na conversão é totalmente dependente dele, pois tanto o nosso querer quanto o realizar são efetuados por Deus e não propriamente por nós. Não temos na mente espiritual algo como um dispositivo eletrônico que ligamos e desligamos quando bem pretendermos. Não. É o Espírito Santo que tudo faz em nós e por nós para um fim proveitoso, de modo que somos inteiramente dependentes da sua santa vontade em tudo o que fazemos ou sofremos. No entanto, a oração, a adoração, o louvor e a meditação na Palavra, em espírito, muito ajudarão a ativar a mente espiritual e assim suplantar a mente e a vontade carnais, bloqueando os pensamentos e desejos impuros e pecaminosos de toda sorte, pois estes não existem na mente espiritual, que sendo da nova criatura, é inteiramente santa, sem qualquer impureza ou outros tipos de pecados. É isto que explica o porque depois que o crente entra na presença de Deus em espírito, toda perturbação, temor e pecados de sua alma vão embora e são substituídos por um sentimento de leveza e pureza que não é de origem da natureza terrena, mas da celestial.

17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus.

18 Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons.

19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.

20 Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.

21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.

22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?

23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade. Mateus 7.17-23.

15 Se me amais, guardareis os meus mandamentos. João 13.15.

23 Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.

24 Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou. João 14.23,24.

4 permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.

5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.

6 Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.

7 Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. João 15.4-7.

14 Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. João 15.14.

Crer em Cristo, portanto, não consiste apenas em reconhecê-lo como Salvador, mas antes, como Senhor, e nos encontrarmos totalmente debaixo do seu comando e domínio. E para tanto é preciso receber de Deus o dom da fé salvadora que nos torna submissos ao Senhor com um coração e mente voluntários. O que não contém isto não é a fé salvadora, mas a fé morta que no dizer de Tiago, para nada aproveita.

A pessoa que viverá para sempre em união com Deus não é aquela que teve apenas vida natural neste mundo, mas a que recebeu uma nova natureza celestial e espiritual, pois sendo espírito, Deus só pode ser adorado e servido em espírito, e daí a necessidade de sermos tornados espirituais, conforme Ele planejou antes mesmo da criação do mundo, para que vivêssemos e andássemos diante dele, em amor, alcançando, à medida que o tempo passa, graus cada vez maiores da semelhança que devemos ter com Jesus Cristo.

3 Então, disse o SENHOR: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal;” (Gên 3a).

A razão que levou Deus a julgar o mundo inteiro nos dias de Noé com o dilúvio, é a mesma que o levará a julgá-lo por ocasião da volta de Jesus, a saber, que tendo sido criado para ser espiritual, o homem resiste a isto, e vive como carnal e mundano.

É a vida espiritual, em comunhão contínua com Deus, que deve ser priorizada por nós, e não a natural, que está destinada a desaparecer na consumação do século. Esta vida natural é apenas um veículo, para que o homem chegue à vida espiritual e celestial. É por esta vida natural, que se permite ao homem, como ser moral, a continuar existindo no mundo, apesar de se encontrar morto em delitos e pecados, até que seja resgatado desta condição pela libertação que há em Jesus, para que possa ser reconciliado com Deus.

Mesmo tendo Deus recomeçado o repovoamento da Terra através de Noé e sua família, nós temos o testemunho das Escrituras que uma grande parte da humanidade tornou a viver de modo inteiramente carnal, resistindo ao Espírito Santo, e isto vemos principalmente no episódio da construção da torre de Babel, e na idolatria que se espalhou por todas as partes do mundo antigo, e o próprio Abraão vivia em um país idólatra, em Ur dos caldeus, de modo que através dele Deus formaria uma nova nação (a de Israel) para se revelar através da mesma. Mas por cerca de 1.400 anos, que foi o tempo de duração da Antiga Aliança, ou Dispensação da Lei, em que vigorava ainda o Pacto das Obras feito com Adão, em que se exigia dos professantes que fossem exatos no cumprimento de toda a Lei para terem a aceitação de Deus, e ficou comprovado que sem a renovação espiritual realizada pelo Espírito Santo, com o perdão dos pecados e esquecimento das transgressões dos aliançados nesta Nova Aliança instituída por e em Cristo, não seria jamais possível que Deus tivesse um povo que o amasse e obedecesse a toda a Sua vontade, e que estaria sendo purificado em graus até o estágio final da perfeição na glorificação celestial. Israel sempre andou de modo contrário a Deus e por isso foi sujeitado às maldições e castigos previstos na Antiga Aliança, sendo sujeitado a servir a várias nações idólatras; a serem levados cativos pela Assíria e Babilônia, e por muitas outras formas de juízo divino que os conduziu à pior forma de castigo que consiste na condenação eterna, pelo impedimento de se entrar no descanso eterno de Deus.

Então temos a prova prática e cabal de que o simples conhecimento da Lei de Moisés não pode salvar a alma de qualquer pessoa, nem do próprio judeu. A Lei não foi dada para o propósito de nos salvar da condenação eterna; ao contrário, ela nos condena por não cumprirmos perfeitamente todos os seus mandamentos durante todo o nosso tempo de existência terrena. Para ser salvo e habitar eternamente com Deus é preciso estar santificado, disto decorre que necessitamos nascer de novo do Espírito Santo, para obter dele uma nova natureza, um novo coração, uma mente renovada espiritual. Mas, antes disso, precisávamos ser justificados do pecado e de toda a culpa que é dele decorrente, e para tanto, necessitamos do sacrifício e de toda a obra de Jesus Cristo, por cuja morte na cruz, fomos libertados, pela identificação com Ele em sua morte, somos perdoados da culpa do pecado, e pelo sangue que Ele derramou  na cruz, somos purificados continuamente de nossos pecados, para que não sejamos dominados por eles, de maneira que, pela santificação sejamos conduzidos até a glorificação final no porvir.

De modo que todo aquele que resiste a Cristo é entregue por Deus a si mesmo, porque tendo amado a mentira e rejeitado a verdade, não terá o trabalho do Espírito Santo em sua vida, seja o de restringir a prática do pecado, e muito menos o de regeneração , renovação, e santificação.

28 E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, Rom 1.28.

7 Com efeito, o mistério da iniquidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém;

8 então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda.

9 Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira,

10 e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos.

11 É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira,

12 a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça. (II Tes 2.7-12).

A diminuição da restrição do pecado pelo Espírito Santo, como a que temos observado em todo o mundo em nossos dias, é a principal causa da multiplicação da iniquidade a que se referiu nosso Senhor Jesus Cristo, a qual esfriaria o amor de muitos e precipitaria a Sua volta para julgar a Terra em uma grande dissolução, com maior intensidade do que a havida com o dilúvio nos dias de Noé, a qual a propósito foi também devida à multiplicação da iniquidade em toda a Terra, e cuja causa principal foi a retirada da restrição do pecado pelo Espírito Santo por 120 anos seguidos, conforme testificam as Escrituras. Daí Jesus ter dito que a Sua volta se daria conforme havia sido nos dias de Noé.

 

 

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 01/03/2025
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